Capítulo 80 - Welcome, Summer

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Luna

Meu primeiro beijo

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Meu primeiro beijo.
O dia que passei no vestibular.
O dia que fiz sexo pela primeira vez.
O dia que saiu o resultado da bolsa de intercâmbio.
O dia que cheguei aos Estados Unidos.
O dia que saiu o resultado do mestrado.
O dia que conheci Chris Evans.
O dia que começamos a namorar.
O dia que eu quase morri.
O dia que fiquei noiva do meu amor.
O dia do meu casamento.
Os dias da minha lua-de-mel.
O dia que descobri que havia alguém dentro de mim.

Eu vivi muitos dias surreais, tensos, maravilhosos e de experiências arrebatadoras.

Mas nada nunca se comparou — nem vai de comparar — a esse dia em questão.

O dia do parto da minha primeira filha.

Como bailarina, me senti assim ao longo da gestação. Aprendizado, "ensaios", treinos, vocalização, exercícios pélvicos, relaxamento e condicionamento mental para conexão com o início do espetáculo mais importante de toda minha vida.
O espetáculo da vida protagonizado por mim e pela filha que abriguei no espaço mais especial do meu corpo.

Eu já me encontrava na coxia do teatro há dias e dias, com as contrações de treinamento. Só faltava dar o play e ver as cortinas se abrirem, mas minha dupla ainda se preparava. E, nesse caso, eu não poderia solar. Era um espetáculo a duas e não havia espaço para apresentação solo.

Dizem que o coração é o órgão símbolo do abrigo do amor, mas sem dúvida alguma, naquele dia, eu soube que é o útero. Um órgão pulsante, capaz de ampliar até 10 vezes o seu tamanho e sustentar até 20 vezes o seu peso original. Em seu solo fértil, se desenvolve a placenta em meio aquático para nutrir e oxigenar o amor em forma de gente.

Já passava de meia-noite quando saímos de casa às pressas em direção ao hospital.
Ao mesmo tempo que me sentia nervosa, descargas e descargas de adrenalina pulsavam dentro de mim e produziam uma sensação de frenesi, de uma alegria que eu nunca sentira até então.

Cada metro percorrido por nós no carro significava — de forma literal — que estávamos indo conhecer nossa filha, nosso novo amor em forma de gente e eu mal conseguia conter as emoções.

- Oi, amigas... Eu... Argh! Eu... - Ofeguei enquanto tentava gravar um áudio pro meu grupo de mensagens com Tara e Melissa. - Eu tô em trabalho de parto, meninas... Tô indo pro hospital agora e... Argh! Chris vai avisar sobre tudo... Quando conseguir, tá bom? Beijos e rezem por nós! - Falei e cliquei no botão de enviar.

- Filha, quer que eu avise a família? - Minha avó perguntou enquanto eu respirava rápido entre contrações.

- Ainda não, vovó. Se não eles não vão parar de mandar mensagem e talvez fiquem preocupados. - Falei baixinho.

- Tudo bem, Lulu. - Ela assentiu.

Mais um tempo depois e chegamos ao hospital, com a equipe já nos aguardando graças à Hillary, que tinha ido na frente e deixado tudo de prontidão.

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