– Então, agora, eu sou uma espécie de… rainha.
– Salve a Rainha Rangi! – aclamou Nïx. – Foi devido à sua coroação que você não nos telefonou durante cinco dias?
– O mais provável é que a causa do meu sumiço tenha sido o fato de terem
desligado o telefone várias vezes na minha cara na última vez que tentei
conversar – contrapôs Rangi, sem citar que dois dias antes tinha ligado e
percebera que Nïx não estava muito lúcida. – Estou falando sério, Nïx! –
acrescentou, agitando seu vidrinho de esmalte para unhas cuja cor vermelha se chamava Não Sou Garçonete.– Eu também. Quem são os seus súditos? Espero que não sejam todas as outras Valquírias vampiras que existem no mundo, senão você não terá ninguém de quem cobrar impostos. Ou serão os Lykae?
– Isso mesmo, sou a rainha dos Lykae. – Saltou para cima da cama e colocou
chumaços de algodão entre os dedos dos pés. – Você não vai me dar os parabéns por eu ter cumprido o meu destino?– Hummm. Como você se sente em relação a isso?
Desapontada e surpresa. Rangi pintou sem querer a ponta do dedo e lhe surgiu um olhar carregado quando sentiu que deveria ter feito alguma coisa. Do jeito que estava, seu destino era mais ou menos o mesmo. Apenas um capricho que a transformara na rainha de alguém poderosa.
– Fui promovida de uma simples estudante universitária a rainha. Só posso estar feliz, certo?
– Hummm… Sei… – concordou Nïx, num tom evasivo.
– Minha mãe está por aí?
– Não. Saiu. Ela anda trabalhando num… ahn… grande projeto envolvendo mascotes.
– Como ela está encarando a minha situação?
– Felizmente está enterrada em trabalho até o pescoço. Se não fosse assim, estaria arrasada por ver sua querida filha nas patas de um cão.
Rangi recuou ao ouvir isso.
– Você não vai contar a ela que estou aqui voluntariamente?
– Pode ser. Mas ela vai preferir as outras duas opções. A: Você está delirando. B: Está apavorada e se deixou subjugar.
Rangi soltou um longo suspiro e perguntou:
– Como vão as coisas aí no coven?
Rangi tinha esperança de que Nïx estivesse a fim de conversar um pouco. Já que Kyoshi tinha saído para resolver assuntos – disputas de terras, castigos por mau comportamento, grandiosos projetos de desenvolvimento para a região –, a vampira dispunha de tempo até mesmo durante o dia. Elas tinham descoberto que, tal como Kyoshi, ela agora precisava apenas de quatro ou cinco horas de sono diárias.
Sempre que se aproximava a hora do pôr do sol, elas mandavam todo mundo
embora para poderem dar literalmente uma volta completa por Kinevane.
Embora passassem as noites juntas, os dias podiam se revelar entediantes.
Kyoshi se mostrara preocupada com isso e perguntou a Rangi se ela não gostaria de “fazer algumas compras pela internet”. A vampira piscou os olhos várias vezes e garantiu que tentaria qualquer coisa, desde que isso deixasse a Lykae feliz.– Você anda atrasadíssima em relação aos acontecimentos daqui – avisou
Nïx. – Vai levar um bom tempo até eu conseguir atualizar todas as fofocas.– Vamos lá, conte-me tudo!
Nïx suspirou, e Rangi ouviu-a agitando seu vidrinho de esmalte de unhas. As Valquírias adoravam pintar as unhas, pois esse era o único jeito de elas mudarem um pouco a própria aparência de forma duradoura.
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Desejo Insaciável (Rangshi)
RomanceA lenda de uma feroz lobisomem e uma encantadora vampira - improváveis almas gêmeas cuja paixão testará os limites da vida e da morte. Adaptação do livro Desejo Insaciável escrito por Kresley Cole. Avisos: Literatura erótica, linguagem imprópria, so...