Capítulo 20

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Setembro de 2020
Sochi, Rússia

Mais uma corrida estava acontecendo na temporada de 2020.

A corrida da semana anterior, em Mugello na Itália, novamente teve péssimos resultados para Max. Em mais um fim de semana o neerlandês ficou fora. Ele foi atingido por outro piloto, saindo da pista e indo para o cascalho, não conseguindo retornar.

Apesar de não ser realmente sua culpa, o neerlandês não conseguiu não se culpar. As semanas estavam sendo confusas desde as últimas notícias de Aaron. Max tinha que ser forte para aguentar, afinal o que acontecia não era de tudo ruim. Ele descobriu que tinha mais uma irmã. Só precisava conhecê-la.

Ainda sobre Mugello, junto de Verstappen, outros 7 pilotos ficaram de fora da corrida, compondo o pódio Hamilton em primeiro, Bottas em segundo e Albon em terceiro, quem, felizmente, garantiu alguns pontos para a equipe da Red Bull.

Após esses dois GP's em solo italiano e uma semana de descanso, os pilotos estavam de volta, dessa vez no autódromo para o Grande Prêmio da Rússia.

Na quinta-feira, Victoria e Sophie voaram para a Rússia, a fim de estar ao lado de Max e o apoiar no que precisasse. Elas perceberam o quão abalado o piloto havia ficado com as descobertas, além de ter ficado de fora de duas corridas seguidas. Assim, acharam que seria bom prestigiar a atual corrida.

Também não melhorou em nada a presença de Jos no GP de Monza. Max escutou tudo o que o pai falou, calado. Dessa vez ele tinha uma motivação pra ficar quieto. Tinha medo que qualquer coisa que ele fizesse fosse um sinal para o pai sobre o que haviam descoberto.

O piloto não conseguia aliviar a raiva, o ódio que sentia de seu pai. Como ele havia sido capaz de fazer o que fez? Mas mesmo querendo o esganar, Max não queria que Jos desconfiasse e mandasse aquela família sumir com sua irmã.

Agora tudo o que fazia, Max pensava em Giulia. Ficava tentando imaginar como ela era, se era parecida com ele e Vic ou se tinha puxado mais sua mãe. Queria poder conhecê-la, saber tudo sobre sua vida. Queria falar que, mesmo sem a conhecer, sentia orgulho dela, e queria que ela se orgulhasse dele.

Por isso o piloto estava determinado naquele final de semana. Queria ganhar por ela. Por ela e por sua família, que ali estava.

Era sábado, o treino livre 3 aconteceria em algumas horas e a família Verstappen estava junta na cafeteria do paddock. Junto deles estava Daniel e os quatro conversavam sobre os treinos do dia anterior. Isso até Aaron ligar no celular de Victoria.

Como sempre, a preferência foi por um lugar vazio, privado.

- Eu vou então para a McLaren. Encontro vocês mais tarde. - Ricciardo falou, dando um beijo na testa de Sophie e Victoria, se despedindo.

- Não querido. Fique com a gente. Você já está sabendo de tudo, não tem problema estar com a gente nesse momento.

Daniel concordou com a cabeça, seguindo a família que se dirigia à sala privada de Max naquele final de semana. Assim que todos chegaram, Max pegou seu computador, ligando para Aaron por vídeo, já que o detetive tinha ligado dessa forma antes. Assim que atendeu, logo pôs-se a falar:

- Boa tarde, como estão?

- Todos bem, e você aí no Brasil, Aaron? Alguma novidade para a gente? - Max perguntou.

- Na verdade, eu tenho. Tenho observado sua irmã, ela e os dois amigos. Espero que vocês tenham feito como eu pedi: sem procurá-la em redes sociais ou coisa do tipo. Tudo pode ser arriscado.

- Nós seguimos o que você disse. Mas me fala Aaron, como minha irmã é? Como eu e Max?

- Para ser sincero, não. Ela se parece mais com sua mãe. O cabelo é castanho igual vocês, mas o olho também é escuro, como Sophie. É mais baixa que os três e tem a pele tão clara quanto a de vocês.

- Você tirou alguma foto da minha filha?

- Tirei sim. Te mando quando desligarmos. Fiquei de olho nela por mais de uma semana. Ela não parece ser muito próxima da família, como se ela soubesse que não se encaixa. Tem uma amiga chamada Camila e um amigo chamado Pedro. Os dois fazem faculdade com ela e eles são grudados. Elas dormem quase sempre na casa desse menino e os três são bem tranquilos. Não costumam sair nem nada, só estudam e vão à praia. Ela trabalha em laboratório voltado para Genética e possui notas e um currículo excelente. Os três são assim. Sua filha parece ser incrível, dona Sophie.

A matriarca não poderia estar mais emocionada. Não conseguia pensar o que a filha pode ter enfrentado todos esses anos, principalmente sem o apoio dos pais. E saber o quão vitoriosa ela é, na opinião de Sophie, era de se admirar.

- Você acha que podemos começar uma aproximação? - Victoria perguntou.

- Por isso eu liguei. Acho que poderia ser uma boa ideia. Temos que conseguir conversar com ela e explicar tudo sem que seus pais adotivos saibam, porque, se eles reconhecerem algum de vocês, isso pode dar errado. E obviamente, seu pai não pode nem sonhar com o que estamos fazendo.

- Talvez facilite se Victoria for falar com ela. - Daniel falou, chamando atenção dos outros que esperaram para que ele terminasse seu ponto de vista. - Max é alguém famoso e sabemos que o povo brasileiro é bem animado com essas coisas. Não seria difícil te descobrirem lá. Sophie é a mãe, pode ser mais difícil de controlar, acho que ninguém conseguiria no lugar dela. Victoria, apesar de conhecida, passaria mais despercebida.

- Por mais que seja a melhor ideia, não vai funcionar para a Giulia. Talvez para a família sim, mas Victoria não passaria despercebida por ela.

- Por que você diz isso? - Sophie perguntou.

- Pelo que eu pude perceber ela gosta de Fórmula 1. Ela segue todos vocês na verdade, ou seja, é bem possível que ela reconheça qualquer um. Eu de início pensei que eu poderia falar com ela, mas ela nunca acreditaria. Sendo um de vocês ela vai ter certeza que é verídico, ou que pelo menos a suspeita é.

- Aaron está certo. - Victoria comenta. - Acho melhor eu ir, igual Daniel falou. Prometo ser o mais cuidadosa possível.

- Ótimo. O que você acha de vir pra cá semana que vem? Eu alugo uma casa, para você ficar mais escondida que num hotel e te levo na faculdade dela na hora. O que acha?

- Tudo certo, Aaron. Pode ser quinta?

- Perfeito. Te passo os detalhes no início da semana.

- Muito obrigada, Aaron. Nós não temos palavras para dizer o quão gratos somos.

- Eu prometi que tudo ia acabar bem, Sophie. E vai! Eu preciso ir, agora tenho que resolver as coisas para a senhorita Victoria. Estarei mandando notícias depois. E estou enviando a foto da sua irmã para seu celular, Max. Mostre para todos.

- Obrigado. Vemos você logo então.

- Até mais. - Aaron disse, desligando a chamada.

Em questão de segundos, Max recebeu a foto, abrindo-a, junto com sua família, no computador. E então eles viram. Uma menina, aparentemente, carinhosa, de cabelos e olhos castanhos e um sorriso leve no rosto.

- Realmente ela parece com você mãe. - Max disse com os olhos lacrimejando.

- Ela é tão bonita. Minha irmãzinha.

- Eu mal posso esperar para te ver e te ter em meus braços, minha filha. - Sophie disse chorando, enquanto olhava a foto. - Você é um milagre, nosso pequeno milagre, Giulia.

Eii gente, Gostaria de pedir por favorzinho pra vocês serem mais ativos na história

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Eii gente,
Gostaria de pedir por favorzinho pra vocês serem mais ativos na história. Comentem o que estão achando ou algo sobre o capítulo e me sigam para saber mais ou menos quando eu vou lançar um novo.
É isso, espero que vocês estejam gostando🤍

Life Changes - Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora