Capítulo 11

993 74 4
                                    

Agosto de 2020
Londres, Inglaterra

A família Verstappen se reunia, após uma semana, para uma atualização de Aaron. Os dias se passaram rapidamente.

Todos buscavam se distrair para não pensar no assunto e tentar diminuir a ansiedade. A presença de Luka e Lio na casa animava a família e facilitava a distração. Eles sempre estavam em busca de atenção, querendo brincar ou comer alguma coisa, mantendo os Verstappen ocupados. Tom também ajudava muito, conseguindo acalmar Victoria, a esposa, e Max, seu cunhado e amigo.

Em meio a tantas brincadeiras, a lanches e piqueniques com os pequenos, além dos filmes em família e das noites de jogos e bebidas dos mais velhos, os dias se passaram e Aaron mandou uma mensagem para Max. Ele tinha novidades de sua investigação no solo brasileiro. E agora, estavam os quatro em frente à tela da televisão, prontos para uma ligação por vídeo. Os dois meninos estavam sentados no tapete da sala, brincando com diversas peças espalhadas.

E, então, o toque da chamada foi ouvido.

Aaron apareceu na tela, dando um breve cumprimento à família, que respondeu nervosamente. Logo, o detetive pôs-se a falar.

- Eu cheguei no Brasil na segunda-feira, na terça já estava no aeroporto com meu colega. Nós tivemos acesso às câmeras de segurança. Vimos tanto seu pai, como a enfermeira, chegando. Preciso que vocês sejam fortes agora. Fui atrás de testemunhas, já que vi, claramente, nas imagens, que Lilian carregava um neném no colo. Um fiscal da imigração, que estava na época, me deu seu relato. Ela alegou estar vindo para o Brasil atrás de uma amiga, que ia a ajudar a cuidar do bebê, que segundo ela, estava bem mal e, por isso, optou por correr o risco viajando com ele. Porém, ela não carregava nenhuma criança quando embarcou. Chequei novamente as câmeras da Bélgica e consegui notar um homem carregando uma criança com o mesmo lenço que chegou com a enfermeira no Brasil. Aparentemente, esse homem era Jonas Scott que, por nenhum acaso, era o médico que faltou no trabalho no dia do seu parto, obrigando que seu médico ficasse numa correria. Eles tramaram juntos, mas seu pai não estava ligado por enquanto.

-Aaron,... por enquanto? Isso quer dizer que ele está relacionado com o sumiço do meu filho?

- Sophie, eu vi as imagens. Ele encontrou a enfermeira na parte externa do aeroporto, e pegou a criança a colocando no carro que alugou. Ainda estou buscando informações sobre o carro e estou quase conseguindo os registros de onde esse carro esteve e foi visto na época. Mas eu preciso te perguntar uma coisa. - falou se dirigindo à matriarca. - Você tem certeza que sua criança era um menino?

- Eu não saberia falar. Mal o vi e, como descobri na hora, acreditei no que me foi dito.

- Foi o Dr. Daniels que te informou do sexo do seu neném?

- Não. Foi a... enfermeira.

- Lilian mentiu para você, Sophie. O segurança me informou sobre uma bebezinha, menina. Isso me levantou uma dúvida muito grande e precisei voltar as informações do hospital e entrei em contato com o seu obstetra. No relatório informava ser menino e, apesar dele pensar ter sido menina, descartou a possibilidade, pois estava muito cansado e poderia não estar lembrando direito. Afinal, Luke confiava em sua equipe, o que estava escrito fora tomado como verdade. Mas vendo os vídeos do corredor do hospital tivemos a comprovação. Você teve uma filha. E não posso afirmar com certeza, mas ela se parecia muito com a menina que chegou no Brasil e foi colocada no carro de seu ex-marido.

- Você está querendo dizer que talvez nós tenhamos uma irmã? - Max perguntou abraçando sua mãe de lado, tentando passar um conforto que ela, aparentemente, precisava.

- Isso mesmo Max. Acho que sua mãe teve uma filha, e ela possivelmente está viva. E eu me comprometo a fazer o que estiver ao meu alcance, possível e impossível para encontrá-la e levá-la a vocês.

Life Changes - Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora