Capítulo 36

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Dezembro de 2020
Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos

Max ouvia batidas na porta do seu quarto do hotel. Tudo o que não queria era ser incomodado no seu dia livre antes do último GP do ano.

Eram por volta de 11:30 da manhã. O piloto acordou mais tarde, aproveitando para descansar, e já havia se arrumado para almoçar com a mãe, que também estava na cidade.

As batidas continuaram e o homem tentou com muita força ignorar e fingir que não estava no quarto. Mas não foi possível e como não tinha outra opção, encaminhou-se em direção à porta, resmungando baixo.

Só perdoaria se fosse sua mãe.

E assim ele abriu as portas, vendo a própria mulher, porém acompanhada de Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull.

- Bom dia?! - Max disse, um pouco confuso com a presença dos dois em seu quarto. - Tá tudo bem?

- Bom dia, filho! Eu também quero saber o que estou fazendo aqui.

- Bom dia, Max. Eu recebi uma ligação de sua irmã Victoria. Ela me disse...

- Ela está bem? O que aconteceu? - Max perguntou, virando-se e aproximando de Horner.

Quando o nome de sua irmã saiu da boca do mais velho, Max não pode se segurar em ficar preocupado com Victoria e Giulia. Elas estavam em outra cidade, praticamente incomunicáveis desde o dia anterior. Teria algo acontecido? E caso sim, por que elas não avisaram ele mesmo?

Max foi até a mesinha do lado da cama, checando o celular em busca de uma mensagem que mostraria que elas entraram em contato com ele primeiro. Mas, recebendo uma resposta negativa, voltou-se ao outro homem no quarto.

- Creio que está tudo bem. Ela me ligou dizendo que enviou uma surpresa para você, mas como não sabia o hotel que ficaríamos ela preferiu enviar para a casa de uma amiga. Ela falou para vocês irem buscar.

- Amiga da Victoria? - Sophie interrompeu. - Eu nem sabia que ela conhecia alguém aqui.

- Bom, o endereço dá para uma área residencial da cidade. O nome da moradora é Angeline, uma inglesa que se mudou para cá, pelo que Victoria me informou.

- E nós temos que ir lá? - Max perguntou, já hesitante de querer sair. - Preguiçosa a Victoria, em. Poderia ter pagado alguém para trazer.

- Pelo que ela me disse, a moça entregaria para vocês.

Sophie olhou para o filho que, novamente reclamando, pegou as chaves do carro que utilizaria nos próximos dias. Max se dirigiu à porta.

- Então acho que podemos ir de uma vez. Assim, a gente já almoça e depois voltamos, pode ser? - ele perguntou à mãe, que concordou, balançando a cabeça. - Até mais tarde, Christian.

- Até. - o mais velho disse, despedindo-se do mais velho e da mulher que sorriu para ele.

Horner ficou parado no corredor observando-os entrar no elevador e a porta fechar em direção à garagem do hotel.

O caminho para a casa da tal "Angeline" foi consideravelmente rápido e sem trânsito

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O caminho para a casa da tal "Angeline" foi consideravelmente rápido e sem trânsito. Chegando próximo ao destino, Max viu que se tratava de um condomínio privado. Para entrar no local, havia uma guarita, onde o piloto se identificou, tendo a entrada liberada pelo segurança.

Os dois seguiram com o carro até pararem em frente à uma casa branca e muito bonita. Era uma casa grande, de pintura branca com detalhes de madeira e muitas janelas. Realmente era uma casa muito elegante.

Ao aproximar da porta, perceberam o botão da campainha, a qual Max logo apertou.

Foi uma pequena espera até a porta ser aberta, revelando ninguém menos que a própria filha mais velha da família Verstappen.

Sophie foi rápida em ir na direção da filha, abraçando-a para expressar toda a saudade que sentiu nesses dias longe. Porém, Max congelou no lugar. Para ele, uma coisa estava óbvia. Victoria estava junto de Giulia e, se a mais velha estava aqui, a mais nova também estaria.

E foi essa lógica que o fez entrar na casa praticamente correndo. Ele passou por Victoria e Sophia, fazendo com que a mãe não entendesse o que estava acontecendo.

Mas Max logo viu que estava certo ao ver a pessoa que ele tanto queria ver em pé, próxima ao sofá, o olhando enquanto mexia com os dedos em um sinal de nervosismo. E, de novo, o neerlandês congelou por cerca de 5 segundos, mas logo abrindo o maior sorriso que possuía, correndo em direção à irmã.

Ele a abraçou pela cintura, puxando a para cima, em um abraço apertado, e colocou seu rosto na lateral do pescoço da menor, que sentiu algumas lágrimas na pele. A mais nova fez o mesmo, o abraçando pelo pescoço e colocando o rosto no ombro, também chorando.

Os sentimentos naquele abraço variavam em felicidade, alívio, proteção e muito, muito amor.

Os dois continuaram abraçados até ouvirem um leve grito, que havia vindo de Sophie que começou a chorar assim que viu a filha mais nova abraçada com o filho.

Max sorriu, segurando as laterais do rosto da irmã e deixando um beijo em sua testa, antes de se afastar para dar espaço à mãe. A mais velha se aproximou chorando, enquanto Giulia continuava soluçando e também se aproximava. O abraço compartilhado por elas foi uma das coisas mais especiais que os outros dois filhos já haviam presenciado. Era muito claro para eles o espaço que sempre esteve presente na vida da mais velha, por acreditar que a filha estava morta. Mas ao presenciarem aquela cena, eles tinham certeza: a mãe estava completa de novo.

- Minha filha. Que bom que é poder, finalmente, te tocar, sentir seu cheiro, ter você comigo. - Sophie disse chorando, enquanto olhava nos olhos da filha. - Finalmente tenho vocês três de volta.

- Oi, .... mãe. - Giulia disse, mesmo sendo tudo muito novo, o que fez a mais velha chorar ainda mais. A brasileira sentiu que não tinha problema chamá-la assim, afinal, ela já tinha feito muito mais do que sua falsa "mãe" durante todos esses anos.

E então, inesperadamente, as duas sentiram os outros dois se juntaram ao abraço, ficando dessa forma por um tempo.

- Surpresa! - disse Victoria sorrindo para os outros dois. - Fico feliz que gostaram do presente.

- Eu amei. - disse a mãe, abraçando, de novo, a brasileira pelos ombros.

Só então que os dois convidados perceberam a presença de Aaron na sala, sorrindo pela cena que havia presenciado. Ele cumprimentou Max e Sophie, sentando-se no sofá. Os outros o seguiram, sentando-se para conversarem. Giulia ficou no sofá maior, entre a mãe e o irmão, que se recusavam a afastar.

Eles ficaram um tempo na sala e, depois almoçando, enquanto conversavam e contavam como aquela surpresa havia sido organizada. E Giulia olhava pelos rostos presentes, percebendo o brilho nos olhos da mãe e dos irmãos por estarem todos ali. Ela teve certeza, então, que seus olhos não estariam diferentes.

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⏰ Última atualização: Dec 09 ⏰

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