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Porto Alegre - Vestiário - 21:04 - pós jogo.

Pov Aldemir:

Fechei meus olhos, respirei fundo e suspirei levemente. Minha visão ficou turva, minhas pernas se estremeceram, não aguentei e cai com pouco impacto no chão, caramba, eu estava esgotado, porém feliz... que jogo incrível, merecíamos muito.
Ainda caído no chão, ouvi passos em minha direção, tentei juntar forças para levantar, mas aquele chão estava tão reconfortante...
Conforme os passos se aproximavam, minha visão escurecia mais, quando estava prestes a fechar totalmente, escuto uma voz...

Hospital Municipal de PO.A - 23:36

— caramba, finalmente você acordou! —João falou em tom de alívio.

— João? Onde estamos?

— Em um hospital, Ferreira, você apagou à algumas horas atrás

— como assim?

— Não sei, me diz você. Te encontrei caído no meio do vestiário.

— eu não sei, depois do jogo fui direto pro vestiário, me senti meio tonto, não me lembro bem

— Você usou alguma droga depois disso?

— Bah! que droga o que, João? Tenho cara disso?

— eu sei que não, mas o doutor disse que você estava sob efeitos fortes de droga. Como você me explica isso?

— Não! Eu não usei droga alguma! Meu Deus, como assim?

— Você vai ter que explicar isso ao Renato amanhã, ele está furioso —João sorriu em tom de provocação.

— Você acha isso engraçado né? —revirei os olhos em me recostei na cama novamente.

— todo mundo está preocupado com você, imagina se eles descobrem que você está aqui por uso de drogas...

— João Paulo Bitello, você está afim de me tirar hoje?

— estou brincando, relaxa, tá? Acredito em você. Vê se fica quieto, jaja o doutor vem aqui te ver, talvez você tenha alta hoje mesmo. —João disse com um sorriso engraçado no rosto.

— ainda bem, preciso ir para casa ver a Izabele. —senti o sorriso de João sumir conforme eu falava.

— engraçado, ela não veio te ver até agora...

— ela nem deve estar sabendo —suspirei aliviado.

— eu não sei se fui claro o suficiente, o Brasil todo sabe que você tá aqui, todos estao preocupados com você. Você acha que ela não sabe? —João revirou os olhos com agonia, levantou-se da cadeira e afastou-se da cama.

— será... —fui interrompido por batidas na porta.

— pode entrar! —João respondeu.

— oi, licença... —um médico com um pouco menos de 1,60, entrou na sala. — bom ver que você acordou, sr. Aldemir.

— quando posso ir embora? —perguntei num tom nada educado, João me corrigiu.

— Ferreira! Isso são modos?

— ah sim, obrigado doutor. QUANDO POSSO IR PRA CASA? —falei grosseiramente para irritar João.

— Você parece uma criança.  —João revirou os olhos e deu risada.

— tudo bem. Você já está liberado, irei passar sua ficha, você já pode ir pra casa. Também gostaria de te indicar à não usar mais essas substâncias, seu corpo não consegue filtra-las de maneira adequada.

— mas eu... —João me interrompeu.

— ok doutor, muito obrigado.

O doutor retirou-se da sala.

— caramba, agora ele vai achar que sou um drogado

— o que não é mentira né?

João sorriu e me encarou, permaneci em silêncio, não aceito cair em provocação novamente. Isso é um golpe baixo que o bitello usa contra mim por algum motivo não especificado.
João me virou as costas e começou a mexer numa mochila, de lá, ele tirou um uma kit moletom, com uma calça e um casaco, me entregou e demorei para aceitar.

— é pra mim? —perguntei confuso.

— não, pra meu pai. —João jogou o kit em cima de mim.

— muito obrigado, bitello. Diferente de você, eu consigo ser grato.

— então seja grato vestindo essa roupa e saindo daqui o mais rápido possível, vamos pra minha casa, você precisa de acompanhamento, não vou deixar você com a desleixada da izabele nem fudendo.

— pra sua casa? Por quê você fala assim da iza? —entortei o pescoço como um cachorro chorão.

— se você se priva de enxergar, me privo de falar também. Vou sair dessa sala, te dou 5 minutos pra se arrumar.

João saiu da sala batendo a porta. Eu realmente não sei por quê ele está agindo assim, ele é um cara muito sorridente, geralmente ele me trata muito bem, bem até demais na verdade... bom, prefiro não pensar muito nisso.
Levantei-me da cama e me vesti rapidamente, me olhei pelo espelho da própria sala, estava parecendo um morador de rua chique. João entrou sem bater na porta, e fingiu não me ver fazendo posse para o espelho.

— pronto, vamos pra casa.

— ah, justo agora que eu estava gostando desse lugar? —falei rindo.

— já resolvi tua ficha, te espero no carro. —bitello me respondeu seco.

Dei de ombros e ele foi embora, peguei a mochila que estava na sala e fui embora, entrei no carro e fomos à caminho para casa.

Dei de ombros e ele foi embora, peguei a mochila que estava na sala e fui embora, entrei no carro e fomos à caminho para casa

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