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Ferreira acordou na manhã seguinte, esticando os braços e espreguiçando-se, apenas para perceber que Bitello não estava mais ao seu lado. Um sentimento de tristeza momentânea o invadiu, fazendo-o olhar ao redor da cama vazia com uma expressão de saudade.

Decidido a começar o dia, Ferreira se levantou e caminhou até o banheiro para escovar os dentes.
Ao sair do banheiro e seguir para a cozinha, Ferreira percebeu uma melodia suave preenchendo o ambiente. Curioso, ele se aproximou e ouviu a voz de Bitello entoando uma música enquanto preparava o café da manhã.

Ferreira esboçou um sorriso tímido e se aproximou silenciosamente, observando Bitello concentrado na tarefa. Quando a música chegou ao fim, Ferreira interrompeu com uma voz suave.

— Eu amo quando você canta, sabia? Sua voz enche meu coração de alegria.

Bitello virou-se surpreso, com os olhos brilhando ao ver Ferreira ali.

— Bom dia, meu amor! Desculpe se te acordei com minha cantoria.

Ferreira aproximou-se e abraçou Bitello ternamente, sentindo o calor do corpo do outro contra o seu.

— Não precisa pedir desculpas. É um despertar maravilhoso ouvir sua voz logo pela manhã. Eu só fiquei um pouco triste quando acordei e não te encontrei ao meu lado.

Bitello acariciou o rosto de Ferreira com carinho.

— Desculpe por sair da cama sem avisar. Eu queria preparar um café da manhã especial para nós dois, como uma surpresa.

Ferreira sentiu-se emocionado com a dedicação de Bitello e sorriu, segurando as mãos dele.

— Você é cheio de surpresas, meu amor. E eu adoro cada uma delas. Não poderia ter escolhido alguém mais especial para compartilhar minha vida.

Sentaram-se à mesa, trocando olhares cúmplices e risadas enquanto saboreavam a refeição preparada por Bitello. O clima alegre e amoroso preenchia o ambiente, dissipando qualquer tristeza que havia surgido no início do dia.

A campainha tocou, interrompendo o clima amoroso entre Ferreira e Bitello. Ferreira se levantou com um suspiro e disse:

— Eu atendo.

Ele se dirigiu à porta e ao abri-la, deparou-se com Renato e Carballo parados ali. Carballo correu em direção a Ferreira, abraçando-o com entusiasmo.

— Ferreira! Que hálito gostoso... Não quer me dar  beijo?

Ferreira riu e respondeu:

— Ah, Carballo, se o Bitello ouvir isso, você não vai se dar bem.

Renato interveio, repreendendo Carballo.

— Carballo, controle-se! Vamos entrar antes que você fique ainda mais abusado.

Renato adentrou a casa e Ferreira os guiou até a cozinha, onde Bitello estava sentado, ainda tomando café. Ao ver Renato e Carballo, Bitello levantou-se, sorrindo envergonhado.

— Oii...

Renato sentou-se à mesa, enquanto Carballo se sentou ao lado de Bitello e cochichou baixinho para que Renato não ouvisse:

— transaram, né?

Bitello deu um leve tapa em Carballo, rindo.

— Carballo, você não tem jeito!

Ferreira, então, serviu o café para Renato e Carballo. Ele serviu as xícaras com cuidado e ofereceu a Renato primeiro.

— Aqui está o seu café, Renato.

Eu quero arruinar nossa amizade Onde histórias criam vida. Descubra agora