Capítulo 23 - Memória

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"Não é vingança, é a lei do retorno."

Rafael.

– Está me deixando confuso, Júlia.– Digo.
– Não quero ficar sozinha com alguém que eu não conheço, um estranho.– Ela diz.
– Um estranho? Não sabe quem eu sou? – Questiono e ela faz que não com a cabeça.
– Sou eu, o Rafael! Seu namorado.– Digo.
– Eu não tenho namorado.– Ela afirma.
– Do que você se lembra? – Indago.
– A faculdade, meus pais e o acidente, eu estava dirigindo rápido mas não sei porque.– Ela diz.
– Você nunca viu meu rosto? Nem em sonho? – Questiono.
– Não moço, eu nunca vi seu rosto, não tenho idéia de quem você seja.– Ela afirma.
Não sei o que dizer, aquela situação me pegou desprevenido
Saio dali sendo seguido por Dona Vitória, procuramos pelos médico.
– Amnésia temporária, pode acontecer depois de um trauma forte como o acidente, eu só não sei explicar porque ela apagou apenas você de seus lembranças, é como se ela tivesse deletado seu rosto.– Afirma.
Era compreensivel já que depois de nos encontrarmos os sonhos pioraram, as lembranças e a vida real, tudo a enloqueceu e eu não ajudei muito.
– Quanto tempo ela vai ficar assim? – Questiono.
– Eu não sei, mas não vamos forçar ela a nada, deixe que as lembranças venham até ela sozinhas.– Aconselha.
                      ••• JÚLIA.
Eu nunca pensei que faria isso, odiava mentiras, mas aquele foi o único jeito que achei para manter ele longe de mim e ainda sim conseguir as respostas que eu precisava sobre Laura, fingir perder a memória seria algo temporário, apenas para arrancar respostas e descobrir de uma vez por todas se ele está jogando comigo ou não, se eu vou sofrer, ele também vai.

Eu não aceito aquilo, não depois de todas as lembranças, ele simplesmente me apagou da vida dela? E o que eu devo fazer?  Só aceitar?
Volto ao quarto dela, ela está sozinha olhando prla janrla do mesmo, abro a porta e ela se vira para ver quem entrou, ao me ver seu semblante endurece.
– Só quero dizer que vou continuar vindo te visitar, embora você não se lembre de mim, temos um passado e memórias que espero que você se lembre conforme eu virei aqui, talvez me ver ajude.– Explico.
– Não acho que seja uma boa idéia..? – Ela deixa o resto da frase no ar.
– Meu nome é Rafael.– Informo.
– Não acho que seja uma boa idéia, Rafael.– Repete.– Eu não sei quem você é e sinceramente, sua presença me deixa desconfortável, você diz que me conhece mas eu não sei quem você é, tente entender, você ficaria confortável perto de uma desconhecido? – Questiona.
– Mas eu não sou um desconhecido.– Afirmo.
– Pra mim, você é – Dá de ombros.
Dói ouvir aquilo, dói muito.
– Você não quer me ver? – Sussurro.
– Não.– Ela é direta.
– Então apenas mantenha na sua mente essas palavras que eu vou dizer, mesmo que você tenha perdido a memória, ainda tem o coração e esse nunca esquece de nada, ele sabe tudo, seu coração sabe que eu amo você e vou fazer o que eu puder para que se lembre daquela noite.– Afirmo.
– Que noite? – Ela questiona.
– A noite em que você foi minha e ne fez te amar ainda mais, o que chega a ser irônico porque antes de você perder a memória eu nunca tinha dito que eu te amo.– Concluo.
– E porque não disse antes? Medo? – Ela indaga curiosa.
– Não, eu sempre soube que te amava, desde o segundo em que eu te vi, mas não disse porque você podia ficar mais confusa do que já estava, como eu disse, temos memórias e você me apagou delas, mas elas vão vir em forma de sonhos, não vai ser exatamente nós mas nossos rostos, se isso acontecer, me liga.– Digo, coloco um papel com o meu número na ponta de sua cama.

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