"É como se você jogasse sal nos meus cortes."
Júlia.
Ao chegar lá, estaciono e vou até a diretoria pegar o cronograma das minhas aulas, entro na fila enorme que estava formada e espero.
Em uns minutos de espera, as pessoas da fila começam a cochichar sem parar, eu não estava entendendo nada, uma multidão de gente aparece no corredor seguindo alguém.
Me viro para a garota ruiva atrás de mim.
- Desculpe a pergunta, mas você sabe o que está acontecendo? - Questiono.
- Um dos alunos queridinho dos professores está vindo pegar o cronogroma, a fama dele é bem grande, ele até pulou um ano, realmente bem inteligente.- Diz, acabo ficando curiosa, alguém assim, teria o emprego que quisesse na vida.
- Sabe o curso dele? - Pergunto.
- Medicina, óbvio.- Ela dá de ombros.- O charme é a especialização em pediatria, ou seja, muito inteligente, gosta de crianças, médico e ainda tem o boato de que é um gato, lindo de morrer! Metade das minhas amigas é apaixonada pelo cara, eu ainda não o vi, como entrei esse ano, mas como elas estão aqui desde o ano passado, não falam de outra coisa, até eu estou curiosa pra ver esse homem mágico! - Ela sorri.
- Difícil acreditar que existe alguém assim e se existe, que esteja disponível, a namorada dele deve morrer de ciúmes.- Afirmo.
- Ele não namora, por isso a frustração das minhas amigas, ele rejeita qualquer declaração que recebe.- A ruiva afirma.
- Elas sabem porque? - indago, eu hein, que cara estranho.
- Ele diz que é porque está procurando alguém específico, que quando achar essa garota que tanto procura, ai então, vai namorar. Bizarro, não é? - Ela diz.
- Bem bizzaro.- Afirmo.- Sou Júlia.- Estendo a mão para ela.- Marina.- Afirma, apertando minha mão.
Depois de pegar os cronogramas, eu e Marina caminhamos juntas para a sala, nossos horários eram bem parecidos porque ambas cursavamos administração, então mais gente aparece no corredor, impedindo que passassemos, eles abrem espaço para dois caras, a multidão literalmente se gruda nas paredes para eles passarem como se fossem a realeza.
Marina então me olha.
- O cara loiro é o Edgar, sei porque o vi na entrada e me falaram, é o melhor amigo do Deus da medicina, isso quer dizer que o cara ao lado do Edgar é o..- Ela continuava falando mas eu entrei em pânico.
Como se o mundo em volta se silenciasse, nada mais importasse, seguro o ar, olho para ele.
Ele era o Luan, o soldado que invade meus sonhos, meus pesadelos, ele tinha o rosto do Luan, assim como eu tinha o de Laura.
Meus olhos enchem de água, não sei porque eu estava chorando, eu queria me jogar nos braços dele e abraçá-lo, sensação estranha na boca do estômago, as lágrimas não saiam.
Ele olha a multidão e por algum motivo vira o rosto na minha direção, ele para no lugar quando seus olhos me encontram, meu rosto arde, pelas lágrimas e por uma felicidade estranha, era como se eu estivesse feliz por ele ter me achado e triste por ter passado anos longe, faz sentido? Nenhum, ainda sim, eu estava chorando como se o conhecesse.
Parado no lugar, ele não faz nenhuma expressão, talvez surpreso, o jeito que me olhava, parecia que ele me conhecia, que ele podia ver a minha alma, ou me encarava porque na cabeça dele, uma garota maluca que ele não conhecia estava chorando copiosamente na frente dele.
Seguro o ar, meus pés se movem sozinhos e graças a Deus me tiram dali, eu praticamente corro pelos corredores da faculdade e só paro quando encontro minha "bis" no estacionamento.
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Why don't you stay?
Fiksi PenggemarWhy don't stay? (Porque você não fica?) Ano 1950. Luan e Laura eram prometidos um ao outro, ele, um homem comum, vendedor de pão, filho único. Laura tinha dois irmãos pequenos e junto com seus pais fazia o que dava para não morrerem de fome na po...