Why don't you stay?

Capítulo 18 - Arrependimento

"Ai a pessoa te pergunta o que aconteceu e seus olhos enchem de lágrimas."

Júlia.

– O que aconteceu? Tivemos uma noite tão bonita e você simplesmente trata isso como se não fosse nada! – Afirma.
– Eu trato isso como se não fosse nada? – Questiono.
– Sim! Dizer que foi um erro, que está arrependida, sabe como isso me feriu? – Indaga, se fazendo de vítima.
– Isso te feriu? Sério? – Dou um sorriso sem vida.
– Porque está falando nesse tom debochado? – Pergunta.
– Não é nada.– Digo me virando para entrar, mas ele entra na minha frente.
– Jura que vai agir assim? – Indaga.
– Você é mesmo um lerdo, Rafael! – Afirmo.– Quer saber porque estou assim? Eu me entreguei pra você, perdi minha virgindade, fui sua, mas ao acordar pela manhã, onde você estava? Eu que fui tola, achei que talvez você me trataria de forma diferente mas me tratou como um tanto faz, o que eu podia esperar? Homens podem não se importarem com isso, mas pras mulheres, pra mim, é importante.– Confesso.
– É, é importante! Eu não percebi, não sabia, Júlia, se soubesse teria sido mais gentil, menos bruto, teria ficado na cama com você pela manhã, eu teria feito tudo diferente..– Afirma.
– Mas não dá pra voltar atrás, o que está feito, já foi. Isso não importa mais, boa noite.– Concluo.
Saio andando para dentro, subo pelas escadas porque queria ocupar a mente, ao entrar em casa, me encosto na porta, respiro, esses últimos dias estavam acontecendo coisas demais.
Ouço meu celular tocar no meu bolso, indicava uma mensagem.
"Eu não vou desistir de você e vou te recompensar pelo meu erro."
Era de Rafael, não sei o que sentir, não sei se estava apaixonada ou não estava confusa e pior, não consegui descobrir os segredos de Laura e Luan, viajamos á toa até aquela padaria, mas eu voltaria lá e des venderia aquelas caixas, amanhã mesmo procuraria o número da padaria na internet.

É cedo quando chego na faculdade, então fico no refeitório, sentada, mexendo no celular, vejo Marina entrar e por um segundo acho que ela vai se sentar ao meu lado mas ela passa direto, me viro para levantar, não queria cobrança nenhuma logo cedo.
– Soube que vocês viajaram juntos.– Ela diz em alto e bom som.
– E como você soube disso? – Questiono.
– É só que eu não sou burra, você postou uma foto no mesmo lugar que ele, então joguei verde agora e sua cara confirmou, bem amiga da onça que você é.– Diz.
– Se você quer pensar assim..– Dou de ombros..
– Eu não sou estúpida Júlia, ou vai negar? – Indaga.
– Não estou negando, viajamos juntos sim, mas isso não quer dizer que "estamos" juntos.– Argumento
– Então diz olhando nos meus olhos, sem mentir, que vocês não tiveram nada, nem um beijo.– Ela me coloca contra a parede.
– Eu..– Dou voltas e mais voltas.
– Júlia! – Ouço a voz de Rafael, quando me viro para olhar para ele, escuto um barulho, Marina desmaiou, ou fingiu bem, desmaiar justamente quando o Rafael aparece sabendo que ele estuda medicina..
– Você está bem? – Ele indaga indo até ela, checa seu pulso e depois a pega nos braços.
– Vou levar ela para a enfermaria.– Afirma
Quando ele está quase saindo de refeitório vejo a mão de Marina que estava no ombro do Rafael se levantar um pouco e ela me mostra o dedo do meio, confirmando o que eu pensava, estava fingindo para ele cuidar dela.
Minhas pernas começam a andar, vou até a enfermaria e olho pela parte de vidro da porta, Rafael colocou a mão na testa de Marina, provavelmente para ver se ela estava com febre, ela então ergue seu rosto de encontro ao dele e o beija, ele não a afasta.