Why don't you stay?

Capítulo 39 - Vida

"É como dizia a minha vó, cada um no seu canto, sofre o seu tanto."

Júlia.

Uma pontada na cabeça me faz abrir as mãos, os comprimidos todos caem no chão assim como o copo de água, se quebrando.
Me levanto, ia tentar sair para pegar outro copo mas uma nova pontada me vem a cabeça, caio deitada na cama, minha visão embaça, que merda estava acontecendo comigo?
– Júlia..Júlia..– A voz de Laura me chama, meus olhos vão se fechando aos poucos, volto a escuridão de meses atrás, além de mim e dela, tudo era escuridão.
– Eu perdi a consciência.– Constato.
– Você não pode fazer isso, não cometa o mesmo erro que eu, estou pagando caro por isso, todos esses obstáculos na sua vida é por minha causa, porque eu errei na vida passada, pago nessa.– Diz.– Eu sei como se sente mas acredite em mim, há coisas no mundo tão valiosas quanto encontrar sua alma gêmea.– Afirma.
– Se sabe como me sinto, também entende a minha dor e que não posso viver sem ele, eu não consigo! – Desabafo.– Você também não conseguiu.– Culpo.
– Eu não tinha o que você tem agora, ao menos, eu não sabia. Existem coisas tão ou mais importantes que o amor de um homem, Rafael deve estar em segundo lugar na sua vida, eu só queria ter descoberto isso antes, mas aprendi a lição.– Ela pega a minha mão.
– Em segundo lugar? O que é mais importante que o amor do homem que eu amo? – Questino.
– O amor de um filho.– Diz.– Seu bebê tem que vir em primeiro lugar na sua vida, sempre, antes do Rafael, sos seus pais e até de você, você protege ele, o ama, cuida e cria, ele é a parte boa que o Rafael te deu.– Sussurra, coloca as minhas mãos na barriga.
Meu bebê, eu esqueci, por um minuto a dor me tomou de uma forma tão intensa, a morte me chamou tão alto que eu esqueci que havia vida crescendo em mim.
– Minha criança..– Solto, meus olhos enchem de lágrimas, não era justo com ele, não nascer de novo por causa de mim e dos meus erros.

Me perdoa meu amor, a mamãe promete que vai cuidar de você..– Respiro fundo, finalmente consigo ar .– Mesmo sem o seu pai, você ainda tem á mim, me perdoa por ter pensado em nos matar.– Ergo meus olhos para a Laura. – Você tem razão, meu filho vem antes de qualquer pessoa.– Afirmo, pegp sia mão novamente.– Obrigada por me fazer enxergar a luz em meio a essa escuridão.– Agradeço.
– Mais uma coisa, pode confiar em Marina? Quem garante que ela não armou isso para que você perdesse a cabeça? Uma foto não prova nada, Júlia.– Ela diz.
– Acha que ele pode estar vivo? – Indago.
– Sim, eu acho.– Afirma.
– O que faremos então? Não tenho idéia de onde ele esteja.– Confesso, pedir ajuda quando se está perdido, não é  vergonha alguma.
– Primeiro, temos que avisar á policia, depois, temos que usar a tecnologia ao nosso favor.– Diz.
– Como? Não posso rastrear o celular dele porque está desligado e o carro não foi levado.– Lembro.
– Você não percebe, nós conhecemos ela, eu conheço a Débora e você a Marina, fomos melhores amigas, vamos agir, se ela pensar que estamos mortas, ou melhor, que você fez o que ela queria, ela vai aair do esconderijo.– Afirma.
Usar a idéia dela contra ela.
Se for verdade que o Rafael está vivo, ela fingiu a morte dele, faremos o mesmo pra rata sair da toca, então, como a víbora que eu me tornei graças a raiva que ela me causou, vou me enrolar e morder ela.
Quando acordo, a primeira coisa que faço e juntar os comprimidos na mão e tirar foto, depois mando a foto para o número "desconhecido".
"Que nos encontremos na próxima vida então, ao menos, deixe que sejamos enterrados juntos, pelo bebê."
E encaminho a foto, depois pego o carro e dirijo até a delegacia mais próxima, essa altura, Marina já deve achar que estou morta.
– Pois não senhorita? – Uma policial indaga.
– Vim dar queixa de um sequestro, tentiva de homicídio, ameaça e chantagem.– Digo, dou o nome da Marina como criminosa e do Rafael como vítima
– Tem alguma prova de que ela o sequestrou? No que se baseia? – Indaga
Então mostro a foto e a mensagem.
– E se não for o bastante, meu namorado estava na nossa faculdade, é cheio de câmeras, tenho certeza que não vai tet dificuldade alguma em olhar elas.– Afirmo, séria, nada me pararia.
Se o Rafael estivesse morto, merecia um enterro digno, se estivesse vivo, eu o acharia e o traria de volta pra mim e pro nosso bebê, bebê que ele nem sabe que existe.