𝑪𝑯𝑨𝑷𝑻𝑬𝑹 𝑵𝑰𝑵𝑬𝑻𝑬𝑬𝑵 | 𝑻𝑯𝑬 𝑭𝑬𝑬𝑳𝑰𝑵𝑮 𝑶𝑭 𝑩𝑬𝑳𝑶𝑵𝑮𝑰𝑵𝑮

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Capítulo Dezenove
━━━ "A Sensação de Pertencer"

Capítulo Dezenove━━━ "A Sensação de Pertencer"

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A PRIMEIRA FAGULHA SURGIU AOS ONZE ANOS.

    Era um dia ensolarado, quente e perfeito para ir ao rio. Mas, Pandora Cooper estava trancafiada no laboratório sob as ordens de sua mãe. Ela sabia que Betsey se preocupava com sua segurança e tinha medo de que o exterior bruto e grande demais para uma garotinha humana a machucasse. Jake já tentara de tudo para convencê-la a permitir que Dora fosse com eles, mas Betsey só permitia quando ela pudesse ir junto. Nessas horas, Pandora conseguia odiar sua mãe.

O pente quase se partia sob seu aperto forte demais para uma criança magrela —— que não suportava comer legumes —— e vários fios louros de cabelo se prendiam nos dentes do pente. Sua cabeça doía devido a força que usava para pentear os cabelos que chegavam no meio das costas.

Spider deve estar se divertindo com os garotos e o tio Jake no rio, Dora pensou com amargura enquanto encarava o próprio reflexo rabugento no espelho. Nessa época, os cientistas ainda ficavam nos antigos laboratórios, afastados da aldeia omaticaya.

Havia implorado de joelhos para Betsey que fosse com ela para o rio naquela manhã junto com Spider, mas a mulher igualmente loura negou veementemente, afirmando que estava atolada de trabalho. Pandora engoliu os palavrões que tio Norm havia a ensinado e correu para seu quarto, se escondendo sob os cobertores e chorando como uma criancinha de sete anos. Dora só chorava sozinha, quando absolutamente ninguém estava olhando, já que a mesma se gabava para Lo'ak e Neteyam que já era uma adolescente e não chorava nem mesmo quando ralava seu joelho magro nas pedras.

  Depois de colocar seu suéter rosa temático de uma antiga celebridade das crianças humanas chamada "Barbie", Pandora pegou seu livro de papel que ganhou de aniversário e tentou ler com os olhos ardidos e inchados. O Pequeno Príncipe era muito bom, mas Dora estava triste demais para prestar atenção na história, precisando ler e reler o mesmo parágrafo repetidamente.

Um barulho em sua janela a fez erguer os olhos castanhos das páginas amareladas rapidamente. A garota estreitou os olhos para a janela transparente, tendo apenas trepadeiras e árvores gigantes como vista. Pandora deu de ombros, tirando a conclusão que deveria ser algum animal ou uma fruta madura que caiu de alguma fruteira.

Acontece que outro barulho veio em seguida, e depois outro... Cansada de ter a atenção já falha, roubada do livro, Pandora foi até a janela pisando duro.  Seu coração quase saiu pela boca por causa do susto.

Neteyam estava parado no lado de fora do laboratório com um punhado de pedrinhas nas mãos. Ele sorriu ao vê-la.

—— Neteyam? O que você está fazendo aqui? —— Dora falou, articulando bem para que ele pudesse entendê-la através da janela.

—— Vim buscá-la —— ele respondeu. —— Temos que ir logo!

—— Para onde, seu doido? —— um sorriso também enfeitou os lábios de Pandora.

𝑶 𝑪𝑶𝑹𝑨𝑪̧𝑨̃𝑶 𝑫𝑬 𝑬𝒀𝑾𝑨 | 𝑵𝑬𝑻𝑬𝒀𝑨𝑴 𝑺𝑼𝑳𝑳𝒀Onde histórias criam vida. Descubra agora