Morgan Graham e Taylor Hughes jamais teriam seus caminhos cruzados se ela não estivesse se mudando para Boston - disposta a criar uma relação com seu pai, a quem ela nunca conheceu pessoalmente. O que ela não esperava, era que Taylor fosse o capitão...
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🚨Esse capítulo contem cenas de agressão e relacionada a estupro, assim como crise de ansiedade, se você for sensível a algum destes temas, não leia 🚨
7 anos de idade
Mamãe está estranha hoje, ela está toda arrumada e bonita, mas ela não parece feliz em estar bonita. Será que ela e o papai vão sair? Bom, provavelmente sim, mas então por que ela não estaria contente com isso?
-Taylor, querido jante logo, a babá chegará em alguns minutos e seu pai não quer sair atrasado.
Ela acaricia meu rosto com seus dedos macios, minha mãe é toda macia, às vezes tenho a impressão de que sua pele é tão macia que poderia se desfazer com o toque, por isso eu a abraço com cuidado, e sempre deixo beijos leves em sua bochecha, ela precisa ser tratada com carinho. O problema é que meu pai não trata ela com carinho, e as vezes vejo umas manchas em sua pele, mamãe diz que não é nada, mas são tão feias que eu fico com raiva do meu pai por isso. Ela diz que eu não posso ter raiva dele, porque ele é o meu pai. Mas como eu não vou ter raiva do meu pai quando sei que ele está machucando a minha mamãe?
Quando estou terminando meu jantar - um bife delicioso com batatas fritas - vejo a figura do meu pai entrando na cozinha. Ele sempre foi alto e forte, nossos cabelos tem a mesma cor, eu me pergunto se um dia vou ser bonito como ele. Eu também gostaria de ser forte como ele, alto e grande, tão grande que ninguém nunca vai machucar as pessoas que eu amo, porque vão ter medo de me ver com raiva. Mas aí, eu lembro que o meu pai fica com raiva da mamãe o tempo inteiro, e já não quero ser grande como ele para me parecer com ele, quero ser grande como ele para poder enfrenta-lo, e salvar a minha mamãe dessa situação
-Voce já terminou campeão? - ele fala comigo, mas seus olhos estão fixos no celular.
-Sim - respondo baixo, a última vez em que levantei a voz para ele me rendeu umas boas palmadas, passei uma semana com dificuldade para sentar, e meu pai teve que comprar um cinto novo porque o que ele usou em mim havia se partido.
-Emili já deve está - antes mesmo que a mamãe possa terminar sua frase, a campainha toca, e ela vai rapidamente na direção do corredor, deixando-nos só.
-Sua mãe e eu vamos a um jantar com uns amigos hoje, então eu peço que você seja bonzinho e se comporte enquanto estiver com a babá. Em breve estaremos em casa.
Seus olhos azuis me encaram fixamente.
-Você entendeu?
Acendo concordando, minha garganta dói porque eu sinto vontade de chorar, mas não deixo meu desejo vencer, eu odeio chorar na frente do meu pai.
-Responda com palavras, Taylor.
-Sim papai, eu entendi.
Se passa um momento em silêncio até que ele respire novamente, talvez devesse estar buscando alguma forma de insulto em minhas palavras para ter um motivo de me castigar. Eu quase nunca entendo as atitudes do meu pai, elas são sempre inesperadas e surpreendentes, mas nunca uma surpresa boa.
