14- Superações

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Meus olhos se abrem lentamente depois de uma boa noite de sono.

Diferente de algumas horas atrás quando nos deitamos, eu não tenho os braços de Jung Hoseok em minha volta. Em uma conchinha onde ele é a maior. Invertemos nossas posições. Seu rosto está afundado no meu pescoço e seus fios de cabelo fazem cócegas em minhas bochechas. Sinto sua respiração leve em ritmo com a minha.

Apesar de tomar consciência de como estamos e me sentir um pouco envergonhado, está confortável demais para eu sair daqui. Não quero me mexer para não acordá-lo, não quero atrapalhar seu sono e de quebra ele ver essa situação onde eu o abraço. Abraçar Jung Hoseok é bom. Seu cheiro se mistura com o meu, deixando o aroma de cereja menos doce.

Ele se remexe um pouco em meus braços e eu prendo a respiração. Vendo que aparentemente ele continua dormindo, faço aquilo que tenho tanta vontade. Não me controlo como no dia do carro em que ele deitou no meu colo.

Minhas mãos caminham para seus fios ruivos devagar, com leveza e delicadeza. Minha palma se afunda e eu sinto o sedoso do seu cabelo. Tão liso que escorre entre meus dedos, tão cheiroso que me inebria e tão brilhoso que compete com a luz do seu rosto.

- Hyung eu preparei - Jungkook entra de uma vez no meu quarto, me assustando e se assustando quando vê Hoseok ali. - Oh me desculpa, eu esqueci de bater.

- Shiii. - sussurro. - Quantas horas?

- O que o Hobi faz aqui? - ele sussurra de volta me olhando malicioso, apenas reviro os olhos.

- Dormindo, não vê? - faço careta e ele mostra a língua em birra.

- Com você e grudadinhos! - ele ri e eu coro. Começo afastar os meus braços de Hoseok devagar mas ele os seguram, me fazendo arregalar os olhos.

- Yoon você tá quentinho. - O ruivo murmura.

- Que bom que já acordou, preciso levantar.

- Eu fiz o café! - Jungkook volta ao seu tom de voz normal.

- Seu café não... - choramingo. - Aquilo é uma atrocidade pro paladar de qualquer um, de tão forte que é.

- Não gosto de café forte também. - Hoseok boceja.

- Yaah! - O moreno se aproxima e se joga em cima de mim e do ruivo, tentando deitar no meio de nós dois. - Eu faço com todo o carinho e assim que vocês falam? - resmungo pelo aperto maior que fica na cama.

- Irei considerar esse carinho se você sair de cima de mim. - tento tirar meu braço que está por baixo dele. - Olha seu tamanho Kook!

- Estou atrapalhando o casalsinho acordar, saquei. Estou saindo. - ele se levanta em um pulo e eu escuto a risada estridente do outro. - Estarei na sala, recebemos uma proposta de uma pessoa interessada em comprar a casa hyung. - ele diz e se retira.

- É difícil não adorar ele, mesmo que ele atrapalhe meu cafuné matinal. - o Jung se deita de lado enquanto me encara.

- Está acordado à quanto tempo? - minhas bochechas devem estar vermelhas nessa altura do campeonato.

- Tempo o suficiente para apreciar seu cafuné.

- Estava por cima do meu braço esse tempo todo, acordado? - bufo irritado, disfarçando meu constrangimento.

- Eu adorei, você pode fazer mais vezes.

- Pagamento no débito ou crédito? - me levanto e ele revira os olhos.

Procuro por meu celular e eu o ligo para ver as horas. Nenhuma notificação além de uma ligação perdida de Jungkook, provavelmente de ontem à noite. São 06:20 da manhã. São quatro meses. Meu olhar se entristece conforme eu vou olhando a data. Quatro meses desde sua partida. Minha garganta faz um nó, e apesar da tristeza repentina, não sinto tanta vontade de chorar.

Marcas de Cereja 🍒 SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora