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Phoenix 2010

Fácil demais... era oque eu falava sempre que minha mãe me lembrava que eu teria que retornar a Forks em poucas horas.

Minha mente fervia só de pensar que eu teria que voltar a pequena cidade onde eu havia sido largada cruelmente a um ano atrás, sem motivo nenhum. Apenas por não ser boa demais para um vampiro. Maldito vampiro.

Maldito.
 

*Flash back*

Edward Cullen havia me abandonado repentinamente. Após me prometer que jamais faria isso novamente, me largou e sumiu em meio à floresta sem mas e nem menos, me pergunto até hoje qual seria o motivo real.
Foram noites e mais noites sofrendo. Sofri até Charlie não aguentar mas é me devolver pra minha mãe. Me prometendo que tudo iria melhorar por mais que minha partida doesse. E assim foi feito no fim de setembro sai de Forks.

Outubro

As primeiras noites foram devastadoras. Me acordava em meio aos gritos dos meus próprios pesadelos. A dor era tamanha que era quase insuportável viver com ela. Eu dormia somente quando  minha mãe  acariciava meus cabelos até eu pegar no sono novamente. O dias passavam devagar e se arrastavam em uma eterna mesmisse de sempre. Eu não tinha muitos amigos na nova escola e nada lembrava a antiga escola de Forks o que tornaria as coisas um pouco mais fáceis.

Novembro

Os dias pareciam menos nublados, eu já não tinha tantos pesadelos oque era um alívio para a minha mãe. Charlie ainda ligava com frequência pra saber como eu estava. A dor estava menos insuportável e eu me dava ao luxo chorar durante o banho e afogar as lágrimas junto a água do chuveiro que escorria em sintonia com a minha melancolia. Os dias de calor de Phoenix me faziam esquecer qualquer semelhança e qualquer lembrança dos Cullens. Durante a noite eu deitava a minha cabeça no travesseiro e quase todas as noites chorava, chorava até pegar no sono com a esperança de que tudo aquilo logo melhoraria.

Dezembro

Eu já não tinha mais pesadelos e a dor era quase nula. Eu já saia de casa com alguns amigos e me permitia qualquer demonstração de felicidade. Os dias não eram mais nublados como antes. E a animação do último ano de escola me consumia. E isso me deixava ainda mais animada e aos poucos se dissipou toda dor que havia em meu peito. Até não restar mais nada, apenas lembranças de um tempo ruim.

1 ano depois

Eu sinceramente acho que voltar para Forks seja uma forma de enfrentar meus demônios. E em algum momento eu teria que enfrenta-los novamente.

Eu estava perdida em meus pensamentos enquanto arrumava minhas últimas malas quando minha mãe me chama.

— Bella! Filha está na hora. Vamos, vamos, vamos. —Ela fala apressada batendo as mãos para me incentivar.

—Estou quase pronta. Estou só finalizando essa mala. Pode pedir para o Phil colocar essa outra mala no carro por favor. —Ela sai do quarto arrastando uma mala e eu sigo atrás até a saída.

Entro no carro e dou uma última olhada pela janela e encho meus pulmões de ar com os olhos fechados como uma despedida.

—Adeus Phoenix—  Falo baixinho com os olhos ainda fechados.

As coisas estavam meio estranhas. Ou talvez voltar para Forks seja estranho. Mas eu não sei se isso seria só um pressentimento ou pura paranoia por voltar para um lugar com más lembranças.

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A viajem foi tranquila, dormi quase o tempo todo e acordei somente quando o piloto avisou que estávamos polsando no aeroporto.

Me levantei da poltrona do avião ainda me encorajando para viver novamente na pequena cidade chuvosa. Encontrar velhos amigos e velhas lembranças. —Força Bella. —Pensei

Ando lentamente pelo aeroporto até avistar meu pai que me esperava ansioso com um sorriso no rosto.

— Olá filha. Você... você esta linda. — Ele fala me abraçando ainda sorrindo.

—Bella esse tempo te fez muito bem. —Fala sem jeito.

—Obrigada Pai. Você também está ótimo. —Falo dando um sorriso curto.
—Mas agora vamos né. —Fala empolgado.

Forks permanecia igual. O mesmo clima chuvoso de sempre, tão igual quando o dia que sai daqui em busca de uma cura emocional. O mesmo clima, as mesma pessoas e estabelecimentos, desde os antigos amigos da escola quanto a velha lanchonete que costumávamos comer carne e bolo. Tudo estava estranhamente igual. Menos eu... eu havia mudado.

Ao entrar na rua da antiga casa que um dia já foi minha morada. Estava Jacob com um sorriso largo me esperando. Ele era uma memória viva de que tudo que eu vivi não foi apenas uma loucura da minha cabeça.

—Oi... Bella. Nossa você está... está bem diferente.— Disse o lobo sem jeito enquanto me olhava.

— Ah. É... eu mudei um pouco talvez. —Disse dando um sorriso fraco sem jeito.

Jacob me observou uns minutos e finalmente falou.

— Tenho uma surpresa pra você. Bom na verdade é meio que uma devolução na verdade. — Falou rindo.

— Não me diga que é minha picape. — Falei animada.

—Isso mesmo garota.

Logo avistei a velha picape vermelha. Tão familiar.

—Meu Deus ela está igual. — falei surpresa.
– Bom depois que você foi embora Charlie pediu que eu guardasse. E agora trouxe devolta. Você vai precisar dela.

— É. — Falei confirmando com a cabeça.

Entrei na picape e tudo parecia igual. Até mesmo o velho som que eu havia ganhando de Emmet no meu aniversário de 18 anos estava lá. Meu Deus.

Observei o interior do velho carro e fiquei perdia em meus pensamentos quando Jacob falou.

—Bom bella. Eu tenho que ir. Temos visitantes... e... bom nada demais na verdade— Jacob apenas me olhou e saiu.

Mas oque era que estava acontecendo afinal. Não era da minha conta.

Entrei rápido depositei minhas malas na sala e dei um abraço em Charlie.

–Pai. Vou visitar a Angela. Avisei que estava vindo e ela esta me esperando. Volto pro jantar. — Falei saindo pela porta.

Dirigir a velha picape foi diferente. Mas muito família. Segui caminho observando a velha estrada observando. Tudo parecia igual.

Dirigi tranquilamente todo percurso. Mas antes que eu pudesse perceber um volvo preto passou de surpresa na frente da minha picape me fazendo desviar rapidamente.

—MAS QUE INFERNO... Esse maldito não sabe dirigir. —Falei chateada ainda me recuperando do susto.

Foi quando me atentei. Um volvo preto! Não seria possível.

Fiz a curva lentamente para seguir meu caminho. Foi quando meus olhos encontraram um olhar muito familiar.

Não é possível.

Oque um Cullen esta fazendo em Forks.

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