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QUERIDO PERCY
Sinopse: Depois de derrotar Cronos, Amnabeth escreve uma carta para Percy.

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Querido Percy,

Primeiro de tudo, quero que saiba que eu o "querido" foi apenas por educação. Estou com raiva de você. Na verdade, "raiva" é um eufemismo. Caso não saiba o que isso significa, o que é provável, já que seu cérebro está cheio de algas, quer dizer que eu estou diminuindo as coisas. Raiva é pouco comparado com o que eu estou sentindo.

Estou escrevendo isso porque tenho algumas coisas para pôr para fora, e não me sinto pronta para falar pessoalmente. E acho que o jeito que comecei essa carta não é o ideal. Espera, esquece isso. Tenho absoluta certeza. Silena me mataria se ouvisse isso. Mas por outro lado, Clarisse me mataria se lesse o que vou escrever em seguida.

Vamos começar pelo começo?

Tudo começou quando você chegou no acampamento. Annabeth de 12 anos me mataria se eu admitisse, mas eu achei incrível como você derrotou aquele minotauro sozinho. Você não sabia o que era, nem o que tudo aquilo significava, mas aqueles que você ama estavam em perigo, e você fez o que podia para salvá-los. Admirei muito isso em você.

Claro, fiquei enciumada. Estou no acampamento há anos, e nunca tive a chance de sair para uma missão. E do nada, um garoto bonitinho, magrelo e assustado aparece do nada, mata um monstro e vira o favorito. Bem, foi frustrante. Você era irritante. E o fato de você não saber de nada e mesmo assim ganhar todo o mérito contribuiu para eu não ir com a sua cara.

Depois, você me escolheu para participar da sua missão. Fiquei lisonjeada, e te achar insuportavelmente irritante se transformou mais para um te achar um pé no saco na maioria das vezes.

Nos aproximamos muito nesses dias. Claro, como esperar o contrário? Éramos três crianças numa viagem para o outro lado do país lutando incansavelmente para sobreviver. Mas pude te conhecer, e ver que você era muito mais do que eu pensava. Você era corajoso, impulsivo, espontâneo e leal. Eu tive a sensação que se eu tivesse minha força vital num frasco, confiaria em você para cuidá-la.

E, assim, não gostar de você se tornou impossível.

Claro, teve Luke. Posso sentir você revirando os olhos só de ler essas palavras. Mas entenda, eu só tinha ele. Num mundo onde minha mãe era inalcançável, meu pai tinha medo que eu estragasse a família dele, minha irmã mais velha se sacrificou para me salvar, monstros apareciam querendo me matar a cada esquina e amigos morrendo sem parar, a única certeza que eu tinha era Luke.

Ele foi o meu primeiro amor. Talvez não um amor convencional. Talvez um amor circunstancial. Mas ele era a minha única certeza. Até você chegar.

Sei que é racional odiar Luke. Todos no acampamento odiaram. Mas ninguém o conhecia como eu. Apesar de não concordar, eu entendia ele. Eu conhecia ele, sabia o que estava pensando. E por saber tanto, não conseguia me fazer odiá-lo. O que causou várias brigas entre a gente.

No ano seguinte, você apareceu com um ciclope. E não gostar de você voltou a parecer fácil. Mas, Annabeth de 13 anos me mataria se eu admitisse, você tinha razão. Tyson é incrível, e sou feliz por ele ainda estar entre nós. Obrigada por me convencer a dá-lo uma chance. O amo como se fosse da minha família.

Sei que você se sentiu incomodado com não ter aparecido na minha visão no mar de monstros. Mas caso não tenha percebido, você já havia se tornado uma certeza para mim. Você já estava marcado. E, por mais inconsequente que você seja, eu não mudaria nada entre a gente. Não tinha nada para consertar ali.