Capítulo 05

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• Renan Garcia •

- Valeu, bom descanso pra ti. - Fiz um toque com o Caleb.

- Se cuida irmão, qualquer coisa liga. - Ele disse e eu sorri de lado. - Manda um beijo pro Isaac, mó saudade daquele pirralho.

Ri com ele e meti a mão naquela cabeça grande, dando um tapa de leve.

- Respeita meu moleque seu arrombado. - Falei rindo e ele esfregou onde bati, fazendo careta, nem fiz forte cara. - Mas pode deixar irmão. - Assenti pro meu amigo e sai do batalhão.

Eu ia tirar a semana de folga, mãe do meu filho foi viajar com o marido e pedi minhas horas extras pra cuidar do mesmo.

Ana Luiza foi um caso de uma noite só, nos conhecemos em uma resenha na casa de um colega de serviço e acabamos ficando.

Nessa ficada o Isaac veio.

Sim, usei camisinha mas a bendita estourou dentro dela.

Ela tomou a pílula do dia seguinte mas nosso filho queria mesmo nascer.

No começo fiquei bem perdido mas apoiei ela e estive ao seu lado durante toda a gestação.

Viramos amigos e aprendemos a como criar uma criança juntos.

Hoje nosso menino está com 6 anos e tá lindo pra caralho, minha cara pô.

Entrei no carro e dirigi até a escola do Isaac, era perto então logo estacionei o carro e segui até o portão.

Algumas pessoas me olhavam por estar com minha farda dos bombeiros mas ignorei, coloquei as mãos no bolso e esperei meu filho por ali mesmo.

Franzi a sobrancelha vendo a turma dele sair e ele não estava no meio, caminhei até a monitora que liberava os alunos no portão.

- Oi bom dia, o Isaac da turma 104 não saiu ainda? - Perguntei estranhando.

- Bom, a turma dele acabou de ser liberada, mas se o senhor quiser entrar e conferir se ele ainda está por lá, pode ir. - Ela disse e abriu o portão pra eu entrar.

Como as vezes buscava meu filho, ela já me conhecia, ainda mais por sempre estar de farda.

Segui até a sala no Isaac preocupado e assim que ia entrar na sala, alguém se chocou contra meu peito.

Desci o olhar pra pessoa e umedeci os lábios, vendo uma loira baixinha e cheia de curvas na minha frente.

Caralho.

Ela me olhavam com intensidade e eu sabia que não estava muito diferente.

Aquela coisa que ela chama de olhos eram quase transparentes de tão azul.

Despertei do meu transe que pareceram durar horas, com um choro e olhei pra criança que estava em seus braços, vendo meu filho, com a porra de um papel ensanguentado no nariz.

Meu coração errou uma batida.

- Filho o que houve? - Perguntei preocupado e ele pediu pra vir pro meu colo.

O peguei imediatamente e com cuidado tirei o papel que fazia pressão no seu nariz.

- Eu cai e bati o nariz. - Ele disse entre soluços e voltei a pressionar o nariz dele com cuidado que sangrava.

- Ele provavelmente tropeçou assim que levantou da carteira, quando vi já tava no chão e com o nariz sangrando. - A loira baixinha disse com a voz doce e levei minha atenção até mesma.

Parece até um anjo com essa voz calma.

- Tentei estancar mas acho melhor você levar ele pro pronto socorro. - Ela disse preocupada e olhou pro meu filho, passando a mão em sua costas. - Vai ficar tudo bem meu amor, se acalma, respirar fundo igual a prof ensinou semana passada.

Ela falou e meu filho assentiu, respirando fundo pela boca pra se acalmar.

- Vou levar ele, obrigada por ter o socorrido. - Agradeci ela e a mesma sorriu pra mim.

Tá, ela realmente parece um anjo.

Ela beijou a mão do Isaac e eu peguei a mochila que ela ainda segurava.

Nos despedimos rapidamente e caminhei com ele em meus braços pra fora da escola, chamando a atenção de algumas pessoa que estavam ali.

- Olha campeão, o pai precisa dirigir então segura firme esse papel aí, que vou o mais rápido que der. - Falei colocando ele na cadeira de criança que tinha no banco de trás e ele assentiu.

O Isaac segurou o papel com cuidado contra o nariz e eu corri pro banco do motorista, logo dando partida em direção ao pronto socorro da Unimed.

Não demorou muito o caminho e logo eu já estava correndo com ele até a recepção, deixei meus documentos e os dele ali pra ficarem dando a entrada na emergência.

Uma enfermeira me conduziu até a ala pediátrica e lá o doutor tirou o papel do nariz do meu menino com cuidado.

Ele já tinha parado de chorar mas assim que o médico tocou pra examinar, ele gritou e voltou a chorar alto, se afastando.

- Filho, o doutor precisa ver. - Sentei ao lado dele e o puxei pro meu colo. - Segura a mão do pai e desconta a dor apertando ela.

E assim ele fez, gemendo de dor e apertando minha mão com força enquanto o médico examinava.

- Olha pai, está tudo bem, não quebrou, nem nada. Parece que foi só uma veia que rompeu com o impacto mas vamos fazer um raio x e uma tomografia só pra termos 100% de certeza que está tudo bem. - O médico desse tirando as luvas e entregando um pouco de papel limpo pro Isaac.

- Tudo bem, melhor assim. - Assenti e abracei meu filho contra meu peito, que estava mais calmo mas fungava de tanto que chorou.

Ajudei ele a pressionar o papel no nariz e o levei no colo até a sala de exames.

...

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