Capítulo 108

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• Laura Campos Garcia •

23 de março.

Me apoiei com as duas mãos no encosto do sofá e respirei fundo, sentindo uma pontada no pé da minha barriga.

Aquela era a terceira em menos de uma hora.

Me curvei um pouco pra frente e senti aquela dor ir direto pra minha coluna.

Fiquei alguns segundos ali esperando aliviar e levei uma das mãos pra minha barriga.

- O que foi amor? - Renan chegou por trás de mim e apertou meu quadril, me fazendo gemer de alívio.

- Acho que tá na hora mesmo. - Sussurrei e fui envolvida por seus braços.

- Devo ligar pra doula primeiro ou pra obstetra? - Perguntou me abraçando.

- Pra doula e pra minha mãe, e assim que elas chegarem, a gente liga pra obstetra. - Falei calma e passei a mão por seu braço.

O Renan beijou minha cabeça e então se afastou.

Ele me ajudou a sentar no sofá e foi rapidamente pra cozinha.

Me encostei pra trás, fechando os olhos e abri bem as pernas, sentindo o incômodo da dilatação começar.

- A Bia vai nascer tia? - Ouvi a voz do Isaac e sorri assentindo.

- Vai amor. - Passei a mão por seu rostinho e tanto ele quanto o Kevin pularam felizes.

- Vamos ajudar o papai a montar sua piscina então. - Disse feliz e pegou a mão do irmão, correndo até o pai que estava na cozinha.

Sim, piscina.

Escolhi ter minha bebê em casa.

Um parto natural, humanizado e domiciliar.

Desde o começo da gravidez a minha obstetra me deu essa opção, assim como a da maternidade.

Eu e o Renan começamos a pesquisar por pura curiosidade em como seria esse parto humanizado em casa e no meio de tudo que lemos, nos encontramos ali.

Então contratamos uma doula que vem acompanhando a gestação de perto e nos dando dicas de exercícios pra tudo ocorrer bem na hora.

Minha doula é especializada em parto domiciliar e tem tudo que eu precisarei para ficar confortável.

Só nos pediu para comprarmos uma piscina inflável grande.

Ela disse que poderíamos convidar quem quiséssemos para assistir e no começo até fiquei receosa em deixar os meninos participarem mas minha mãe garantiu que estará junto e ficará com eles, os deixando entrar no ambiente apenas quando for permitido para não se assustarem.

Logo os três voltaram pra sala e vieram pra perto de mim, o Renan sorriu de lado e beijou minha testa assim que se sentou no sofá.

Grunhi de dor quando uma nova contração veio e joguei meu corpo pra frente.

Meu marido imediatamente começou a massagear minha lombar, assim como os pequenos.

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