Capítulo 65

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• Laura Campos •

Bufei irritada e me abaixei, deixando meu bebê na porta de sua sala.

Sorri de leve pra professora e a entreguei a pequena mochila do homem aranha.

Meu pretinho acenou feliz e correu pra deitar com os amiguinhos.

Suspirei e me virei, vendo o Renan parado atrás de mim com um sorriso bobo, também olhando meu filho.

Passei por ele mas não fui muito longe, pois ele agarrou meu braço com cuidado e me virou de frente pra si.

Olhei em seus olhos e me soltei, voltando a cruzar os braços.

- Desculpa teu preto, minha loira. - Ele disse com a voz toda fofa, com carinha de arrependido.

Mas me mantive firme.

Bati o pé no chão e continuei o olhando.

- Te deixei quieta até agora mas pô, quero ir trabalhar com você chateada comigo não. - Ele disse baixo e chegou mais perto, passando a mão pelo meu rosto.

Engoli em seco, lembrando com o que exatamente ele trabalha e fechei os olhos, aceitando seu carinho na minha bochecha.

- Prometo não fazer mais, só naqueles momentos em que você gosta. - Ele disse baixo e suspirei, abrindo meus olhos.

- Eu pedi pra você parar e não foi apenas uma vez. - Eu disse baixinho e senti meus olhos se enchendo de lágrimas.

- Eu errei, sei disso amor, mas por favor me perdoa minha loira. - Ele enlaçou o braço na minha cintura e suspirou, me puxando pra perto.

Minhas mãos foram para o seu peito e eu assenti, apertando sua camiseta do uniforme entre os dedos, segurando as lágrimas nos olhos.

- Só não faz de novo. - Falei baixo e me inclinei pra cima.

Ele se aproximou e juntou nossos lábios em um selinho longo.

- Mais tarde a gente conversa melhor sobre isso, só não quero ir trabalhar com a ideia de que você está chateada comigo. - Ele disse contra minha boca.

Por que parece que ele tá pressentindo que algo vai acontecer?

Eu segurei o choro na garganta só de imaginar em perder ele, estando brigada por algo que pode ser resolvido com apenas uma conversa.

Poxa é o Renan, sei que ele não fez por mal.

Levei as mãos até seu rosto e juntei nossos lábios mais uma vez, antes de me afastar completamente.

- Se cuida preto, qualquer coisa me liga. - Sorri de lado pra ele, vendo seus olhos voltarem a brilhar na minha direção.

- Se cuida minha gata, até mais tarde se Deus quiser. - Ele beijou minha testa e se afastou, com as mãos no bolso da calça.

Passei a mão no peito sentindo um leve aperto e em uma rápida prece pedi pra Deus proteger meu namorado hoje e sempre.

Respirei fundo e caminhei até minha sala de aula, já encontrando alguns do meus alunos por ali.

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