Capítulo 38

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• Laura Campos •

Mordi a ponta da unha, pensando no que o Isaac falou mais cedo.

Renan apaixonado por mim?

Em duas semanas que nos conhecemos?

Suspirei e olhei pra minha pequena aluna que chegava na minha mesa com sua apostila.

Me sentei ereta na cadeira e peguei meu lápis, a ajudando a formar a palavra que ela não estava conseguindo.

Ela voltou pulando feliz pra sua carteira e eu olhei meu celular que estava no canto da mês, rapidamente.

Ainda eram 14:45h.

Me levantei completamente ansiosa com aquele assunto e decidi passar de mesa em mesa pra não surtar de vez.

As horas precisam se arrastar e assim que tocou o sinal de fim de aula, me despedi de todos e fui buscar meu filho.

Mandei mensagem pra minha mãe que estava indo buscar ela e guardei o celular na bolsa.

Sai da escola com o Kevin em meus braços e caminhei até o carro do Renan, que já me esperava encostado no mesmo.

Ele abriu a porta quando viu eu me aproximar e sorriu de lado.

Cerrei os olhos pra ele e coloquei meu bebê na cadeirinha, fechando seu cinto com cuidado.

Deixei as bolsas no banco e me afastei, deixando o Renan fechar a porta.

- Tá brava comigo? - Ele me perguntou e me puxou pela cintura.

- Tô ansiosa com o que o Isaac disse, mas depois a gente conversa sobre isso. - Suspirei e fiquei nas pontas do pés, com as mãos em ambos os lados do seu rosto.

Ele se inclinou pra baixo e selou nossos lábios.

- Sim, melhor depois mesmo. - Ele sorriu nervoso e nos afastamos.

O Renan abriu a porta do passageiro pra mim e eu entrei, passando o cinto de segurança pelo corpo.

Logo ele entrou no carro e colocou a mão na minha perna, coloquei a minha por cima e olhei pra fora da janela enquanto ele dava partida direto pro meu apartamento.

...

Depois que pegamos minha mãe em casa, passei o endereço pro Renan e ele nos levou até lá.

- Vou em casa tomar um banho e pegar um uniforme limpo, aí venho buscar vocês. - Ele disse assim que estacionou na frente do escritório e eu assenti.

- Se cuida. - Beijei seu rosto e ele resmungou, a mão dele agarrou meu cabelo com força e então ele me puxou pra me beijar na boca.

Eu ri contra seus lábios mas retribui, antes de me afastar e sair do carro rindo da cara da safado dele.

- Tá tudo bem com vocês? - Minha mãe perguntou com o Kevin em seu colo.

- Sim, só umas coisas na cabeça mas vamos resolver isso mais tarde. - Passei meu braço por suas costas e a levei pra dentro do escritório. - Agora vamos resolver a situação da senhora.

Ela sorriu nervosa mas vi uma certa felicidade brilhando em seus olhos.

Caminhamos até a moça da recepção e falei meu nome e sobre a reunião agora com o Doutor Fernando de Souza.

Ela nos indicou a sala avisando que ele já estava a nossa espera e então fomos juntas.

Bati na porta levemente e entrei, sendo seguida pela minha mãe e meu bebê.

Um homem enorme se levantou de trás da mesa e veio em nossa direção, completamente sério.

- Bom dia doutor, sou Laura e essa é minha mãe Letícia. - Apertei a mão dele que sorriu de leve e então me afastei pra ele cumprimentar minha mãe.

Arqueei a sobrancelha vendo ele olhar do meu filho pra ela e então pegar sua mão, segurei a risada vendo que a cara de sério tinha sumido, dando lugar a um sorriso bobo enquanto levava a mão dela aos lábios.

Ele deixou um beijo ali e minha mãe tinha os olhos arregalados, ofegando pesado.

- É um prazer lhe conhecer Letícia. - Ele disse com a voz extremamente grossa.

- O prazer é meu. - Minha mãe disse baixinho e se afastou totalmente envergonhada.

Meu Deus, o homem tá completamente encantado com minha mãe ou é impressão minha?

Ri baixinho e me aproximei antes que ela caísse dura.

- Então, vamos começar? - Perguntei pra ele que ainda tinha os olhos nela.

- Sim, por favor. - Ele apontou para as cadeiras em frente a mesa de madeira e foi se sentar na sua, que ficava atrás.

Peguei meu filho e o sentei no meu colo.

- O que traz vocês aqui? - Ele perguntou, dessa vez com sua postura séria novamente.

- Meu divórcio. - Minha mãe disse firme e vi os olhos dele brilharem com aquela informação.

- Me conte tudo então e te direi a melhor alternativa pra seguir com esse processo. - Ele cruzou os braços no peito e peguei a mão da minha mãe.

Ela me olhou relutante e eu assenti, a dando forças pra contar tudo.

Dali em diante foi como se ela estivesse se livrando de um peso, cada palavra dita por ela, era como se ela voltasse a respirar com mais tranquilidade.

Já o homem a nossa frente, só faltava soltar fogo pelos olhos de tão puto que estava, mas se controlou e deixou que ela contasse tudo.

...

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