dualidade

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tem essa parte
que quer se separar de mim
este eu que se pudesse
desfrutaria o mundo
lambendo os dedos
este eu que não
aceita ordens
que quer escrever sobre
prostitutas mágicas,
odeia à ideia de
família
casamentos
multidões
empregos maçantes
e tudo mais tradicional
possível: malicioso,
perverso

se fosse concedido teria um milhão
de vidas em uma, que
acredita que dinheiro é lixo

estamos a par de algumas ideias
ainda assim,
quando eu
no cotidiano exprimo os olhos
e sento no canto do quarto
para chorar,
nós dois sabemos o porquê.

entre nossas
complexidades,
e sofrimentos mudos,
entre não saber
o que vamos fazer
porque escrever
parece ser a
única coisa a fazer
estamos falidos
e fadados
a nos unir
por um
mesmo
motivo.


o homem que trocou todos seus poemas por amorOnde histórias criam vida. Descubra agora