um poema para se ler no futuro

14 1 0
                                    

eu matei uma alma essa noite.
agora quero passar sabonete no corpo
um que cheire bem,
shampoo nos cabelos,
beber uma boa quantidade de água,
comer uma bela carne gordurosa,
tomar um banho quente,
me vestir de uma forma
confortável
logo
estar entre você nos nossos dois colchões de solteiro,
tá frio hoje
o mundo não pede loucura
o dia não pede loucura
gostaria que fosse assim para sempre
sem esse tornado
que arranca os telhados e cresce um raio ao
redor da minha cabeça
esse nervo do poema
que parece um carburador

você não acreditaria se eu dissesse
que te amo
esse chão agora gasto, meio agreste
é um chão futuro
coberto por árvores com troncos e galhos
que poderão subir no céu
e terá um balanço
talvez crianças brincando
este chão agora árido
é um chão futuro
é um poema
futuro.

o homem que trocou todos seus poemas por amorOnde histórias criam vida. Descubra agora