morte a meia-noite

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quero ir embora

isso, agora mesmo

no meio da noite gostaria de fazer minha maleta e encontrar um ônibus

é demais para mim estar acordado

é demais para mim conversar de menos ou de mais

vou ao México,

vou a casa daquela morena que a

mãe não deixa sair a esse horário,

vou lhe propor

fazermos um filho.

eu sou meio doido

mas eu te amo.

não ouve

o relógio da morte

dizendo que a cada minuto que passa

nós vamos morrer?

uma vez alguém

me disse que

essas explosões

noturnas

que saem da minha alma,

é ansiedade.

ponha ansiolíticos e ansiosos

e os transformem em palavras por favor

algo que me salve do meu vício em bebida e tarja preta.

quero ver o sol nascendo novamente sobre aquele monte de pedras

vou quebrar aquelas madeiras que protegem aquela pequena árvore

talvez eu tenha que assassinar um homem,

mama

vou infligir as leis

mas não pelo dinheiro

não por mim

tudo que eu faço

tudo que eu sou

o meu meio e o meu fim

terminam em poesia

tudo que eu digo é fantasioso

tudo que eu digo não faz sentido e é verdade,

mamãe

quero morrer como o fim

De um bom e sonolento poema

que aqui jaz.

o homem que trocou todos seus poemas por amorOnde histórias criam vida. Descubra agora