você sente?
tenho todas estas palavras fervilhando nos meus nervos
o poema é a peste
o poema são vermes sob
minha pele
ele ficou bêbado demais
por se sentir mal demais
ele sonhou com um dia lindo na praia
como se tivesse nos braços de Deus
então ele pegou sua tristeza e arrebatou-a
para o último céu
depois de Andromeda
então um carro o pegou
com tanta força
que ele foi jogado contra um muro
esmagando todos seus pecados,
um sorriso entreaberto surgiu no
seu rosto ensaguentado
antes de todos os seus dentes caírem
e ele se sentir vivo minutos
antes de ver a morte,
linda,
bela
suave como uma pluma,
como um arrepio
abaixo da orelha
ela abocanhou
seu sentimento ruim
e sussurou
"o momento certo é sempre agora",
seus olhos inconformavelmente ferozes, sua transfiguração, sua metafísica, ela leu todos aqueles pensamentos
e sentiu vontade de queimar
o ambiente
de queimar a biblioteca nacional
uma incendiária, uma confusa, ela cuspiu, cuspiu
e sobre seu peito
ela começou a chorar
enchendo a cidade
que era um buraco
numa montanha,
descendo as avenidas
causando batidas
alagamentos
pessoas mortas por afogamento,
não havia para onde ir,
a cerveja se tornou horrível
a água se tornou horrível
e aqueles que puderam beberam todo
o estoque
antes deles transformarem o planeta terra
na porra de um globo
de lágrimas.
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o homem que trocou todos seus poemas por amor
Poesíapor tudo que foge, por tudo que afunda, por tudo que não pode ser outra coisa senão o que é. pelo poema atrás da minha orelha como uma moeda.
