Eduarda
Hoje não estou me sentindo muito bem, sinto minha cabeça latejar e piora bastante quando entro na boate vendo aquele monte de luzes coloridas piscarem enquanto a música eletrônica alta preenche o local, guardo minha bolsa no compartimento do balcão e pego uma garrafa d'água e tomo um comprimido para ver se consigo melhorar até o final do trabalho.
- Você está bem?. Vitória pergunta ao próximar e tocar meu braço.
- Estou com uma dor de cabeça daquelas! Digo a ela.
-Tomou algum remédio? Mostro a pequena cartela de comprimidos a ela que apenas afirma e sai.
Entrego o drink para a mulher que sorrir agradecendo e vejo senhor Ruan sentar no banco enquanto me encara e confesso que esse homem me deixa muito desconfortável.
- Qual seu pedido?. Indago a ele que continua a me encarar como se estivesse pensando em algo e sorrir.
- Uma caipirinha tradicional! Diz e me afasto para prepara-la, retorno deixando o drink em sua frente e antes que possa me afastar ele segura minha mão. - Posso lhe perguntar algo?. Afirmo desconfiada e retiro minha mão do seu agarre. - É verdade que você e sua irmã estão morando na casa de Diego? Indaga.
- Sim, tive alguns problemas pessoais e o senhor Fontana se dispôs a me ajudar, então estou morando temporariamente em sua casa! Ele afirma.
- É que todos estão comentando sobre isso, inclusive sobre o rumor de vocês estarem tendo um caso! Diz tomando um gole de sua caipirinha ainda sem desviar o olhar de mim.
- Sabe o que eu acho sobre esses rumores senhor Ruan?. Ele nega. - Acho que se todos fizessem seu trabalho direitinho não teriam tempo para ficar fofocando sobre a vida dos outros, além do mais eu e o senhor Fontana somos solteiros, então não vejo o por que desse auê todo encima disso, então por favor pare de corroborar com fuxico de gente desocupada e se me der licença preciso voltar ao trabalho! Digo a ele que me olha vermelho e vejo raiva em seus olhos escuros.
- Claro me desculpe! Diz tomando toda a sua bebida e deixa o copo vazio com força demais, ele me encara pois um pouco se afasta em seguida.
"Esse homem exala perigo e a única coisa que irei fazer e ficar longe dele"
Antendo mais alguns clientes e chamo Thiago para ficar em meu lugar por um momento. Vou até o banheiro dos funcionários e jogo um pouco de água em meu rosto para ver se alivia o mal estar, em seguida entro em uma das cabines para urinar já que estava apertada também. Ouço a porta se abrir e fico quieta já que aqui é o banheiro de funcionários é queria ver a procedência do "rumor" espalhado por Bruna já que ela era a única que sabia dessa história.
- Sério, ainda não entendo o por que dele ter me trocado por aquela gorda ridícula! Seguro a risada ao ouvir a voz indignada de Bruna.
- Bom se eu fosse homem eu também não a negava, Eduarda é uma mulher bonita e seu peso não interfere em nada, além do mais é uma mulher prestativa e bastante divertida, até seu Ruan que é um homem exigente em relação a aparência física tem uma queda por ela, e você só está indignada por que o chefe te dispensou por causa dela! Diz Tereza e fico até surpresa pois achava que ela me odiasse já que toda vez que tentava me aproximar dela ela sempre agia estranho e se afastava.
- Não sei que beleza é essa, e o pior é que todos sabemos que ela só está com ele por interesse financeiro! Bruna diz e sorrio contido.
- Não sei do que está reclamando já que você também estava com ele pelo mesmo motivo! Tereza afirma.
- EU AMO ELE! Bruna fala alterada.
- Se você diz, mas não esqueça Bruna viver um amor unilateral não é saudável e para de tentar prejudicar Eduarda pois sabemos que ela é protegida pelos Fontana, então não entre no caminho deles e muito menos se coloque como inimiga, pois sabe que seu destino não será nada bom! E fico intrigada o porquê ela temer tanto Diego e sua Família.
"Estranho"
Saio de dentro da cabine e vejo Tereza ficar tão branca quanto papel ao me ver, dou um sorriso para ela e vou até a pia lavando minhas mãos calmamente olho para Bruna que me encara com puro ódio, pego uma papel filha de papel toalha e enxugo minhas mãos e o jogo no lixo e paro em frente à Bruna.
-Limpe o veneno meu anjo está escorrendo bem aqui! Aponto para o canto de sua boca e sorrio saindo do banheiro a ouvindo me xingar.
Volto para o bar e Thiago ficou ali comigo por um tempo me ajudando a servir a mando de Fontana, até Ruan o mandar para atender os clientes da área vip. Sinto meu corpo formigar e ao olhar vejo Fontana sentado no sofá com alguns homens enquanto me encara, algumas das garotas os acompanhavam e vejo Bruna tentar se aproximar dele o tocando em seu braço e logo ele a afasta o que a faz cruzar os braços em desagrado.
Arqueio uma sobrancelha em interrogação e ele sorri levantando o copo com a bebida para mim, como se tivesse brindando no ar e volta a atenção para o homem que estava falando algo.
Vou pegando no trabalho tranquilamente apesar da dorzinha enjoada de cabeça, pego uma garrafa de rum na prateleira e quando me viro acabo sentindo um frio no estômago ao ver meu pai ali sentado.
-Então é aqui que você trabalha? Indaga olhando em volta.
- Sim! Digo e corto alguns limões os deixando dentro da bandeja.
- Acho que vai ser de utilidade o Juiz saber o tipo de trabalho que você tem! Sorri.
Largo a pequena faca e apoio minhas mãos sobre a madeira do balcão.
- E o seu tipo de trabalho será que vai ser de utilidade ele saber também? Até porque no meu trabalho não vendo ou faço nada ilegal, diferente de você que vende drogas em boca de fumo, e ainda é usuário, além de um cachaceiro agressor e covarde que agride uma criança por que é um preguiçoso que não tem coragem de levantar a bunda do sofá para pegar a própria cachaça! Digo a ele que tenta me acertar um tapa mas Fontana segura seu braço impedindo a agressão.
- Se encostar nela vai direto daqui pra cadeia, aliás não precisa encostar nela já que você desobedeceu uma ordem da justiça! Ele pega seu celular e digita algo bem para seu primo. Vejo meu pai ficar nervoso enquanto tenta se soltar das mãos de Fontana.
- Aliás como entrou aqui? Até onde sei precisa de um carimbo de autorização para entrar e vejo não ter nenhum em sua mão! Fontana me encara e depois olha para Bruna que se encolhe e suponho que foi ela que facilitou a entrada de meu pai.
Fontana chamou os seguranças que seguraram meu pai até que vejo o delegado entrando e sorrir ao ver meu pai sentado no banco visivelmente nervoso.
- Então parece que nos encontramos novamente hum? vou colocar esse lindo acessório em você! Diz sarcástico enquanto balança a algema.
Sorrio aliviada quando meu pai é levado para fora acompanhado de dois policiais.
- Obrigada por vim! Digo agradecida e ele apenas afirma e vai embora.
-Me agradeça fazendo um drink bem gostoso para mim! Diz e afirmo. -Sábado irei vim aqui já que é minha folga e cobrarei por esse pagamento! Diz piscando para mim e vai embora deixando um leve soco no peito de Fontana.
- Você está bem?. Fontana curva sobre o balcão e se aproxima segurando meu rosto e afirmo, ele sorrir e me dá um selinho me fazendo paralisar. - Que bom! Desce do banco que estava sentado e se afasta indo para a mesa que estava antes e vejo os homens sorrindo para ele.
Continuo o encarando até um homem chamar minha atenção e vou atendê-lo. Mas sem deixar de observar os olhares atentos de alguns dos funcionários, e o que mais me incomodou foi o olhar do senhor Ruan, que estava ao lado de Fontana ele fechou as mãos em punho ao olhar para Fontana quando ele respondeu algo ao homem do seu lado, e deixou um último olhar em minha direção antes de levantar e se misturar no meio da multidão que já tinha voltado a se divertir.
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Nas garras do Chefe
Ficção GeralEduarda Lima uma bartender de 23 anos leva uma rotina diária cansativa ao cursar faculdade, trabalhar , e cuidar de sua irmã mais nova, ainda ter que aguentar os abusos de um pai viciado e violento. Diego Fontana dono da grande boate Luxury em que E...