EDUARDA
Desperto sentindo uma leve pontada em minha fronte e observo ao redor estranhando o local que estava, vejo alguns carros praticamente iguais estacionados enfileradamente no grande espaço. Procuro por Fontana o vendo encostado em uma grande coluna pintada de cinza com uma larga faixa amarela na parte superior onde exibe o número "32" em cor preto. Ele está no celular e noto que não é um assunto agradável já que o mesmo gesticula com agressividade enquanto seu rosto está praticamente contorcido de raiva, ele suspira fundo afastando o celular do ouvido e me assusto quando o mesmo joga o celular no chão fazendo pedaços do aparelho espalhar por todos os lados. Destravo o cinto de segurança e abro a porta que faz um click abafado e desço do carro sentindo uma corrente feia arrepiar meu corpo, o lugar está extremamente silencioso e com baixa iluminação e aquilo me trás uma sensação ruim, caminho até Fontana que está encostado na pilastra enquanto sua cabeça pende para trás apoiada na coluna de concreto e seus olhos estão cerrados com força, causando até mesmo uns vincos ao redor de seus olhos, seu peito sobe e desce de forma prolongada enquanto ele respira fundo tentando controlar a raiva. Paro em sua frente deixando um espaço de dois passos entre nós.
-Tudo bem?. Indago e ele abre os olhos me encarando profundamente.
-Sim! Responde com tensidade na voz.
Resolvo não perguntar mais sobre isso, se for algo que me envolva ele irá falar.
-Onde estamos?. Questiono olhando ao redor. O estacionamento me lembra muito aqueles filmes de suspense e me encolho me aproximando mais de seu corpo, ainda mais quando um barulho de um automóvel se faz presente e logo um carro de cor escura se aproxima. O farol do carro nos ilumina e Fontana me puxa de encontro ao seu corpo apertando-me em um abraço. Ele leva sua mão livre até suas costas e ouço o click de sua arma sendo destravada, o carro estaciona um pouco distante e é desligado, um homem e uma mulher descem do automóvel e se aproxima de nós.
-Chefe! O homem se dirige a Fontana e desvia seu olhar para mim rapidamente, retornando sua atenção novamente para Diego que ainda me mantém em seus braços.
- Tudo certo?. Fontana inqueri para o homem que apenas afirma e sem falar mais nada se retira sendo acompanhado pela mulher que estava junto a ele. Acompanho seus passos até ver ele pegar minha mala que descansava ao lado do carro a puxando em direção a uma porta dupla metálica e aperta o botão chamando o elevador que não demora a vim, a dupla entra no espaço e o homem deixa seu braço estirado impedindo que a porta se feche. Fontana me puxa com o braço ainda ao redor de minha cintura e juntos entramos na grande caixa metálica de paredes espelhadas do prédio, reparo um pouco na parede que reflete minha aparência cansada, ajeito meus cabelos que estavam um pouco rebeldes e bufo por fim o amarrando em um coque alto. -Essa é minha esposa Eduarda! Fontana quebra o silêncio e os três pares de olhos o encara. O encaro em choque por suas palavras assim como os outros dois, o homem pigarreia. - Ela está sendo ameaçada por Hakam, então Rogério quero que monte uma equipe de segurança com seus melhores homens, e vocês serão responsáveis por protege-la, e a ordem é matar qualquer pessoa que vocês percebam que estará colocando a vida dela em risco e a partir de hoje somente a equipe de segurança terá acesso direto a cobertura, outras pessoas terá que ser solicitada a minha autorização! Ele fala em um tom sério e o homem afirma veemente.
As portas se abrem após um barulho suave, e a dupla adentra a cobertura levando a mala, Fontana segura meu pulso me puxando para fora do elevador. Olho ao redor admirando o local luxuoso e me aproximo das grandes janelas de vidro admirando a cidade, a noite já está caindo e a cidade se iluminando com as luzes artificiais dos prédios e casas, o céu se encontra em um laranja moderno enquanto o sol reflete seus últimos raios luminosos.
Fontana se põe ao meu lado, enquanto afrouxa a gravata de cor vermelha com detalhes dourados.
-Você tem uma visão privilegiada daqui! Digo voltando minha atenção para a cidade que fica cada vez mais iluminada ao passar dos minutos. Sorrio ao lembrar de Clarisse, ela com certeza iria adorar admirar essa vista.
-Chefe já deixamos a mala da senhora Fontana em seu quarto! A voz grossa se faz presente chamando nossa atenção, confesso que senti meu estômago retorcer quando o segurança referiu-se a mim como uma Fontana. - Precisa de mais alguma coisa senhor?. O homem esconde seus braços atrás de suas costas enquanto sua postura ereta lhe dar um ar de intimidação.
-Preciso que configure o comando digital do elevador partir de hoje ficará disponível apenas para o uso da equipe de segurança, e quero que melhore a vigilância no estacionamento, observei que apesar de ter câmeras ainda existe pontos cegos e pouca iluminação, e que seja feita uma checagem sigilosa dos que estão aqui dentro, não quero correr o risco de ter algum traidor, e nos andares abaixo do meu tenha uma vigilância mais rígida com os melhores homens de sua equipe, a entrada e saída dos inquilinos que não trabalha para mim deve ser monitoradas e avise-os que a partir de hoje a entrada será liberada apenas para os moradores! Ele comanda e o homem apenas afirma. -Podem ir! O homem e mulher deixam um leve acenar de cabeça e se retiram do local. Logo ouço o mesmo barulho suave indicando que eles foram embora.
-Não precisa disso tudo! Resmungo e Fontana suspiro se jogando no grande sofá em forma de "U".
-Claro que precisa Eduarda, isso é para sua segurança! Murmura e me aproximo dele me sentando ao seu lado, ele retira os sapatos com os próprios pés e se ajeita deitando sua cabeça em minhas coxas. Toco seu cabelo e seu corpo relaxa de imediato, desço minha mão na linha do seu mandibula sentindo sua barba penicando minha palma que descansa em sua bochecha. Ele continua de olhos fechados e suspiro.
-Obrigada por tudo que está fazendo por nós, Fontana, e me desculpe por ter lhe colocado nessa situação! Expresso e ele abre seus olhos me encarando, mas sem dizer nada. - Meu pai estava certo quando dizia que sou um ímã para confusões! Murmuro e ele coloca sua mão sobre a minha.
- Não tem o que se desculpar Eduarda, eu irei fazer o que for do meu alcance para proteger você e a pequena Clarisse! Ele diz em tom baixo e apenas afirmo voltando a olhar lá para fora enquanto acaricio seus cabelos macios.
Oi gente trouxe mais uma atualização pra vocês. Me desculpem pela demora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nas garras do Chefe
General FictionEduarda Lima uma bartender de 23 anos leva uma rotina diária cansativa ao cursar faculdade, trabalhar , e cuidar de sua irmã mais nova, ainda ter que aguentar os abusos de um pai viciado e violento. Diego Fontana dono da grande boate Luxury em que E...