EDUARDA
Acordo assustada com o pesadelo que tive, meu corpo todo treme e meu coração bate rápido em meu peito, respiro fundo levando minhas mãos até meus cabelos os afastando de meu rosto. As cenas macabras do sonho projetam em minha mente como cenas de um filme de terror, arrepio ruim passa por todo o meu corpo ao lembrar dos olhos perturbadores e sorrisos doentes de divertimentos de Bruna e Hakam enquanto me perseguiam em meio a floresta fechada de ar rarefeito, levo minha mão até meu peito tentando acalmar meu coração.
A porta do banheiro do quarto abre devagar me deixando tensa, mas logo suspiro quando Fontana passa por ela apenas de calça e uma toalha escura em mãos, me deito novamente no colchão sentindo a dor de cabeça aumentar ainda mais.
-Como está?. Indaga em preocupação ao se sentar na cama bem próximo a mim, segurando minha mão logo em seguida.
-Nada bem! Murmuro em um fio de voz. - A insegurança de que a qualquer minuto alguém possa me matar está me enlouquecendo! Digo com a voz embargada.
-Ninguém fará nada com você Eduarda, matarei a todos antes mesmo de te machucarem, não se preocupe! Diz me fazendo ficar tensa com a ameaça proferida, é estranho você está ao lado de um criminoso que está ameaçando matar as pessoas e mesmo assim se sentir bem com sua presença, o encaro por alguns instantes enquanto seu dedo faz círculos na pele de minha mão e de alguma maneira aquele gesto trouxe um pouco de segurança a mim.
- O que tanto pensa? Pisco algumas vezes para sair da minha própria mente, abano a cabeça em negativa.
-Em nada específico! Minto e ele afirma desconfiado.
- Clarisse está a caminho da Inglaterra com minha irmã e Caim, as coisas estão difícieis para a manter aqui, Hakan é um homem sem escrúpulos e qualquer coisa que ele puder usar para afeta-la ele irá fazer, sua irmã é seu ponto fraco Eduarda então é melhor a deixarmos bem segura e longe de toda essa confusão! Diz e sinto um pesar em meu peito com a notícia de que passarei tanto tempo sem ver minha bebê. -Não se preocupe, minha irmã irá cuidar bem dela, dona Alice foi junto para ajudar!.
Afirmo em entendimento e ele sorri minimamente. Levanto indo até o guardo-roupa e ao abrir as portas do móvel noto que minhas roupas sumiram, olho para Fontana que aponta para duas malas próximas a porta.
- Você não pode ficar aqui, você está muito exposta nessa casa e será um alvo fácil! Suspiro por ter que deixar minha casa mais uma vez. - Não se preocupe quando tudo isso acabar e você estiver segura poderá voltar para casa novamente, mas por enquanto temos que a deixar longe de qualquer lugar que a torne alvo fácil para os capangas de Hakan, incluindo a faculdade e a boate, pois são lugares públicos e qualquer um pode se infiltrar! Diz vestindo sua camisa.
- Ou seja, perder a minha liberdade por causa de um filho da puta machista que se acha o rei do mundo! Digo com raiva. Claro que estou com medo de perder minha vida e deixar minha irmã sem ninguém no mundo, mas isso não me impede de sentir raiva de um escroto que acha que todos devem se curvar sobre seus pés como se ele fosse alguém da realeza.
-Eu sei que é difícil, mas temos que tomar o máximo de cuidado! Ele se aproxima e segura meu rosto. -Sua segurança é o mais importante agora! Suspiro em resignação. Ele junta nossos lábios em um beijo calmo, seus lábios tem um gosto de nicotina e álcool, levo minhas mãos até sua cintura o puxando mais para mim enquanto aprofundamos o beijo urgentemente, sua mão enrola em meu cabelo e suspiro entre entre o ósculo quase lascivo. Nos separamos quando alguém força uma tosse, olho para Fontana que continua próximo a mim, seus lábios estão levemente vermelhos e inchados. Ele solta meu cabelo e me afasto completamente de seu agarre.
- Nós lá embaixo preocupados com a demora de vocês e os dois aqui no maior amasso, cadê a consideração?. Diz o tal de Alves, olho para ele que está com as mãos nos bolsos encostado no batente da porta semi aberta enquanto um sorriso sarcástico molda seus lábios.
- Você é um intrometido? Fontana reclama olhando para o amigo com raiva e concordo com ele, esse Alves tem uma personalidade que me faz gostar e odiar-lo ao mesmo tempo.
O mesmo dar de ombros e toda a diversão que ele expressava agora se foi dando lugar à seriedade.
-Temos que conversar, descobrimos uma coisa que irá odiar saber! Diz passando a mão no cabelo curto e se vai deixando a curiosidade aflorada em mim e Diego. O seguimos para a sala e sinto a tristeza me invadir ao olhar ao redor e ver tudo destruído. A namorada/ esposa de Alves varre os vidros espalhado pelo chão os juntando com a pá, reparo que a polícia também está ali na minha casa, tirando alguns vizinhos curiosos que estão tentando olhar para dentro de casa. O delegado passa pela porta e sorrir ao me ver.
-Olá Eduarda quanto tempo?. Se aproxima e aperta minha mão.
-Pena que sempre que nos encontramos é em uma situação incoveniente! Digo a ele que sorri afirmando. Fontana segura minha mão e me guia até o sofá, o delegado mandou os policiais que estavam conosco na sala para fora com a desculpa de conter os curiosos e a imprensa.
-Descobriu algo?. Olho para o delegado que segura uma pasta preta na mão.
-Os atiradores que tentaram contra Eduarda não são homens de Hakam! Diz abrindo a pasta sobre a mesa e vemos a ficha criminal de dois homens completamente tatuados. -Eles fazem parte de um grupo de assassinos de aluguel! Diz e a minha respiração engatou em minha garganta por um momento.
-Então se não é aquele homem que está tentando me matar... Então quem é?. O delegado olha para Fontana.
-Bruna!. Os dois dizem me fazendo ficar perplexa, sei que eu e Bruna tivemos muitas desavenças, mas nunca pensei que ela seria capaz de mandar me matar por conta disso.
-Por que ela faria isso?. Olho para os dois perdida.
-Bruna, ou melhor Betânia Santiago Morales é uma paciente fugitiva do hospital psiquiátrico Ramón de lá Fuente na cidade do México. Ela foi internada após uma tentativa de assassinato, Betânia trabalhava em um escritório de advocacia e criou um amor possessivo por seu chefe, quando ela descobriu que o homem tinha uma namorada a mesma tentou mata-la durante um surto psicótico, Betânia também sofre de psicopatia grau leve! Ele respira fundo passando as mãos em seus cabelos.
-Espera então ela está fazendo isso tudo por causa de Diego?. Ele afirma. -Então na verdade a pessoa que devemos nos preocupar é Bruna quer dizer Betânia?. Ele nega.
-O caso vai além disso, Betânia e um grande perigo em sua vida, ainda mais pelo fato de a mesma está foragida! Olho para Fontana que tem um olhar distante enquanto mexe no grande anel em seu dedo.
-Foragida? Por que?. Questiono atônita com tudo que ele está dizendo.
-Bem...Isso é algo confidencial ainda estamos investigando as veracidade das denúncias, mas o que eu quero dizer é que de certa forma Hakam também é um problema em sua vida, ele entrou em contato com Diego depois do que houve aqui, de uma certa forma temo que ele e Bruna estejam trabalhando juntos! Respiro fundo esfregando minhas mãos em nervoso.
-Ele também pediu uma negociação?. Continuou.
-Negociação?. Ele afirma. - Que negociação?.
-Ele está disposto a dar o lote de armas que Diego e ele estavam negociando em troca de...! Ele enrola.
-Em troca de que?. Sinto o nervosismo aumentado e uma tremedeira toma conta de meu corpo. -Em troca de quê delegado?. O indago com receio.
- Você! Diz e o ar falta em meus pulmões. -Ele quer que Diego entregue você a ele! Olho para Fontana que me encara minuciosamente e nesse momento fico apavorada pois seu rosto não demonstra nenhuma reação, está totalmente inexpressivo.
-Você irá fazer isso?. Inquiro sentindo meu coração inquieto em meu peito. Ele apenas continua a me olhar fazendo o medo aumentar ainda mais ao ponto de meu corpo começar a adormecer. -Fontana?. Minha voz sai em um fio.
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Nas garras do Chefe
Ficção GeralEduarda Lima uma bartender de 23 anos leva uma rotina diária cansativa ao cursar faculdade, trabalhar , e cuidar de sua irmã mais nova, ainda ter que aguentar os abusos de um pai viciado e violento. Diego Fontana dono da grande boate Luxury em que E...