Cinco

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Acordei primeiro que Ella e meus olhos se deteram nas suas feições calmas, em nada se parecia com a garota assustada da noite anterior. Olhei para o relógio na mesa atrás dela e já eram quase 02h AM, era hora de mandá-la para casa. Pensei que conseguiria extrair informações sobre seu pai, mas isso vai ter que ficar para mais tarde. Definitivamente preciso que ela venha aqui outra vez, não extraí nada dela e não posso sair disso sem benefícios. A toco lentamente para que acorde, seus olhos encontram o meu e a aviso:

— Você precisa ir, antes que amanheça e descubram que você não está onde deveria.

A garota fica tão linda quando acorda, não me recordo de ter visto alguma mulher despertar na minha cama. Seja como for, me levanto e espero ela fazer o mesmo, contudo, ela ainda está lá quando me viro para ela.

— Você precisa ir, Ella. Agora

— Você não vai me matar quando eu passar pela sua porta, não é?

Mais que droga! Ela pensa que quero lhe fazer mal. Eu nunca faria isso, não com ela. Tento ignorar o que estou dizendo a mim mesmo, isso não pode estar acontecendo comigo, não sou um fraco como meu irmão e nem tampouco um sentimental como a minha irmã, Sacha. Fecho a cara para ela, como ousa pensar algo assim, internamente eu sorrio. É esse tipo de pensamento que passa na cabeça de meus inimigos.

Porém, Ella não é minha inimiga. É minha foda.

— Não, você está segura. — observo seus olhinhos enquanto digo isso, ela agora está sentada na cama, e o cobertor cobre seu corpo curvilíneo. — Desde que você retorne hoje.

Ela deu um longo salto ao ouvir isso e sei que estou exigindo demais dela. Garanti que hoje seria a despedida e no entanto, estou eu aqui querendo mais um pouco dela.

— Antes que você comece a tremer e se sentir mal, saiba que isso não é discutível. Quero você aqui, hoje e o quanto antes.

— Mas você disse... disse que seria a última vez.

— Eu tenho perguntas para você, ainda.

— Eu as respondo agora. Por favor.

Sua aflição em não querer me ver outra vez, faz eu me questionar se só eu estou sentindo essa atração tão forte por ela. Sei que era virgem, mas isso não é empecilho para sentir desejos.

— Não é bom, Ella? — pergunto baixinho.

— Não é isso, Viktor. Você sabe que não. Eu não te conheço e sinto que não posso confiar em você. E o mesmo se aplica a mim.

Caminhei até ela me detendo a centímetros do seu rosto. Ela sustenta o olhar e isso me deixa orgulhoso.

— Venha aqui hoje, se você me der todas as respostas para as perguntas que irei te fazer, te libero de uma vez por todas. Mas venha, Ella.

— Se alguém da minha casa me ver fazendo isso de novo, eu posso ser punida ou até morta. Eu não posso.

— Que bom que é punição e morte o que você encontra lá, porquê se não vier até mim hoje, vai encontrar o mesmo. Para você, punições. Para a pessoa que você mais gosta do mundo, morte.

Não dei tempo de vê-la chorar ou gritar sobre o quanto eu sou um bastardo egoísta. A levo até a sala depois que ela veste suas roupas em silêncio e a entrego um beijo na porta de casa.

Percebo quando ela corre assustada até o muro lateral de sua casa e quando luta para subir o muro.

Fecho a porta quando sei que ela está dentro de casa e segura. Minha cabeça está explodindo, a segunda noite em que não extraio nada da garota e ainda peço para ela voltar mais uma vez. Dessa vez, preciso de respostas primeiro e tesão depois.

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