Catorze

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Minha casa continua a mesma desde que me retirei a trabalho. Meus móveis ainda são os mesmos, e principalmente, minha decoração é a mesma. É claro, ninguém se atreveria a mexer na forma como deixei meu lar. Adentro meu escritório e sirvo-me uma dose de qualquer bebida. Preciso espairecer, a viagem foi cansativa e mesmo que tenha sido criado para suportar isso, ainda assim, me sinto exausto. A saúde do meu pai, a fuga da minha irmã e qualquer problema que me lembre Ella me desgastam de todas as formas possíveis.

Afrouxo a gravata e desabotou os botões da camisa, com o copo ainda em mãos, me sento na cadeira e reviro o resto da bebida.

- Ella... Onde você está?
Passo a mão pelos cabelos em busca de respostas.
Num impulso, mando uma mensagem para os investigadores que procuram por Ella. Com as novas informações que obtive de sua família e da empregada, eles conseguiram criar um raio menor de onde ela possa estar. E espero que consigam encontrá-la o quanto antes. Não posso esperar mais.

Todo o meu corpo clama por Ella. Passo a mão por cima do meu pau, ainda preso dentro das roupas e este salta quando lembro daquele corpo embaixo de mim.

Rapidamente o liberto, o massageando o quanto posso, o mais rápido possível. A pele sensível se arrepia a medida que passo a mão por ele, penso na sua boca e no que ela pode ser capaz de fazer, anoto em minha mente cobrar sexo oral de Ella quando a tiver outra vez comigo.

Os movimentos de vai e vêm ficam mais rápidos e num minuto a mais, minha semente jorra como água.

Fico alguns minutos ali sentado, tentando acalmar minha respiração e meus pensamentos.

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O que essa criança pode querer? - pergunto correndo para o banheiro, me ajoelho no chão e coloco para fora o resto de comida que ficou no meu estômago.

Levanto-me do chão e encaro o meu reflexo no espelho. Meus cabelos estão todos despenteados, ao redor dos meus olhos estão manchas roxas, estou com olheiras. Meu corpo todo está sofrendo para acomadar esse bebê.

Tento não me desesperar e sigo até o box retiro o roupão e ligo o chuveiro. A água quente leva embora uma parte das minhas preocupações, mas não há um dia em que eu não acorde desejando que isso acabe.

Apesar de Marise dizer que é pecado cogitar um aborto, não consigo parar de pensar na opção. A Costa Rica não permite abortos em seu território, mas não seria impossível encontrar um país próximo que realize a operação.

Ao mesmo tempo, me sinto culpada pela simples possibilidade de matar um inocente.

Penso em Viktor, em como não nos importamos com a consequência do nosso amor. Dou uma risada seca enquanto ensabou o meu corpo, o que ele menos deve estar se importando é com o resultado daquelas noites.

Só espero que ele tenha parado de me procurar, não sei como ele pode reagir ao saber da notícia. Pode tentar retirar o bebê de meus braços, ou pior, me obrigar a ficar com ele e o bebê.

Apesar das sensações boas que tive com Viktor, não posso permitir que ele me sequestre e me leve para um lugar desconhecido. No final, ele não será muito diferente do meu pai.

Preciso viver, preciso me sentir viva e justo quando consigo isso, indiretamente Viktor me rouba outra vez.

- Deus! Me ajude!

Pedir um sinal aos céus e minha única esperança. Eu necessito de sabedoria, para saber conduzir essa situação.

Marise, que começou a ajudar Juan com sua mãe, diz que vou superar isso. Mas o medo me domina, não quero acabar como a minha mãe e não quero que um filho que nasça de mim fique sem alguém para cuidar dele.

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