Onze

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O clima era agradável, Cartago foi a melhor escolja que fiz. Apesar de estar próxima da capital, é um local tranquilo. Os moradoroes são receptivos, mas não questionam duas mulheres morando sozinhas em um local isolado. O que é bom.

Marise e eu nos adapdamos ao longo destas duas semanas, aproveitando tudo o que a cidade tem a oferecer. Alugamos uma casa modesta e aconchegante e começamos a preparar nossas nova vidas. Não temos vizinhos, a casa fica um tanto afastada do centro da cidade e é o melhor, não queremos bisbilhoteiros.

Marise está sempre radiante, já consegue ir sozinha até o centro da cidade e descobriu até mesmo um local para trabalhar. Apesar de eu ter dito a ele que não era necessário, a quantia que meus irmãos me entregaram e o que eu já possuía é mais que suficiente para nos mantermos por um longo período. Viver aqui é relativamente barato, principalmente quando você cresceu com o mínimo.

Ando pela cozinha de pantufas e roupas finas, não tenho saído muito de casa, pois meu corpo parece não se adaptar ao local. Acordo enjoada e com fortes tonturas, disse a Marise que provavelmente é a altitude, não estou acostumada com grandes alturas, mas simplesmente não passa. Pego o relógio digital na bancada e o coloco no meu pulso direito.

Com um copo na mão, vou até a geladeira e pego um pouco de água. É o que faz eu ter um dia melhor, a água é a única coisa que me ajuda.

Virando o conteúdo na boca, coloco-o sobre a bancada e saio em busca de Marise. A encontro do lado de fora da casa observando a linda vista que temos.

Costa Rica tem densas florestas e muitos rios e grutas, e é isto o que ela contempla.
Me aproximo dela e absorvo tudo o que a natureza tem a nos dar.

Depois de um longo período em silêncio ela o quebra:

— Esse lugar é o paraíso, não? — se virando para mim, ela me entrega um sorriso. — Bom dia, Ella.

— Bom dia, Marise. — a abraço e ficamos ali por mais alguns minutos até que a temperatura nos obriga a entrar.

O café está sobre a mesa minutos mais tarde, pego uma fatia de pão para acalmar Marise. Mas não vejo muito gosto nele. Meu desejo é voltar para a cama e continuar por lá. Mas prometi a Marise que a acompanharia até o centro da cidade para fazermos compras para a casa.

E é isso que faço. Depois de tomarmos café, me visto apropriadamente e a espero na pequena sala. Marise chega logo depois de mim, vestida como uma nativa.

Ao olhar para a expressão em meu rosto, estaca no chão e pergunta:

— O que foi? Precisamos nos disfarçar.
— Ninguém tem motivos para nos procurar por aqui.

— Os inimigos da sua família tem. E o russo também.

A menção a Viktor faz parte de mim quebrar outra vez, confesso que não entendo o motivo de ter me conectado assim nele tão rápido. Foram menos de 10 dias juntos. Qualquer pessoa normal levaria muito mais que isso para se conectar a alguém. Mas Viktor... ele fez algo comigo. Por mais que não gosto de admitir, ele me deu segurança e cuidado. Algo que nunca tive naquela casa.

No fundo do meu íntimo, gosto da ideia de ele estar me procurando, significa que não fui só mais uma mulher em sua cama.

— Quer conversar, Ella? — a voz de Marise o afasta de meus pensamentos e me traz de volta ao mundo real.

— Tá tudo bem, Marise. Podemos ir quando você quiser. —

Caminhamos até a cidade a pé, são 30 minutos de caminhada, mas nada que não possamos andar. Marise e eu não sabemos dirigir e portanto seria inútil um carro, mas hoje vou me matricular em uma autoescola, é necessário ter um meio de transporte por perto. Para voltar é necessário alugar um carro que nos traga até aqui, mas nem sempre se encontra disponível o tempo todo. Raios solares invadem meus olhos ao passarmos pela trilha para chegarmos a cidade.

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