Seis

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Adentro a residência dos meus pais sem precisar de anúncio, o clima da casa é tenso. Mais sombrio que nunca, nem mesmo se escuta o farfalhar dos empregadas. Me encaminho para o escritório do meu pai, e a medida que vou me aproximando o cenário muda, dessa vez tem gritaria e choros.

Bato duas vezes na porta e me anúncio entrando no recinto. Minha mãe exclama surpresa e se joga em meus braços. Antes de retribuir tenho tempo de ver que estão presentes meu pai, Yan e Nikolai. Minha mãe desfaz o abraço e volta a se sentar de frente para o meu pai.

— Alguma notícia dela? — pergunto a qualquer um.

— Nenhuma. Sua avó também desapareceu e é isso que me faz ter certeza de que Sasha não foi sequestrada. Ela fugiu. — meu pai diz com raiva na voz.

Eu sei que está se controlando em respeito a minha mãe, mas quando a mesma sair ele a amaldiçoará até o último minuto de vida da minha avó.

— Parece que ela foi para a Polônia, ou pelo menos é que nos fez pensar. — olho para Yan, está cansado. Assumiu minhas responsabilidades por um tempo e vejo seu esgotamento.

— Eu avisei que isso aconteceria, Ivan. Por inúmeras vezes eu te disse pra ficar de olho em Sasha, lhe arrumar um casamento.

— Eu não entendo porque fez isso, Ivan não a obrigou a nada, pelo contrário, fax de tudo para que ela toque. — algo raro, minha mãe defendendo o meu pai. Isso mostra o quão sério é o problema. — Yan e Viktor, eu só quero que vocês me prometam uma coisa, achem a irmã de vocês. 

Marie se prepara para sair, mas a impeço.

— Mãe, preciso lhes comunicar uma coisa e acho bom que todos estejam presentes, me poupa de ter que repetir.

Meu tio Nikolai me olha desconfiado, provavelmente porquê algum soldado já lhe contou com quem cheguei a Rússia.

Limpo a minha garganta e sou frio em minhas palavras.

— Durante a minha missão eu conheci uma mulher.

Todos os olhos se voltam curiosos para mim.

— Eu me envolvi com ela e a trouxe para cá. E a mulher, é a filha de Dom Morelli.

Um silêncio toma conta do local, minha mãe totalmente sem reação, Yan e Nikolai me encaram surpresos pelo anúncio, mas meu pai sorri. Sorri? Sim, o desgraçado sorri.

— Não tem melhor vingança que essa, Viktor. — ele diz. — E onde está a moça? Vamos querer conhecê-la. 

— Viktor, o que você fez? — minha mãe se levanta e me encara. — Você não aprendeu nada nessa casa? Onde tá a garota?

—  No meu apartamento em Moscou, mas em breve iremos para a minha casa em São Petersburgo. 

— Eu não posso estar ouvindo isso. Com licença. 

Minha mãe sai da sala e mais uma vez o silêncio domina o local. Meu tio Nikolai se levanta também e se retira do ambiente.

Yan, Ivan e eu. Yan é o único a não falar nada, fica em completo silêncio e sei que está me julgando.

— Ela é virgem? — a pergunta de meu pai me capta de volta a atenção, mas é Yan quem responde por mim.

— Pai! Isso é pergunta?

— Isso serve para você também, Yan. Quando for se casar com Sofya é bom que ela esteja intocada.

— Era. Eu dormi com ela. Mas mantive a prova. Pretendo me casar com a garota. 

— Por que?
— Não tenho que dar satisfação dos meus atos, Yan. Me casarei com Ella e só isso.
— Então agora sabemos o nome? — meu pai diz sarcástico.

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