Dezoito

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A ilha pertence aos Bugorski, a família de Viktor. Uma ilha paradisíaca com esse louco é tudo que não preciso nesse momento, mas não posso deixar de notar o quão lindo é o lugar enquanto sobrevoamos a área de helicóptero. O lugar tem densas palmairas e o mar é claro e limpo. É um belo lugar, logo avisto a casa branca e elegante no meio do local, a construção se assemelha a arquitetura grega e me pergunto desde quando aquela casa está ali.

Logo estamos pousando num heliponto próximo a casa, Viktor me ajuda a descer e então ele se despede do piloto e este se vai depois de nos afastarmos.

Presa. Estou presa nesse lugar, longe de tudo e todos.

Viktor me disse que a ilha está em território grego, mas que para conseguir qualquer contato com a civilização está a quilômetros de distância.

Aposto que disse isso para certificar-se de que não tentarei fugir outra vez.

E não tentarei, dessa vez, não tenho para onder ir e nem a quem recorrer, já que ele me avisou que minha família está em trabalho escravo.

Nunca gostei muito da minha família, nem eles de mim, mas pensar que eles estão sendo forçados a trabalhar faz meu corpo estremecer.

O melhor que posso fazer é garantir que eu não tenha o mesmo destino que eles. E se eu tiver que conviver com o louco do Viktor, vou fazer.

Adentro a residência com ele ao meu lado, presto atenção no local que vejo, me surpreendendo com a estética da casa, quase não há decoração, em nada se parece com a casa que vi na Rússia. Sei que o termo é minimalismo. Li sobre isso numa revista que falava sobre o viver minimalista, quem projetou essa casa com certeza é um entusiasta do movimento.

As paredes são cinzas, e há poucos móveis na casa, na parede há um quadro cubista, que desconfio ser original. Enquanto olho ao redor percebo que essa casa não tem nada de aconchegante e me sinto frustrada por ter que ficar aqui.

Viktor leva sua mão até meu ventre e lá permanece. Meu corpo todo fica em estado de alerta, não posso esquecer que estou sozinha com ele.

- Vou adorar brincar de casinha com você, Ella. - sua boca está sussurrando no meu ouvido e sua barba por fazer arranha minha bochecha.

Às vezes, não entendo como posso sentir atração e desejo tão rápido por ele. Não pode ser normal.
- Vou adorar transar com você em todos os cômodos dessa casa.

- Viktor... - minha voz sai cortada e ele ri outra vez no meu ouvido.

- Aposto como você já está desejando isso. E não se preocupe, eu vou te dar. Porém, agora tenho trabalhar a fazer. A cozinha está no final do corredor. - olho para ele com curiosidade, sem saber porque é importante saber onde é a cozinha, ao invés do meu quarto. - Não temos empregados, você cozinha, querida.

- Não vou fazer isso! - tento me desvencilhar dele, mas este me prende mais firme.
- Vai, Ella. Vai porque se não você vai matar o nosso filho e daí, eu vou te matar. - ele me solta e eu ando dois passos para longe dele.

Seu semblante está calmo, nem parece que ameaçou tirar uma vida. Resignada, procuro o sofá também cinza e me sento.

Levo minhas mãos ao rosto e começo a pensar no que vou fazer da minha vida.

- Estarei no escritório, é a terceira porta a direita. Me chame quando tiver o almoço pronto. - ele se diz ao se ajoelhar na minha frente.

- Como faremos isso, Viktor? - tiro minha mãos e o encaro.

- Não sei, só sei que faremos. - ele se levanta e ajeita a roupa, depois caminha em direção ao corredor, então se vira em minha direção e me estuda. - Ah! Ella, não tente fugir. Você só conseguirá machucar a si mesmo e ao bebê.

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