Louise Hassell mora em uma pequena cidade dominada pela tecnologia. Desde cedo, tem sonhos com uma garota misteriosa e um lugar que nunca visitou.
Aysel Saizelgi é a garota dos sonhos de Louise. No entanto, ela mora em outro universo: Andenworld, um...
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Aos seis anos de idade, todas as crianças de Andenworld passavam a frequentar diariamente o Colégio do Alicerce. Lá, aprendiam sobre a história do universo, sobre a Deusa Anden, sobre leitura, escrita e tudo o que precisavam saber para se tornarem cidadãos bem-sucedidos e conscientes.
Quando chegou a minha vez, eu senti um misto de ansiedade e excitação. Eu havia conseguido uma vaga no campus principal do Colégio do Alicerce, que se encontrava ao sul de Andenworld, no movimentado distrito de Newhurst.
No primeiro dia de aula, eu e meu pai partimos do distrito de Hearthall e pegamos o Trem Apakirp, que viaja por todo o entorno de Andenworld, próximo ao Perímetro.
Descemos na Estação Sul e não tivemos que caminhar muito para ver o campus. Era um imenso portão que dava a um vasto jardim com grandes prédios espalhados ao redor. Os prédios eram imponentes, e eu era apenas uma pequena garotinha admirada. Tudo parecia ainda maior na minha visão. Havia torres altas e brilhantes, e suas paredes feitas de uma pedra cristalina verde-esmeralda pareciam brilhar com luz própria.
Eu era uma criança tímida e um pouco insegura. Me despedir do meu pai naquele primeiro dia foi mais doloroso do que eu esperava, e me lembro da sensação até hoje. Eu era muito apegada a ele, e até aquele momento eu nunca havia experienciado a sensação de estar sozinha em sociedade.
Ele segurava minha mão com força, levando-me em direção ao grande portão de entrada. Meus dedos se apertavam em torno dos dele, enquanto minha ficha caía e o medo aumentava. Eu não conseguia evitar a sensação de que estava deixando uma parte de mim para trás.
— Está tudo bem, querida — ele me disse, agachando-se para ficar da minha altura. — Eu vou estar aqui te esperando quando o dia terminar, ok? Não precisa ter medo.
Assenti um pouco insegura e lancei-me em seus braços, com o rosto colado em seu peito.
— Promete que não vai me abandonar? — Pedi.
— É claro que não vou fazer isso, meu amor. Não se preocupe, a escola vai ser legal. Você vai fazer novos amigos. Você vai ver.
Ele acariciou meu cabelo e beijou minha testa antes de se levantar e me empurrar gentilmente para dentro da escola.
Enquanto eu me afastava, meu pai me encorajava com um sorriso gentil, mas eu podia sentir a dor da separação em seus olhos. Ele sabia que, a partir daquele momento, eu começaria a descobrir o mundo por conta própria. Talvez nós dois estivéssemos nos esforçando para não chorar.
Eu me virei um pouco mais confiante em direção ao portão, seguindo o fluxo de crianças que andavam campus adentro. Seriam apenas algumas horas. Eu faria novos amigos. Ficaria tudo bem.
Transpassando o portão, vi-me num enorme campo verde circular, com uma estrada em todo o perímetro. No centro do campo, havia uma grande estátua da Deusa Anden de braços abertos, como se estivesse abençoando as pessoas conforme elas passavam.