Louise Hassell mora em uma pequena cidade dominada pela tecnologia. Desde cedo, tem sonhos com uma garota misteriosa e um lugar que nunca visitou.
Aysel Saizelgi é a garota dos sonhos de Louise. No entanto, ela mora em outro universo: Andenworld, um...
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Já ouvi essa história tantas vezes que não é possível mais que eu me recorde de qual foi a primeira. Houve inúmeras noites durante a minha infância em que questionei curiosamente o meu pai, Lettret, e nosso prezado e sábio amigo Bardock, sobre o passado e as origens do nosso universo.
Não me cansava de perguntar a respeito, e sempre queria saber algum detalhe diferente, pois para mim é simplesmente fascinante a forma como as coisas aconteceram.
Mais tarde, a partir dos meus seis anos de idade, comecei a frequentar o Colégio do Alicerce, para onde as crianças vão e aprendem os conhecimentos básicos, o que inclui o surgimento de Andenworld.
O que dizem é que, no início, Andenworld não era nada. Era um pedaço de terra inabitado, com construções previamente existentes. Até que de repente uma multidão de jovens simplesmente despertou aqui.
Estavam em um jardim tão vasto que, olhando ao redor, enxergavam apenas o gramado azul-ciano e os horizontes distantes, com montanhas e silhuetas de vilarejos vazios. Havia árvores bem espaçadas, de espessura fina, troncos amarronzados e folhas brancas e cintilantes. Conheço bem o lugar, pois hoje é conhecido como o Jardim Divino: o local onde tudo começou.
Ao todo, eram trinta mil. Trinta mil jovens em pé, pairando sobre a vastidão desconhecida, abrindo os olhos repentinamente e descobrindo a própria existência. Um desses jovens era Bardock, o homem que me deu os detalhes mais acentuados a respeito desse dia.
A primeira lembrança que Bardock tem da própria existência é a de respirar pela primeira vez, abrir os olhos e já estar ali: em pé, olhando em volta e se deparando com outros jovens como ele.
Depois, veio a lembrança daquela mulher. Daquela mensagem.
O que eles dizem é que foi como um comunicado divino gravado em suas mentes. Um pensamento compartilhado entre todos eles, como uma mensagem que havia sido enviada ou implantada ali.
Bardock descreveu para mim como era: em sua mente, havia a visão de uma mulher cujo rosto ele podia enxergar perfeitamente. Tinha a pele branca, os cabelos loiros, vestia roupas claras e tinha uma aura divina.
"Meu nome é Anden", ela dizia, nessa memória. "Sou a Deusa criadora deste universo em que vocês estão despertando."
"Eu sou a criadora da terra, do ar, do fogo e da água. Sou a criadora da flora e da fauna. Sou a criadora de vocês."
"A este mundo, dei o nome de Andenworld. A vocês, dei o nome de Dominum. Lhes dei a aparência definitiva de jovens adultos, e a capacidade de viver eternamente."
"Vocês, Dominum, são os primeiros habitantes de Andenworld. Antes de despertá-los, fiz questão de deixar o mundo preparado para o início de suas vidas aqui: existem vilas, construções, florestas, rios e animais."
"Eu criei o bem, e sei que vocês são bons. Quero que vivam neste mundo e o alterem da forma que desejarem: deixem sua influência nele. Mas eu também criei o mal, e isso vocês descobrirão com o tempo."
