05. Toca do Coelho

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Eu passei as aulas que se seguiram inteiras pensando sobre a visão

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Eu passei as aulas que se seguiram inteiras pensando sobre a visão. Saio mais cedo da escola porque a professora da última aula, de História, foi embora por causa de algum imprevisto e não pôde dar a aula, então saio com Edrik, que topou cabular a última aula por mim. Que fofo.

— Reunião na Toca do Coelho — eu digo, e é para lá que nós vamos. A Toca do Coelho é uma cafeteria de um cara muito gente boa que, sim, se chama Rabbit.

— E aí, garotos — cumprimenta-nos Rabbit quando nos aproximamos do balcão —, o de sempre?

Assentimos, e ele começa a nos preparar dois frappuccinos de doce de leite com café, enquanto puxa papo.

— Já decidiram com quem vão no baile de outono do colégio? — E é uma pergunta estranha, porque de alguma forma ele sabe que o baile de outono é daqui a algumas semanas. Mas então me lembro que Rabbit tem uma filha, Naomi, que estuda no nosso colégio. — Naomi vai com um garoto com quem ela está saindo... James, vocês conhecem alguém com esse nome?

Rabbit se vira novamente para o balcão e põe sobre ele os dois frapuccinos enquanto nos encara.

— Eu acho que vou ficar longe do baile de outono esse ano... — assim como ano passado — E desculpe, acho que não conheço nenhum James — digo, fazendo um gesto com as mãos na Lepidoptera para transferir o dinheiro digital para Rabbit e pagar pelo frappuccino.

Rabbit volta o olhar para Edrik com esperanças, mas Edrik também nega conhecer o tal James.

— Hm... Esse garoto, James, é meio estranho. Mas de qualquer forma, obrigado, garotos.

Edrik paga pelo frappuccino dele e vamos nos sentar numa mesa na janela. Achei fofo o fato de Rabbit se preocupar com as pessoas com quem a filha se relaciona, considerando o fato de que meu pai não está se importando muito. A única preocupação de meu pai é de que eu esteja bem controlada e fazendo o que ele espera.

Sentada em frente a Edrik, eu encaro a janela ao nosso lado, e atrás das casas o sol se põe e o céu se enche com a minha cor preferida. Um pouco mais afastados, estão sendo construídos alguns prédios. Com o aumento da população, as pessoas estão começando a se mudar para as cidades pequenas, que logo não serão mais tão pequenas, e por conta disso, a quantidade de edifícios na cidade vem aumentando cada vez mais.

Tenho que aproveitar o pouco tempo que tenho para admirar o céu antes de os prédios, as luzes e a poluição aumentarem na cidade. O bom de morar em cidades pequenas é que você pode admirar o céu sem prédios enormes atrapalhando a visão, e é intrigante saber que eu divido o mesmo céu com bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo. Mas como as pessoas estão se mudando para cá, logo o céu não vai ficar mais tão visível assim, e muito menos as estrelas.

Tudo o que eu queria agora era admirar o céu durante a próxima hora inteira e esquecer um pouco as loucuras que estão acontecendo comigo, pois minha mente já está confusa o suficiente, mas eu sei que Edrik vai perguntar sobre o que aconteceu no refeitório, e eu devo essas explicações a ele. E é o que ele faz.

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