Louise Hassell mora em uma pequena cidade dominada pela tecnologia. Desde cedo, tem sonhos com uma garota misteriosa e um lugar que nunca visitou.
Aysel Saizelgi é a garota dos sonhos de Louise. No entanto, ela mora em outro universo: Andenworld, um...
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Um dia depois de minha reunião na Toca do Coelho com Edrik. Estou em pé em uma estação de trem ao ar livre. Quando olho em volta, enxergo neve e o imenso céu da noite. O mesmo céu estrelado e encantador que tive o prazer de visualizar no dia anterior. Mesmo com a sensação de realismo, percebo de imediato que é mais uma das minhas visões.
Analiso a estação onde me encontro. Visualizo uma placa acima de mim e a leio. "Apakirp". Isso é novo. Atrás da estação, visualizo em meio a neve a sombra de um vilarejo, mas não vejo muita coisa além disso.
Na frente da estação há um trilho de trem, e depois disso há apenas cada vez mais mato e árvores. Acima de mim, o céu está estrelado mesmo em meio à neve, e o azul-marinho da noite o preenche fortemente.
Ouço um som de passos a poucos metros de distância da estação e olho para a direção do som. Parada em pé, ao longe, me observando, eu a vejo. A garota que quase sempre aparece em minhas visões e sonhos. Não sei quem ela é, e nem o que essas visões significam. Mas sinto que estou cada vez mais perto de descobrir.
Enquanto ela está parada a poucos metros de distância de mim, eu tenho a chance de analisá-la melhor. Desde seu físico aparentemente forte e sua pele preta e jovem, até os seus cabelos cacheados e volumosos e suas roupas incomuns e rurais.
Então eu ouço mais sons de passos um pouco mais longe. Mas a garota está imóvel, então olho em volta para descobrir quem provocou o barulho. Não vejo nada além das paisagens, da neve e do céu estrelado.
O som de passos fica cada vez mais alto, e mais perto, e eu olho em volta confusa. Encaro novamente a garota que está parada no mesmo lugar, e fitar seus olhos em meio à noite estrelada no inverno faz com que cresça algo imenso dentro de mim. Seus olhos castanhos carregam muitos sentimentos, e enquanto ela me encara de volta, eu percebo que ela já passou por muita coisa.
O nosso intenso trocar de olhares silencioso faz com que eu me sinta de uma forma completamente incomum, e eu começo aos poucos a ficar ofegante, e meu estômago a abrigar borboletas e o som dos passos fica cada vez mais forte. Tum tum. Tum tum.
Em questão de um leve piscar de olhos, eu desperto do meu sono e me encontro novamente deitada na cama do meu quarto, em Luxville.
Mas o som dos passos não parou. Eles continuam ecoando, um após ao outro, cada vez mais rápido, e eu ainda estou ofegante. E eu percebo que não são sons de passos, e nem de batidas na parede, e nem de nada que esteja ao meu redor. Tum tum. Tum tum. O barulho vem de dentro de mim, e meu peito dói num bombardeamento de fogos de artifício; eu percebo que o som na verdade é o do meu coração, batendo rápido e querendo pular para fora do meu peito.
Deitada de lado na cama, agarro os lençóis e aperto o meu peito, respirando fundo. As visões me afetam muito, mas a simples presença desta garota misteriosa me afeta muito mais.