08. Através do Espelho

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Quando finalmente conseguimos alcançar a porta do banheiro, paramos e lemos o que está escrito em uma placa colocada sobre a porta

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Quando finalmente conseguimos alcançar a porta do banheiro, paramos e lemos o que está escrito em uma placa colocada sobre a porta. É um aviso de que o banheiro não está em funcionamento e que todos devem se dirigir ao banheiro do outro lado do salão. Mesmo assim, nosso intuito não é usar o banheiro, e sim seguir a borboleta que veio para cá. Portanto, Edrik se inclina, abre a porta destrancada e, juntos, adentramos o banheiro.

A primeira coisa que vejo ao alcançar o interior do banheiro, além da intensa luz vermelha que o preenche, é a borboleta azul voando em direção ao espelho. Noto que a borboleta está realmente apenas dentro da minha cabeça, quando percebo que seu reflexo não aparece no espelho.

Ela se aproxima do vidro batendo suas asas, e assim como atravessou a porta, agora ela atravessa o espelho, mergulhando em sua superfície e desaparecendo.

— E então, Louise?! — Edrik pergunta. — O que fazemos?! Não tem nada aqui!

Atrás de mim, Edrik fecha a porta do banheiro e a segura. Na frente dele, estou encarando o espelho com curiosidade.

— Eu não entendo... A borboleta atravessou a porta do banheiro, e eu a segui até aqui, porque senti que fazia sentido fazer isso, já que ela estava na minha cabeça parecendo tentar me mostrar alguma coisa. Mas agora... Não sei como continuar seguindo-a.

— Por quê?! — Ele pergunta, um pouco arquejante. — Para onde ela foi?

— Edrik, ela... Ela atravessou o espelho.

Quando digo isso, Edrik parece ter um insight.

— O espelho? — Ele pergunta. Olho para ele e vejo que está sorrindo. — É isso... É definitivamente isso.

— O que? — Arqueio as sobrancelhas.

— Louise, é o espelho. Ele é a nossa saída. Ele é o portal para te levar para onde você precisa ir!

Encaro a mim mesma no espelho, ofegante. Há rastros de sangue em minhas narinas. Vejo o reflexo de Edrik, pressionando suas costas contra a porta para mantê-la fechada. Ele está assustado de verdade. Enfim, analiso a superfície do espelho. Um portal. Uma forma de ir para onde eu devo ir.

Ergo o braço, vendo a Louise de dentro do espelho erguê-lo também. Minha mão vai em direção à mão dela. Sinto a superfície do espelho, e ela não é lisa como eu esperava. No momento em que meus dedos a tocam, ela parece afundar, e a sensação me causa calafrios.

Avançando a mão um pouco mais para frente, acontece: minha mão afunda para dentro do espelho, desaparecendo. Do outro lado, não sinto nada em minha mão. Estou com medo, mas ao mesmo tempo sei que é isso mesmo que eu deveria estar fazendo.

Mas então, um barulho na porta do banheiro faz com que eu me assuste e retire a mão de dentro do espelho. Olho para minha mão; ela está normal. Não foi sugada para o espaço. Olho para a porta. Edrik não consegue mais segurá-la e acaba se afastando. Ele corre em minha direção com os olhos arregalados enquanto eu encaro a porta e avisto o formato de um braço surgindo pela fresta.

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