Capítulo cinco - Doce garota

562 44 10
                                    

Tudo pronto e devidamente preparado. Mas por que usar uma peruca? "Seu cabelo é muito fácil de identificar, e lembre-se de usar luvas da cor da sua pele para não deixar digitais" diria Phil.

– Vai aonde? - Estava indo em direção à porta para sair e Phil me pergunta.

– Na esquina. - Digo sem nem olhar para ele.

– Hum, lembre-se que Cristina vai vir antes que Roberto. Vá buscar ela!

– OK! - falo e saio.

Chega finalmente o decisivo dia. A semana passou tão rapidamente e finalmente posso aproveitar esse delicioso domingo com um pouco de diversão e dor.

São 19 horas, observo a casa de Anni e me parece que não tem ninguém. Observo calmamente e entro em seu terreno.

– Vamos começar a festa! - Falo a mim mesma, eu tenho essa mania de falar sozinha. Subo até seu quarto.

Dou uma volta pela casa e não há ninguém. Enquanto me preparo vejo se calculei bem... sim, eu fiz isso certo! Ela chegara em breve, tenho certeza.

Os momentos se seguem e tudo está devidamente posicionado. Cabelo preso? Roupas limpas? Luvas? Sem digitais?

Ouço passos.

Estou posicionada atrás da porta do quarto, vejo Anni passar e ir direto ao banheiro. Porque elas sempre tomam banho antes da brincadeira? Penso.

Alguns minutos depois o barulho de água cessa e sei que o momento está chegando, estou tão extasiada. Vai ser tão divertido!

A porta range e ela da alguns passos a minha frente sem se quer me enxergar. Isso é tão comum que a raiva sobe sob toda a minha carne... Como ela pode fazer isso comigo?

Então nossos olhos se cruzam, em um segundo de sentimento, um segundo de felicidade, um segundo... um segundo para o terror subir ao corpo.

A tendência é sempre se afastarem, mas ela não, ela não. Ele se aproxima seu rosto expressa pavor e ao mesmo tempo esperança. Nossos corpos se tocam, mas não consigo sentir sua pele tocar a minha, só sinto sua força ultrapassar meus ossos e uma dor impactar meu corpo ao cair no chão. Isso está tão divertido, a brincadeira já começou.

Para tortura-la um pouco a deixo me dominar por alguns minutos, mas agora é minha vez, quero um pouco do seu sangue também. Quando seus olhos brilham de esperança eu reverto à situação em um piscar de olhos estou com ela imobilizada em minhas mãos, seus olhos são tão lindos... Seu corpo cheira a pétalas.

Sinto algo escorrer do meu rosto, ela... ela tirou sangue de mim. Divertido! Muito divertido! Mas seus olhos já não me fitam, seu corpo amolece e Anni está inconsciente.

– Está bem divertido! - Sussurro em seu ouvido. - Sábia que você seria perfeita, se continuar me agradando assim não vou precisar machucar ninguém pelo próximo mês! - Falo em seu ouvido enquanto ela está desmaiada no chão.

Em alguns minutos ela já está em sua cama amordaçada e devidamente amarrada. Parece um animalzinho preso em uma armadilha.

– Ah, que linda já acordou? Por que não está dizendo nada?

– Ora, ora pare com isso! Você sabe que ninguém vai ouvir! - me aproximo dela e ela para de gritar, vejo lágrimas em seus olhos.

– P- Por que está fazendo isso comigo? - ela chora e seus olhos começam a ficar vermelhos, parece que vão sangrar a qualquer momento.

– Pare com esse drama, você também gosta de se divertir! - Ela me olha assustada.

– Mas... mas... eu... por favor pare! - Ela está tão assustada e com ódio, é tão magnifico. A amordaço de volta.

– Já chega de conversa, vamos começar a brincadeira! - Pego uma faca bem afiada em minhas ferramentas. Então algo passa pela porta do quarto.

– Mas o que é isso? Que belo gato. - Pego o gato em minhas mãos. - O que você faria se eu...- Olho para ver se é fêmea ou macho. - Se eu a matasse?

Anni se debate na cama, mas não vejo nenhum sentimento pela gata e sim por sua vida.

– Ah... você é tão egoísta! Eu nunca machucaria um animal, são tão puros e confiáveis, diferente de você! - Solto a gata no chão e dou um pouco de ração que encontrei no quarto e a coloco para fora.

– Bem, vamos começar! - Pego a faca e coloco uma musica clássica no radio de Anni, de um cd que eu achei pela casa.

Encosto a faca em sua pele um pouco abaixo de sua costela e faço um pequeno corte, sangra um pouco. E ela continua se debatendo.

– Assim você deixa tudo mais divertido, doce Anni! - Sorrio a ela.

Começo a fazer cortes leves em sua barriga e vão indo mais fundo, vejo a dor em seu olhar, isso é o combustível de minha alma.

– Você foi a melhor de todas Anni! Em sua homenagem prometo que não vou matar ninguém nas próximas 4 semanas! - Dou uma gargalhada.

– Bom antes de eu te matar tenho que arrancar três de seus dentes! Não queria estragar um sorriso tão bonito! - Pego a alicate em minhas ferramentas e tiro a mordaça. Ela grita o máximo que pode. Pego um batom do lado da cabeceira de sua cama e passo em sua boca delicada.

– Agora sim você está perfeita.

Arranco o primeiro dente, as lagrimas escorrem de seus olhos como uma fonte de cachoeira, o que deixa mais belos ainda. Depois dos outros dois eu só vejo dor nela.

- Acho que você não vai aguentar mais daqui para frente! - Ela tenta gritar, mas eu a amordaço novamente.

Encosto a faca em seu peito e começo a cortá-lo.

– Anni, Anni? - Vejo que ela não respira mais, o brilho em seu olhar já sumiu, sobrou apenas a escuridão. - Acho que acabamos! Foi muito bom, e eu vou cumprir a promessa que eu fiz, doce garota. - Paro com tudo e fecho seus olhos.

– Tchau! Doce garota!

Tiro as luvas com sangue coloco dentro da bolsa e pego outras, tiro a camiseta suja de sangue e também coloco outra. Limpo tudo cuidadosamente e saio pela sacada. Vou em direção ao terreno de árvores, elas são tão belas.

Caminho até um ponto de ônibus que é um pouco longe daquele terreno.

Anni me deixou tão feliz e completa, penso. Suspiro profundamente.

Pego o ônibus e peço o horário para uma pessoa que estava sentada ao meu lado.

– São 22 horas. - A pessoa me diz, mas nem me encara.

– Obrigada.

Desço algumas quadras depois e vou até um beco, coloco tudo o que é descartável lá e minhas roupas e coloco fogo em tudo. O frio me arrepia, a noite está linda, coloco outra roupa e vou em direção a rodoviária da cidade que é um pouco longe dali.

Mais ou menos uma hora caminhando e chego lá, compro as passagens e espero.

De longe vejo um garoto esperando alguém. Ele é bonito, não entendo o porquê eu ter reparado nele. Então dois adultos chegam e o cumprimentam, a mulher me lembra Anni.

Ahh... Anni você foi melhor do que eu esperava, penso e fecho os olhos. Quando os abro de novo aquelas pessoas já tinham ido embora em um táxi e o meu ônibus acaba de chegar.

Depois de um tempo chego até minha casa, já está tarde. Entro em casa e Phil está dormindo.

Olho no telefone residencial e há 10 chamadas perdidas, nem me importo e vou para a lavanderia, fico seminua ali e coloco tudo na máquina de lavar, roupas, até minha bolsa. Minhas ferramentas e outros levo até meu quarto. As limpo cuidadosamente e guardo tudo.

Vou tomar um banho e enquanto a água me molha me lembro do olhar de Anni, tão belo.

Suspiro, todo o sentimento guardado em minha alma se liberta.

Saio do banho, coloco um pijama preto e deito em minha cama.

– Anni, você não sai da minha cabeça! - Falo suavementee fecho os olhos calmamente    

Apaixonada Pela TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora