Capítulo vinte - Afundar na escuridão ou em seus lábios?

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A chuva caia lá fora, o som do vento batendo forte. Encostada observava as gotas da água no vidro do carro. O silêncio pairava entre nós, Bryan não disse uma palavra desde que entramos no carro, eu nem mesmo sabia que ele podia dirigir.

— Está com frio? – Ele falou delicadamente sem tirar o olho da estrada.

Realmente estava muito frio. Mas foi uma péssima ideia a minha colocar uma regata e um shorts para sair as 6 horas da manhã. Algo é jogado em mim, levo um susto e olha diretamente para ele que está com um leve sorriso nos lábios.

— Eu nem disse que estava com frio! Você é um idiota. – Volto a olhar a estrada sem tirar aquela manta de mim.

— Um obrigado seria muito bom, você não parava de tremer.

— Oh... eu agradeço! – Me encolho no banco do carro.

— AI MEU DEUS! – Ele grita tão alto que eu quase pulo do banco. — Você me agradeceu? É isso mesmo? Você tem educação!

- Cale a boca seu idiota. Quando vamos chegar? Já são quase oito horas da manhã e nada, estou começando a desconfiar que você seja um assassino.

Ele me olha sério, sorri de canto e olha para o meu corpo. – Não acha que eu poderia ser um pervertido?

— Não. – Começo a mexer no rádio, procurando uma musica calma para poder cochilar.

- Você nunca me fala sobre você, Alexia... por quê? – Ele tira o olho da estrada por um instante.

— Você nunca pergunta...

— Bem, então me responda mocinha. Você tem irmãos? Qual sua cor preferida?

— Tenho um irmão, minha outra irmã morreu. – Dou uma pausa. Por que eu estou lhe contando isso? — Vermelho.

— E por que vermelho?

Fico de joelhos no banco e me aproximo dele. Passando minhas mãos levemente por suas veias, aproximo minha boca de seu ouvido e sussurro: O sangue quente que corre por suas veias é vermelho, e se eu te cortasse seria o mais belo que veria sair de você enquanto sua vida iria se esvair.

Ele virá o rosto com uma face calma, deixando nossos lábios bem próximos e sorri.

— A sua é verde. – Volto a me sentar no banco.

— Como sabe?

— Você tem uma olhar de admiração sempre que olha para a natureza. –Fecho os olhos. — Mentira, eu só chutei.

...

— Alexia, acorde. Chegamos.

Abro os olhos lentamente e me sinto iluminada por um sol brilhante. Que lugar era aquele? Havia uma casa grande e mais distante podia ver um lago.

— Onde estamos?

Ele abre a porta do carro. — Na casa de veraneio do meu pai, ah... Não se preocupe ele não está. Vamos ficar sozinhos.

Saio, o ar está tão bom, me sinto relaxada. Bryan está indo na minha frente carregando nossas coisas, o acompanho.

— Essa casa precisa de tantas portas de vidro? – Olho perplexa enquanto entramos.

- Bom, você pode dormir no ultimo quarto a esquerda lá em cima, lá também há banheiros. Depois vamos até o lago, vai ser legal. – Ele respira fundo. — Está com fome?

Apaixonada Pela TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora