Capítulo dez - Chocolate

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Aqui fora é tão puro, eu adoro olhar para as árvores que se destacam com o leve sol da manhã atrás delas, por isso eu amo o verão do Canadá, mas Julho já está acabando. Por isso esse maldito projeto.

— Onde aquele garoto está? – Falo alto olhando em meu relógio pequeno azul, que se destaca em meu pulso levemente avermelhado.

— Estou aqui mocinha! - Um garoto alto se aproxima, ah, é ele.

— De onde você veio? – O olho perplexa.

— Dali! – Ele aponta uma rua e se aproxima mais. — Vamos?

— Até que enfim né? – Dou um soco em seu ombro e consigo ver suas clavículas destacadas em uma camiseta preta. Mas ele não esboça nenhuma reação.

Vamos andando em direção ao ponto de ônibus sem trocar palavras ou olhares. Apenas sentindo o vento gelado nessa manhã com um sol leve. As ruas não estão nada movimentadas, alias nunca estão.

— Você é de onde? – As palavras escapam de minha boca com um suplico para quebrar aquele silencio ensurdecedor.

— Agora resolveu conversar? – Ele responde grosseiramente e me olha nos olhos. A única coisa que consigo observar o formato delicado de sua boca que mostravam as maçãs do rosto altas, que iam a grandes olhos azuis que iam a sobrancelhas levemente retas. Que se tornava uma expressão séria.

— Ah, bem foi mal então. - Digo envergonhada. — Tá, tá, tá... inimigos para todo, todo e todo sempre.

Mas o que eu estava pensando? Eu não sou assim. Não devia ter falado nada. O ônibus chega, e no caminho todo não trocamos nenhuma palavra, chegamos ao shopping no centro da cidade.

O lugar é absurdamente grande e lindo, tem um espaço aberto, como um corredor em V, e em volta varias lojas, e no final do grande corredor uma entrada para o shopping, lá é onde tem o cinema e vários outros pisos. Há leves tons de dourado e vermelho em todo o lugar, o que acaba se destacando mais com o sol do meio dia.

— Bem, me desculpe. – Bryan toca em meu ombro, me viro e vejo seu rosto olhando para baixo. — Não estou bem ultimamente.

- Tudo bem. - Lhe respondo com palavras secas. — Não ligo.

Vamos ao lado esquerdo daquele grande lugar, onde tem as lojas e outras coisas que vamos precisar para fazer essa porcaria. Que eu nem sei o que é ainda.

Chegamos a uma loja com desenhos pintados a mão, colocados em seu vidro. Dentro do lugar as cores predominantes são o rosa claro, verde, azul e amarelo, o que deixa o lugar com um tom superanimador, a loja parece um labirinto de tão grande.

— Vou pegar as coisas, espere aqui! – Ele vai em direção à loja, o que me deixa com uma visão privilegiada de sua bolsa totalmente preta. Droga.

— Vai gastar seu suado dinheirinho com tudo? Caramba você é mais rico do que eu imaginei. – Digo alto suficiente para ele escutar mas acho que a missão falhou.

Alguns minutos depois ele volto e nem pergunto o que trouxe ou o que vamos fazer.

— Levanta logo dai! – Ele esta parado na minha frente com uma expressão relaxada, esticando sua mão em minha direção para mim levantar de um banco decorado com flores que estava na frente da loja.

— Pronto. Vamos embora? – O olho seriamente, e levanto sozinha. — Esse lugar é chato por isso não venho aqui.

— Não. Quero comprar alguma coisa para a minha irmã. – Ele olha em direção ao lado direito do grande lugar, mas não podemos ver o outro lado porque a varias árvores e bancos de praça no meio do lugar.

Apaixonada Pela TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora