Capítulo dezoito - Escolho a tortura

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Abri os olhos devagar, minhas pernas ainda latejavam. Mas era o dia de voltar a ser quem eu sou de verdade. Afinal não se pode fugir de sua própria escuridão.

Virei de lado e olhei o relógio que marcava 18h00min horas de uma terça-feira. Passei o dia todo em casa e nem fui para o colégio.

Daniel veio aqui algumas vezes, mas eu evitei abrir a porta.

Alguém abre a porta do meu quarto.

— Phil? O que você quer? – O olhei de canto.

— Olhe o jornal. – Jogou um jornal no meu rosto e bateu a porta.

Olhei o jornal e tinha uma matéria circulada de caneta vermelha:

"Hoje o Canadá teve que investir em uma solução para o caso dos assassinos em série que tem apavorado a população. Varias unidades policiais estão se mobilizando para as regiões onde as vitimas foram encontradas."

— Phil veio aqui para me avisar ou me mandar tomar cuidado? – Suspirei, ficando alguns segundos sem pensamentos.

Que se foda eu deixei tudo impecável, não posso dar um vacilo desses de pegar o gato, droga!

Levantei e peguei a bolsa já pronta de baixo da cama, coloquei minhas luvas de látex e como estava com uma roupa velha não tem problema, dessa vez vai fazer bastante bagunça. Alias preciso comprar mais roupas.

Fui até o espelho do banheiro para verificar se meu coque estava bem preso. Meu rosto estava com um brilho novamente, é isso que eu sou, por isso eu sobrevivi e Alisson não. Ela era tão mais forte que eu e Cristina...

Sai e comecei a caminhar sem me preocupar com o passado e o futuro, eu já imaginava o que ia ser do meu futuro, é assim que sempre acaba.

Cheguei perto do colégio e dei a volta para entrar pela porta que sempre fica aberta, já estava escurecendo e ninguém escutaria nada.

Ouvi uma musica leve e fui em direção, eu sei que ela estaria lá, de um jeito frágil e inocente.

Então eu avistei o seu cabelo castanho tingindo e uma raiva descomunal transparecer em meu ser, eu sou um monstro. Mas todos têm um monstro dentro de si.

Peguei o pano pequeno e embebedei no meu amado clorofórmio.

Aproximei-me devagar e a agarrei tampando sua boca e nariz com aquele pano, ela começou a se debater e tentar se soltar e aos poucos seu corpo foi ficando mole e ela desmaiou, senti um incrível prazer com isso, seria a melhor coisa que eu faria.

Eu sabia que Patricia ia voltar cedo para limpar o sangue que tinha aqui e assim ninguém suspeitaria de nada e ela sairia impune, o único problema foi que ela mexeu com a pessoa errada, e agora terá que aguentar as consequências. Ela deveria ter me matado.

Peguei uma corda dentro da minha mochila, e a prendi no pilar que tinha ali. Puxei o corpo de Patricia até a corda e prendi suas mãos. Peguei uma fita e coloquei em sua boca e prendi seus pés descalços.

Tirei de dentro da mochila uma pequena maleta e a abri, lá dentro havia uma adaga, um punhal, três tipos de facas, bisturi e um lugar para o clorofórmio. Eu usei essa maleta apenas uma vez, mas agora era a hora de usar de novo.

Sentei ao lado dela ainda adormecida e deixei meus pensamentos escaparem para Alisson, minha irmã três anos mais velha que eu. Eu nunca engoli a desculpa que Phil deu sobre a morte dela, que ela morreu ao cair e bater a cabeça na pedra com doze anos. Eu sei que ela não sobreviveu a algum treinamento de Phil, eu acho, mas ele não falaria isso na frente de meu irmão. Eu nunca entendi por que Christian não sabia de nada.

Christian sempre fingiu que a esqueceu, mas eu não, sinto falta daqueles cabelos negros e olhos castanhos. Todos diziam que eu era tão parecida com ela, mas era fraca demais, um peso para minha doce irmã.

Voltei a mim quando Patricia começou a acordar.

— Oi minha princesa! – Sorri, peguei uma touca de plástico e coloquei. As luvas que eu usava hoje eram brancas e iam ficar bem sujas.

Coloquei a bolsa, com as coisas que eu ia precisar depois em um canto afastado.

Incrível como um colégio desse nível não tem câmeras de segurança nessa parte e nem atrás do colégio. Que grande falha do ser humano, me senti ótima com isso.

Ela me olhou com uma mistura de raiva e espanto, então resolvi tirar a mordaça de sua boca.

No começo ela só gritou, mas ninguém a ouvia, fiquei feliz por o lugar ter luzes, facilitaria o trabalho.

— O que você pensa que esta fazendo, vadia? – Gritou.

— Minha perna ainda está latejando, mas tudo bem, isso não sera problema. – Sorri docemente.

Vi seu olhar de raiva virar pavor. Amordacei-a novamente.

Peguei uma faca com o cabo em verde, sua lamina começava grossa e ficava fina, seria um corte perfeito. Primeiro rasguei suas roupas a deixando seminua, ela se debatia o que dificultaria as coisas um pouco. Então para aliviar eu enfiei a faca com força em sua perna, pude ver lagrimas em seus olhos, muito comovente. Tirei a faca devagar, saboreando a dor que ela sentia, essa era minha verdadeira natureza.

Peguei a faca e passei em sua barriga, era quase a minha marca registrada, ninguém fazia igual, eram finas e ao mesmo tempo brutais. Uma obra de arte.

Seu desespero era lindo, peguei o bisturi e tirei a mordaça de sua boca. O que eu ouvi foram gritos e depois "Não... Não", mas não conseguia sentir nada, ela implorava por sua vida. Ela era patética e isso era musica para os meus ouvidos.

Abri a boca dela com uma das mãos e com a outra segurava o bisturi, passei em sua gengiva o afundando mais até seu dente cair e fiz isso mais duas vezes. Ela já não lutava mais por sua vida, parecia me implorar por uma morte rápida, senti ânsia.

— Ah, querida, está tudo bem? – Passei minha mão em seu rosto sorrindo.

Tapei sua boca novamente e fiquei vendo ela se afogar com o sangue, saboreei cada segundo da sua existência indo embora.

Levantei-me. — Agora está acabado! – joguei uma rosa em seu corpo.

Tinha acabado... Para mim e para ela... Cometi um dos meus piores erros... Agora só o tempo dirá as consequências,

O que sempre me foi ensinando é que não importa o que aconteça não era pra ser deixado levar pela raiva, não nessa vida, o pior erro para alguém como eu.

Alguém como eu...

Apaixonada Pela TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora