24 horas para não se apaixonar.

Sexta hora

      Fiquei estático com a pergunta dele. Abri um sorriso sem graça.

— Ciúmes eu? Claro que não. Por que sentiria ciúmes? - Meu amigo cruza os braços e me olha de lado.

— Se tá querendo enganar quem? Logo eu Hyung?

— Está tão evidente assim? - Questiono desistindo da minha farsa mal executada.

— Talvez pra ela não, mas, nos conhecemos a tanto tempo que sei ler bem o seu semblante.

— Aí juro que não queria estar me sentindo assim. - Me debruço sobre a bancada e junto as mãos na frente do rosto. — Vai ser tão complicado se...

— Acabar se apaixonando? - As vezes esse garoto me assusta. Vai ter uma intuição assim lá no Brasil.

— É... Sabe, ela é  divertida, espontânea, verdadeira e tem um beijo que... - "Droga. Eu e essa minha língua sem fim". Jimin arregala os olhos num primeiro momento para no segundo seguinte estreita-los quando começa a rir.

— Sabia que tinha acontecido alguma coisa entre vocês. - Diz apontando pra mim.

— Fala baixo. Nem era pra contar nada.

— Como se você conseguisse esconder algo de mim né?

— Melhor a gente parar de falar. - Digo indicando a aproximação de Duda com a cabeça.

— Vocês estavam demorando tanto que acabamos tirando no pedra, papel e tesoura pra ver quem ia vir ver se tinham comido tudo sozinhos. E eu perdi. Como vocês conseguem ser tão bons nesse jogo.

— Anos de prática minha cara Duds. - Respondo rindo.

— Ajudo vocês a levar as coisas. - Jimin se oferece e assim pegamos tudo e voltamos a sala.

       Quando fomos nos sentar, Duda da uma leve desequilibrada e eu a ajudo a se firmar. Com esse movimento ela quase sentou no meu cólo. Mais durou tempo suficiente para que os demais me olhassem com a mesma cara que Jimin fez agora a pouco.

— Obrigada pela ajuda Hobi e é  por isso que parei na primeira latinha. Meu equilibro vai para as cucuias. - A reação foi imediata, todos olhamos pra ela com um verdadeiro ponto de interrogação em nossas faces.

— Traduz meu bem. - Peço com carinho.

— Quer dizer que meu equilibro vai embora, some, vira história, se torna enexistente. - Ela diz começando a comer.

— Já entendi no primeiro exemplo. - Namjoon respondeu  também se servindo.

— Vocês tem somente 24 horas. O que vão fazer? - Taehyung  questionou.

— Não planejamos nada assim tão mirabolante. A ideia é  nos conhecermos e deixar ela entrar o máximo possível na vida do Jung Hoseok.

— Eu tenho umas ideias. - Namjoon se manifestou.

— Eu não acho que ele queira levar ela a um museu. - Yoongi logo o cortou.

— Eu não ia sugerir isso. Ia dizer pra levar ela até aquele parque do outro lado do rio. Que fica próximo ao passeio central. Nessa época do ano ali fica lindo a noite para ver as cerejeiras.

— Realmente fica lindo. Vários casais frequentam o lugar. E o melhor de tudo é  que é discreto. Sem repórteres, sem imprensa. - Jungkook   diz abrindo aquele sorriso de Coelho dele. Não deu nem tempo de responder, quando olhei para Duda ela estava com os olhos semicerrados e um sorriso de quem havia pescado algo no ar.

— Como o senhor sabe de tudo isso?

— Um passarinho me contou. - Respondeu ele e uma chuva de pigarros  veio dos outros.

— Parece que tem muita gente nessa sala indo em encontros nesse lugar. Que tal se a gente também fosse? Tá afim de ver as cerejeiras? - Pergunto sem me importar com a presença deles.

— Eu vou adorar. - Ela responde sorrindo e escuto Yoongi dizer.

— Sou o único que estou me sentindo como um castiçal nessa sala?

— Não mesmo. - Respondeu Jimin. Esse menino não segura a língua.

— Mudando de assunto. Ja experimentou cachorro quente coreano? - Pergunto rapidamente.

— Não. Só vi em dramas e morro de curiosidade.

— Não seja por isso. Aqui ó. - Jungkook abre uma das caixas e lhe passa o espetando. — Vai. Experimenta.

      Estávamos numa expectativa enorme. Não que costumamos ficar encarando as pessoas enquanto elas comem. Só que não dava pra decifrar se ela tinha gostado ou não e olha que ela já estava na segunda mordida.

— É... Bom.

— Só isso? - Taehyung questiona e Namjoon o cutuca.

— É  que ele é  mais doce que salgado.

— Ué e não é  assim no Brasil? - Yoongi  questiona.

— Não. Nosso cachorro quente é  salgado e servido no pão.

— Fiquei curioso agora. - Digo.

— Posso fazer pra  você antes de ir.

— Por que só pra ele? - Jungkook  questiona.

— Porque  ela está aqui pra ficar comigo.

— O Hyung tá possessivo né? - Vejo Taehyung se aproximar de Jimin e comentar.

— É  normal ficar assim quando estamos apaixona...

— Acho melhor a gente ir. - Namjoon disse se levantando e eu dei graças a Deus. Parece que ele leu totalmente minha cara de desespero.

— Mais Hyung eu queria ficar um pouco mais com a Duda e...

— Kookie. Precisamos ir. - Isso foi o suficiente para que o garoto  respeitasse o pedido.

      Com todos de pé, Duda também se levantou e se despediu prometendo que iria fazer o tal cachorro quente brasileiro e deixar um pouco pra eles.

— Fiz algo errado? Eles só se foram assim. - Sabia que isso iria preocupa-la.

— Não fez, não. O Nam só percebeu que eu queria ficar a sós com você. - Responde já levando minhas mãos a cintura dela e trazendo se encontro a mim.

— Ah é?  E por que você queria isso? - Ela já tem as mãos em volta do meu pescoço e a começa a acariciar minha nuca e meu cabelo.

     Não uso palavras para responder o que me pergunta. Uno nossos lábios e peço passagem com a língua. Não quero ser delicado agora. Quero ser aquilo que me apetece. Quero aplacar o desejo que grita dentro de mim. De nós.   Vou explorando tudo que encontro no caminho. Nossas línguas dançam juntas enquanto nossas mãos tentam se livrar das roupas que nós impedem no momento.

      Quando finalmente me livro da da camisa que ela vestia, meu celular nos interrompe.

— Atende Hobi. - Diz ela encostando sua testa na minha tentando de alguma forma recuperar o fôlego que roubei com este beijo.

— Pode falar Dong.

— A sala que me pediu ara reservar já está arrumada. Devo busca-los?

— Não precisa. Daqui a pouco estamos aí. Obrigada pelo trabalho duro e certifique-se que não seremos interrompidos.

     Quando desliguei aqueles grandes olhos me observavam curiosos.

— Aonde vamos Hobi?

— Vou te levar para conhecer o amor da minha vida.  A dança!