Duda incrivelmente tinha razão. Passamos por alguns clubes noturnos a caminho do carro e em pelo menos três ocasiões alguém tentou puxar conversa com ela.
Já passa das duas horas da manhã e, apesar da hora tardia, estamos animados para explorar Hongdae.
Enquanto nosso segurança dirije, Duda parece perceber meu olhar pensativo.
— Hobi, deixe-me te contar uma piada de biólogo! Por que os peixes não gostam de jogar vôlei?- A olho meio confuso e curioso.
— Por quê? Diga-me, Duda, por quê?
— Porque têm medo de entrar na rede!
Ambos caímos na gargalhada enquanto continuamos o caminho, desfrutando da leveza do momento. Não sei se por querer ou não, ela conseguiu aliviar o peso que estava querendo se instalar em meu peito.Finalmente chegamos ao nosso destino: Hongdae, um bairro próximo à Hongik University conhecido por sua vida noturna agitada e suas ruas movimentadas mesmo na madrugada. Ao sair do carro, somos recebidos por luzes neon brilhantes e o som de música animada vindo de bares e casas noturnas.
Duda e eu decidimos explorar Hongdae a pé, nos deixando levar pela atmosfera descontraída. Primeiro, passamos por uma rua repleta de lojas de roupas vintage e acessórios exclusivos. Pessoas com estilos únicos e coloridos nos cercam, criando uma sensação de liberdade e autenticidade.
— Hobi, olhe só! Essas roupas vintage são incríveis. Eu adoro o estilo retrô!
— Sim, Duda, as pessoas aqui realmente se destacam pela sua originalidade e autenticidade. Sabe, eu também tenho algumas peças no meu armário que são vintage.
— Sério? Quais peças você tem? Me conta mais sobre elas! Aí eu queria ve-las, mas, morro de medo de causar o fim dos tempos no seu closet.
— Bem, voce meio que já fez isso né! Mudando de assunto... Eu tenho um casaco de couro preto que herdei do meu pai. Ele comprou nos anos 80 e, desde então, virou um clássico na minha coleção. Sempre que eu o visto, sinto como se estivesse incorporando um pouco da história da moda.
— Uau, um verdadeiro tesouro! E mais alguma peça vintage interessante?
— Sim, também possuo uma jaqueta jeans dos anos 70. Ela tem um estilo oversized e desgastes naturais, o que a torna única e cheia de personalidade. Às vezes, me surpreendo com as histórias que as roupas podem carregar, como se fossem uma forma de conexão com o passado.
— Incrível, Hobi! Você realmente sabe apreciar essas antiguidades da moda. E quanto a acessórios? Tem algum que se destaque?
— Sim, tenho uma bandana de seda vintage que era da minha avó. Ela adorava usar bandanas nos cabelos, e essa em particular é um dos meus tesouros mais preciosos. É estampada com flores coloridas, trazendo um toque de nostalgia sempre que a uso.
— Essas histórias por trás das suas peças vintage são fascinantes, Hobi. É incrível como a moda pode transmitir tanto significado. Realmente entendo por que você se sente conectado com essas peças.
Enquanto continuamos nosso passeio em Hongdae, Duda e eu apreciamos a diversidade de estilos e roupas vintage pelas ruas. E, no fundo, sabemos que essas peças carregam muito mais do que apenas tecido e costuras, elas carregam memórias e histórias únicas.
Em seguida, encontramos uma praça movimentada onde artistas de rua demonstram seu talento musical e dançarinos mostram suas habilidades. Paramos para admirar um artista que faz beatbox incrível, hipnotizando a todos ao seu redor. Senti uma nostalgia única.
— Não sente falta? - Ela pergunta enquanto me observa atentamente.
— Do que?
— Disso. Se apresentar em praças. Viver algo... Menos agitado.
— Já senti falta sim. As vezes tudo fica difícil. Aí vemos nossas fãs e tudo muda. Nós nos alimentarmos da força delas e elas, da nossa. Amor mútuo pode mudar tudo. Hoje sinto nostalgia e desejo que eles tenham uma chance de se destacar. Nosso mundo não é fácil e consegue facilmente destruir alguém.
— Que bom que ele nunca conseguiu destruir vocês. - Duda diz sorrindo e me aquecendo ainda mais.
Continuamos nosso passeio e encontramos uma rua lotada de pequenos cafés e bares aconchegantes. Decidimos entrar em um café acolhedor, decorado com livros e plantas. Pedimos um café quente e nos sentamos em uma mesa ao lado da janela, observando a movimentação da rua.
— Uau! Isso aqui está gritando Namjoon por todos os lados. - Duda ressalta, olhando os detalhes de alguns livros.
— Verdade. Será que eu deveria trazê-lo aqui?!
— Não seria uma má ideia. Olha... Amendoas! Amo esse livro. Fiquei um tempão correndo atrás de uma cópia depois que o Nam recomendou ele. As armys e sua mania de esgotar tudo que vocês tocam. - Revira os olhos.
— Ei... Você é army também.
— Sou pobre...Tem diferença. - Responde seria. - Deveria ler.
— Um dia.
Enquanto degustamos nossas bebidas, podemos sentir a energia vibrante e os sorrisos no rosto das pessoas ao nosso redor. É uma noite que nos faz sentir parte de algo maior, um momento em que estamos em sintonia com a atmosfera descontraída e contagiante de Hongdae.
Duda e eu caminhamos pelas ruas movimentadas até a madrugada, admirando as manifestações artísticas, os cafés acolhedores e a badalação noturna dessa região. É uma noite para recordar, repleta de risadas, piadas e novas experiências em uma das áreas mais fascinantes de Seul.
— E então... que tal uma seção de cinema no conforto do meu quarto? - Pergunto um pouco mais atrevido.
— Achei que íamos fazer nossa seção de fotos primeiro. Lembra... Lingerie, polaroid, carícias. - Provoca rindo.
— A noite é uma criança, mas, antes preciso te levar em um lugar.
— Posso saber que lugar é esse?
— Uma conveniência. Não se pode vir a Seul e não ir em uma. Precisa da experiência completa. - Digo dando a mão a ela.
— Certo. Assim podemos comprar besteiras para comer vendo filme. Amo.
— Estou começando a acreditar que você não tem fundos. Só pensa em comer menina. - Brinco.
— Estou vivendo o dia mais importante da minha vida, então, vou aproveitar sem restrições. Sem amarras e sem me preocupar com nada.
— Muito bem mocinha, de volta ao carro.
As noites de Seul são lindas em qualquer época do ano e estar com Duda ao meu lado deixa tudo mais emocionante. Peço ao segurança que pare na conveniência próxima de casa e em pouco tempo já estamos lá. Abro a porta para Duda que desce do veículo sem problemas.
— Prontinho! - Digo apontando para o local e Duda começa a rir. — Que foi?
— Hobi... Você me trouxe no Cu?!
Ela se abaixa e continua rindo muito. Fico sem entender nada, mas a gargalhada dela me deixa muito feliz. Como pode algo tão simples me tornar o homem mais feliz do mundo?
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24 horas para não se apaixonar.
FanficJung Hoseok está prestes a se alistar no exército e o peso da despedida começa começa pesar em seus ombros. Para demonstrar seu amor pelas armys, Hobi decide sortear uma pessoa que irá passar 24 horas grudada nele. O que ele não esperava era que a...