CAPÍTULO 15| Romeu e Julieta

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Ao acordar pela manhã seguida da festa de noivado, Eduardo estava pensativo quanto a tudo aquilo; se havia tomado a decisão correta, se não havia mesmo outra forma, porém já não importava mais. Seu único objetivo era fazer Dina Romano pagar ao viver seus piores dias ao seu lado. Seria um ano inesquecível.

Chegando à cozinha para servir-se de seu café da manhã não imaginou encontrar sua noiva por lá, muito menos vê-la cozinhando e o pior de tudo é que o cheiro estava divino: — O que faz acordada a essa hora? Pensei que-

— Que eu fosse estar cansada? — completou, virando-se para ele com uma frigideira nas mãos, servindo-o com ovos e bacon — Nah, gosto de acordar cedo, o dia parece render mais.  

Ele pensava a mesma coisa sobre acordar cedo, mas não a deixaria saber. Seu foco agora estava no prato que cheirava muito bem.

— Você colocou veneno aí?

— Não cometeria um crime desse conta um bacon tão gostoso. Além de que você não cumpre sua parte do acordo se estiver morto, então... — deu de ombros, o fazendo sorrir discretamente.

— Eu sabia que só estava comigo pelo meu dinheiro.

Ela revirou os olhos: —  Oh, não, mas eu fingi tão bem!

Ambos riram e preencheram o ambiente com o som puro e novo para ambos. Não riam fazia muito tempo. Infelizmente os dois perceberam isso e voltaram às carrancas habituais.

— E quais seus planos para hoje na tentativa de me fazer desistir? —  perguntou ela, sentando-se em uma das cadeiras chiques junto a bancada, ao lado de Ed — Ou você achou mesmo que eu não perceberia o que estava planejando?

Eduardo mastigava pensativo, como se não estivesse tentando nada: —  Na verdade, você perceber não muda meus planos em nada, Romano —  desdenhou — Mas você é bem menos burra do que eu pensava.

— Não me chame de burra —  pediu em um tom sério, que não foi levado como deveria — Não me importo com pegadinhas, brincadeiras sem graça, chateação ou seja lá o que estiver planejando, mas não ouse insultar minha inteligência, Eduardo. Nunca.

O homem, que ainda insistia em levar aquilo com deboche, esboçou um sorriso sínico que a deixou com mais raiva ainda.
Despina, evitando entrar em conflitos e colocar tudo a perder, deixou seu café da manhã de lado e seguiu para seu quarto, onde pretendia ficar o resto daquela porcaria de dia, mas uma ligação inesperada de sua irmã a fez mudar totalmente os planos.

— Per? —  chamou, a ligação estava cortando —  Tá tudo bem? Achei que demoraria mais a ligar.

Estava sentada em sua cama bagunçada há quase uma hora apenas ouvindo todas as novidades incríveis que a caçula tinha para lhe contar, mas a hora em que seu coração apertou de verdade foi quando recebeu a pergunta mais indesejada para o momento: Quais as novidades?

— Nenhuma, literalmente —  riu — Tudo segue absolutamente... normal. Ah não ser pelo fato da Lúcia ter reatado com o pai da bebê —  contou, recebendo um "O QUÊ?" que quase estourou seus tímpanos —  Pois é, longa história. Mas eu... tô bem, eu acho.

Batidas na porta a fizeram dar um pulo, pior ainda foi ver quem estava do outro lado.

— Se arrume, nós vamos pro hotel! — pediu ele, mais como se estivesse ordenando um de seus empregados.

Do outro lado da linha o tom eufórico de sua irmã não parava de soar, perguntando incansavelmente de quem era a voz, se "Elias" estava ali, se estava noivo de outra... perguntas que ela deixou sem resposta ao desligar a chamada e o fuzilar com o olhar: — Claro, vou colocar minha melhor roupa de esposa troféu.

RomanoOnde histórias criam vida. Descubra agora