CAPÍTULO 16| Aquecer

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A cerimônia foi pequena, apenas com os familiares e amigos mais próximos dos noivos. Não houve tempo para preparar algo mais grandioso e nem queriam que fosse.
Eduardo usava um terno preto simples que lhe caía muito bem, sequer parecia ter feito esforço para arrumar-se.
Mas Despina, mesmo no mais simples dos trajes, estava magnífica. O vestido branco foi deixado pelo noivo em seu quarto pela manhã. Era longo, cravejado com pequenas pedrarias e apenas uma fina alça sustentava o decote não tão recatado da peça.

Não houve muita enrolação na assinatura dos papéis, todos ali estavam eufóricos, exceto os pombinhos, que queriam mais que tudo que aquele dia terminasse logo.

Tentaram evitar o famoso beijo dos noivos, mas Abilia e nonna insistiram para que demonstrassem carinho, mas felizmente se contentaram com um breve selar de lábios.

— Agora sim, meu bambino... — começou Nonna, esboçando um sorriso alegre ao ver seu neto finalmente casado — Finalmente vai estar completo com sua esposa.

Ele sorriu, segurando com carinho as mãos da idosa: — Eu já estava completo, nonna.

— Não digo isso por ter um par, ragazzo, mas sim porque não te via sorrindo há anos.

Aquele comentário o deixou intrigado pois acreditou que conseguia esconder boa parte de seus problemas dela. Pelo visto não.

Despina, percebendo o quanto seu marido estava desconfortável, aproximou-se e encaixou seu braço no dele, abrindo um sorriso.

— Nona! Adorei saber que vai passar alguns dias aqui — começou, tento a atenção de ambos em si — Eduardo me contou que ama torta de amoras, pensei em fazer uma para sobremesa no almoço de amanhã.

— Si, bella mia — riu a mais velha — Eduardo, porque demorou tanto tempo para se casar com esta? Ela faz tortas de amora!

Ele riu, notando a alegria da mais velha: — Desculpa te fazer esperar, vó.

Nonna deixou um beijo no rosto de cada um antes de deixá-los a sós e, tão logo estavam sozinhos, Eduardo fitou sua esposa, quase como se a admirasse. Dina certamente percebeu e uniu as sobrancelhas.

— O que foi? — perguntou a platinada.

— Nada, só que eu nunca vi ela tão contente assim desde o dia em que minha mãe e eu viemos pra Itália.

— Aw... — murmurou — Eu soube o que aconteceu, tia Abília tem uma boca de matraca quando quer.

Ed riu, ainda a fitando: — Esse vestido ficou bem em você.

— Achou? Gostei do caimento, deixou meus seios maiores e — parou ao notar que ele sorria — Está brincando. Claro... — bufou.

— Não estou, não — admitiu — Você fica bem em roupas mais... sexys.

Dina sentiu suas bochechas esquentarem no exato momento em que ele a elogiou e, não sabendo como lidar, apenas ficou calada olhando para o nada. Felizmente logo surgiram Lúcia e Abilia para resgatá-la.

— Ciao, bambinos! — começou a mais velha — Sei que querem passar tempo juntos, mas nós precisamos roubar sua esposa por alguns minutos.

Algo dizia que o que viria não era tão bom quanto as duas mulheres demonstraram ser.

— Ah, por favor, ela é toda de vocês. Só devolvam minha mulher inteira, ainda preciso dela para a noite de núpcias.

O rosto de Despina enrubesceu mais ainda depois do pedido, mas as outras duas só faltaram dar pulos de alegria ao ouvir o homem. Sabia que teria que fingir muito bem pelos próximos dias, mas Eduardo estava levando aquilo a um outro nível.

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