CAPÍTULO 36| Lembro dela

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Aquele inferno parecia estar longe de acabar. Mais uma vez estava naquele maldito hospital, esperando uma maldita noticia de Jonas que simplesmente caiu em seus braços repentinamente. Mais uma vez teve de acalmar Adrian que ficou outra vez desesperado ao ver o pai em uma maca sendo carregado para dentro de outro maldito quarto.

Mas a única opção era aguentar e ser forte.

— Seu pai vai ficar bem, meu amor, ele só... ficou cansado — murmurou, mantendo Adrian seguro em um abraço.

[...]

Enquanto estava apagado, Jonas sonhou outra vez com a mulher de vermelho com cabelos negros, dando a ele um sorriso carmesim apaixonante. Ah, como ele queria poder tocá-la, acariciá-la, senti-la de perto...

No sonho eles estavam rindo, conversando... quando seus lábios se tocaram em um beijo tão doce e, ao mesmo tempo, cheio de desejo. Costumava sempre acordar nessa parte, mas desta vez foi além. Quando suas bocas se separaram, o rosto da mulher aos poucos foi tomando forma. Havia mais que seus lábios em sua frente, havia... Perséfone.

[...]

Quando despertou, quase conseguiu saltar para fora da cama. Teria saído correndo daquele quarto em direção a mulher da sua vida, não fosse pelos braços fortes dos enfermeiro que o vigiavam. Seu pai também estava ali e tratou de acalmá-lo.

— Meu filho, o que aconteceu? — o homem de cabelos grisalhos parecia deveras preocupado — Disseram que você desmaiou.

— É, foi algo assim. Só tinha um zumbido e dor de cabeça. Eu apaguei e... — bufou — Eu quero falar com a Perséfone. Pode chamar ela aqui, por favor?

Percebendo que seu filho não estava disposto a esperar um melhor momento, Nick apenas suspirou e assentiu, pedindo aos enfermeiros que o soltassem. Usaria mais uma vez seu posto como diretor do hospital para atender ao pedido do mais novo.

Na sala de espera, Per mantinha seu foco no aparelho celular enquanto Adrian usava seus fones e lia um livro sobre astronomia. Isso indicava que ele estava mais calmo.

Nicolas se aproximou, observando ambos: — Querida...

Rapidamente os olhos castanhos voltaram-se para o mais velho, ela se levantou e o encarou ansiosa por alguma notícia.

— Ele está bem, já acordou e estava bem... enérgico — suspirou.

O ar escapou dos pulmões da mulher, que não conteve o alívio e nem as lágrimas que correram por sua bochecha: — Isso é... ótimo. Ele está bem, isso é ótimo — estava tão cansada que nem percebeu que Adrian também estava ouvindo. Apenas quando o adolescente segurou em seu braço foi que ela se deu conta de que ele também parecia aliviado — Ele vai precisar passar a noite aqui?

Eduardo, que havia a acompanhado até ali já que a mesma não tinha condições de dirigir no estado em que estava, surgiu pelo corredor com dois copos de café nas mãos, alheio a conversa: — E aí, ele está bem? Já acordou?

Nick o cumprimentou com um aceno de cabeça e prosseguiu: — Sim, ele está bem. Vai fazer mais alguns exames e até a noite já vai ser liberado. Ele quer... falar com você, Perséfone.

Ele estava bem, era tudo o que Per precisava saber para poder deixar aquele ambiente cheio de péssimas lembranças.

— Eu vou levar o Adrian pro hotel comigo, Nick. Quando Jonas estiver em casa, o Ed leva o filho dele até lá — informou ela, secando o rosto com a mão — Vamos, amor, o papai vai estar em casa logo, logo.

— Espera. Per, não vai falar com ele? Eu acho que seria...

— Ed, leva a gente pro hotel, por favor. Tenho muito trabalho pra fazer e não acho uma boa receber visita agora. Fala pra ele descansar, Nick.

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