Soft II

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Jenna:...

Ela disse que a pintura ficou bela? Não ela não, mas ela disse.

J- Obrigada, mas não acho que ficou tão bonita assim.

E- Foda-se, pra mim ficou lindo.

J- Okay então- Dou de ombros.

E- Posso ver você pintar?.... É claro que eu posso, minha casa, meu galpão, minha "noiva", minhas regras.

J- Eu já ia dizer que sim.

Emma se senta em uma cadeira, mas ela se senta sem postura alguma, pernas abertas, de lado na cadeira, um braço passado por cima das costas da cadeira, e o outro braço largado por cima de sua perna.

Enquanto isso eu pintava cada detalhe com calma, aquilo era uma terapia, aquilo me acalmava de tal forma que não dá de ser descrita.

Emma mantinha seus olhos na pintura, eles não expressavam sentimentos, eles apenas observavam, aquilo me deixou meio aflita, não sei o motivo, mas a possibilidade de não sentir nada, me parece aterrorizante.

E- Por que parou?

J- Parei de quê?

E- Parou de pintar faz 5 minutos, você só encara a pintura de maneira estática.

J- Eu estava apenas analisando, só mais alguns detalhes e ela estará pronta.

E- Okay.

Esse é um dos poucos diálogos do qual tivemos, ela me faz breves perguntas de tempos em tempos. Perguntas do tipo "Como você fez essa cor?" "Como sabe qual pincel usar para cada detalhe?". Não vou mentir, eu gostei de ver alguém que não fosse meus amigos ou meu pai, conversando de maneira interessada sobre arte.

"A Emma não é legal, ela é má", minha mente falava.

E meu coração reagia, "ela pode até ser má, mas às vezes ela é legal".

Minha cabeça então respondia:
"Legal feito a Amanda, a Amanda era um doce, era divertida... E manipuladora, possessiva, ela quase te matou internamente".

Meu coração argumentava outra vez: "Mas, o nome dela é Emma e não Amanda."

Minha mente então respondeu:
"De quem você lembrou quando Emma te bateu?"

Meu coração não respondeu, ele apenas acelerou, meu peito doeu, mas eu não podia demonstrar fraqueza diante dos atentos olhos de Myers.

Apenas prossegui com a pintura, minutos depois eu já estava calma, e a pintura estava finalizada.

J- Pronto.

E- Ficou linda.

J- Obrigada.

Narradora:

Emma sorriu, um sorriso imperceptível, um sorriso interno, mas se alguém perguntar ela negaria até a morte, não digam que eu lhes contei.

Jenna ficou encantada com o elogio de Myers, esse foi o primeiro elogio inocente e sem malícia do qual recebeu diretamente vindo da mais alta.

Jemma- A chefe da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora