Capítulo 7

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        Gustavo passou o caminho todo conferindo como a Maiara estava, já que no meio do caminho eles tiveram que parar porque ela teve mais uma de suas crises, mas dormiu em seguida. Era sufocante pra ele vê-la daquele jeito. Gustavo se sentia completamente insuficiente. Tantas coisas aconteceram ao mesmo tempo, tudo rápido demais, causando um estrago enorme na ruiva e ele nem sabe como ajudar. Parece que só ajudar nas crises não é suficiente, ele não quer ser só a ajuda; ele quer ter a solução, quer ter a cura pra toda a dor que ela tá sentindo.

    Gustavo sente que não faz o suficiente. Ele não aguenta mais ver a namorada se esvaindo aos poucos. É perceptível que com o tempo, os pedacinhos que ele tanto tenta juntar, vão se dividir de vez causando um estrago enorme. Já não é muito fácil lidar com o fato de que seus pais não são seus pais, mas talvez se Maiara estivesse ao lado da irmã, a dor seria menor. Maraisa é o porto seguro de Maiara, ela é como a âncora da ruiva. Como a única paz em meio a tempestade. Sem ela, Maiara se sente totalmente desprotegida e frágil.

    Assim que Gustavo chegou no hospital ele sinalizou pros pais, e esperou mais um pouco pra entrar. Estava com dó de acordar a namorada.

    – Minha vida – chamou carinhosamente. – Amor, a gente chegou.

    – Já? – A ruiva sorriu pra ele.

    Diferente das últimas vezes, agora Maiara consegue dormir melhor que antes. Os pesadelos continuam, mas agora eles não são tão frequentes como antes.

    – Uhum. – Beijou a testa dela – Vamos, quanto mais rápido a gente entrar, mais rápido descobrimos o que tá acontecendo.

    – Eu não vou me curar enquanto minha metade não estiver ao meu lado. – Falou – Você deveria saber isso.

    – Falamos disso depois. Agora vamos, papai tá nos esperando. – Ela assentiu fraco tirando o cinto.

    Sem demora eles entraram no hospital dando de cara com o pai de Gustavo. Ele encaminhou Maiara pra fazer a ficha, e assim que acabaram ela foi transferida pra uma sala onde faria exames de sangue. Ela odiava tirar sangue, primeiro que sua veia era impossível de ser achada, então furavam ela mais de 3 vezes até achar alguma coisa, e depois pelo fato de se sentir mal após o exame. Depois do exame eles iriam iniciar a internação por ela estar extremamente desidratada, e ficariam lá até que o médico liberasse ela.

    – Viu? É alguma coisa bem séria, eles vão internar você.

    Maiara sorriu.

    – Eles vão é me matar. – Ela disse – Viu o tanto de sangue que tiraram de mim? Mais um pouco e eu morria. – Ele sorriu.

    – Engraçadinha. Vou buscar suas coisas no carro.

    – Tudo bem. Aproveita e traz meu carregador. – Ele assentiu.

    – Qualquer coisa, chama alguma enfermeira.

    Gustavo saiu do quarto e em um reflexo, Maiara olhou pra janela de vidro do quarto em que estava, e observando direito o quarto da frente viu o Jon saindo de lá. Na cama tinha uma moça, ela estava deitada com vários acessos no braço e tubos que respiravam por ela. Maiara não entendia porque ela estava ali, e não em um quarto de UTI pra maior monitoramento. Ela não desviou o olhar de Jon até que ele sumisse. Mas pro azar dela, Jon voltou de costas, e dessa vez, parou com os braços cruzados na porta dela.

    Jon entrou devagar no quarto com a expressão completamente fechada, e olhos frios. Não tinha como se defender, não tinha nada afiado ali. Mas o pavor de Maiara era tão grande, que ela mal podia se mexer.

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