Maiara sentiu sua consciência ligar outra vez, e olhou ao redor pra entender onde estava. Era um lugar sujo, escuro, e totalmente fechado. Não tinha ninguém ali, nem o "pai" delas, nem nenhum dos caras que pegou ela e a irmã dela. Maiara logo passeou os olhos pelo local, agora, procurando sua irmã, e viu que ela ainda estava apagada. Ela não sabia se tinham feito alguma coisa com ela, ou se ela só não tinha acordado ainda porque o efeito do remédio não havia passado, o que de qualquer forma é estranho porque Maiara foi apagada depois de Maraisa, não fazia sentido ela acordar primeiro.
Com muito esforço Maiara conseguiu desamarrar suas mãos, e correu até a irmã.
– Metade. – Chamou balançando ela – Metade, por favor, acorda. – Deu leves tapinhas em seus rosto. – Irmã, acorda.
– O quê? – Maraisa perguntou confusa – Onde a gente tá?
– Eu não sei.
– Eles te machucaram? Fizeram alguma coisa com você?
– Não. Tá tudo bem. – Maiara falou e elas se assustaram com os barulhos que vinham de fora do cômodo em que estavam.
Maiara se levantou após ajudar a irmã, e segurou na mão dela. Elas não sabiam o que estava por vir, não faziam ideia de quem entraria pela porta. Assim que a porta se abriu, Maraisa quase foi ao chão. A pessoa que ela mais temia e odiava, no mundo todo, estava ali, bem na sua frente. Ele sorriu quando olhou pra ela, mas a morena não mostrou sua raiva e medo. Apertou a mão da irmã respirando fundo, e continuou olhando pro menino. Diferente do que ela mostrava por fora, seu interior quase gritava por socorro. Naquele momento muitos flashs vieram a sua cabeça.Jon se aproximou dela com rapidez, e com uma cotovelada fez ela cair no chão. Sua testa bateu em um dos puchadores do armário, e Maraisa sentiu que sua visão ficou turva. Sua mão foi até a testa na intenção de ver se era sangue, e sua suspeita só foi confirmada.
– Amor! – Ela chamou quando viu ele se aproximando outra vez – Amor, para. Sou eu.
Sem resultados! Jon parecia cego. Ele estava firme e sem remorsos. Outra vez se preparou, e dessa vez a golpeou com murros.
– Para! – Gritou na tentativa de fazer ele acordar de seus pensamentos – JON. PARA. JON? JON?
Quando ela já não conseguia mais reagir, ou pedir pra ele parar, Jon olhou ao redor como se não tivesse ali a 5 segundos atrás, e olhou pra Maraisa a sua frente. Ela tentou se afastar dele, se encolheu no canto da cozinha com o corpo trêmulo e a respiração ofegante, e ergueu o braço quando viu ele chegar perto.
– Olha só. – Ele disse – Você tá muito mais bonita, em? – Jon falou se aproximando da morena, e tocando seu rosto – O tempo te fez bem.
– Não enconsta em mim. – Ela falou irritada – Seu idiota.
– Vejo que você não melhorou nada, continua mal educada. – Ele falou com um tom repugnante – Eu já fiz minha escolha.
– E então? – Um rapaz perguntou.
– Vai ser ela. – Ele apontou pra Maraisa, e ela apertou a mão de Maiara. – Podem devolver a outra.
As meninas começaram a ver a movimentação na sala, e acabaram se desesperando junto. Elas entenderam que seriam separadas, só não sabiam pra onde cada uma ia. Um homem começou a se aproximar de Maraisa assim que Jon fez sua escolha, e elas só queriam ter pra onde correr. Mal conseguiram respirar ou pensar em alguma coisa, só queria sair dali. Queriam poder proteger uma a outra.
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Laços desconhecidos
FanficNem sempre, a realidade em que você vive é verdade. E se tudo que você conseguiu até agora fosse mentira? Se vocês não fossem quem vocês acham que sempre foram? Se a sua verdade, na realidade, fosse uma grande mentira? Você iria atrás da verdade mes...