Capítulo 2

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    A maioria das coisas já estavam ajeitadas. As meninas buscaram bolo, o pai delas, os docinhos e salgados, e tudo estava quase pronto. A mãe delas chegaria entre 30 minutos e 1 hora, então só restava esperar. O pai delas decidiu sair pra esperar a esposa na porta da empresa, como costumava fazer quando podia, e as meninas ficaram sozinhas em casa. A campainha tocou fazendo elas se assustarem pelo horário, e principalmente porque não costumavam receber visitas sem aviso.

    Maraisa estava acariciando os cabelos da irmã, que estava deitada em seu peito, enquanto assistiam o seriado favorito delas. Maiara resmungou quando ouviu a campainha, mas se levantou pra atender a porta. Assim que abriu deu de cara com Gabriel. Ele estava arrumado como sempre, mas estava com uma cara de poucos amigos. Estava visivelmente assustado e nervoso, ele olhou pra dentro vendo a outra gêmea no sofá ainda focada na televisão, e antes que entrasse Maiara estendeu uma das mãos.

    – Ela não quer ver você. – Maiara falou séria, e Gabriel olhou pra ela.

    – Por favor, cunhada, eu preciso explicar o que aconteceu.

    – Não, vai embora!

    – O que tá... – ela olhou pro lado – ah, é você.

    Maraisa virou de costas saindo dali, mas Gabriel segurou sua mão.

    – Por favor. – Pediu – Me deixa explicar. Por favor.

    Maiara olhou pra irmã como quem perguntasse "eu bato nele, ou espero ele falar?" e assim que olhou nos olhos da irmã, suspirou entendendo o que ela havia decidido. A ruiva olhou pra Gabriel com sangue nos olhos, saiu da porta e voltou pro sofá. Deixando os dois a sós. Maraisa cruzou os braços, depositando o peso de seu corpo em uma perna só, e esperou ele falar.

    – Olha só, eu não tenho mais 10 anos de idade. Eu sou adulta, madura, e não sou besta. Então não me enrola. – Ela falou.
   
    – Eu não fiquei com a Naiara. Eu juro que não. Foi o Otto, e ele pode te afirmar isso. – Maraisa bufou sorrindo.

    – Você tá brincando com a minha cara?

    – Não, amor. Eu tô falando sério. Eu não fiquei com ela. – Ele pegou o celular – Olha aqui, tá vendo a cor da minha blusa? Preta, viu só? – Ela olhou pra ele confusa – a blusa da foto que tiraram depois do que aconteceu no banheiro, era vermelha. E essa hora, eu já estava em casa. Você pode falar com o Otto pra confirmar, e com meu pai. Ele foi me buscar.

    – E por que diriam que foi você?

    – Porque dificilmente alguém diferencia a gente de verdade, só os próximos. E quem espalhou esse boato, não foi ninguém próximo de nós. – Ele pegou nos braços dela – Eu ligo agora pro Otto se você quiser, pra Naiara, quem você quiser. Só não termina comigo.

    – Gabriel...

    – Eu sei que seu histórico te faz não confiar em homens, mas eu não sou igual ao idiota do Jon. Se algum dia eu me sentir atraído por alguém que não seja você, eu mesmo te aviso. Mas isso não vai acontecer, porque eu te amo.

    Ela ficou completamente dividida. Não sabia se acreditava nele, ou batia nele. De qualquer forma, conseguia ver em seus olhos que talvez ele não estivesse mentindo mesmo. Continuou encarando ele por alguns segundos, admirando aquela carinha de besta rendido e apaixonado, e sorriu em seguida agarrando o pescoço dele pra um abraço. Ela sentiu que ele sorriu também, e suspirou quando sentiu seu corpo contra o dele. No momento da loucura, ela nem lembrou que ele tinha um irmão gêmeo e que realmente poderiam ter confundido eles.

    – Eu te amo. Te amo. – Ele falou baixinho.

    – Desculpa.

    – Tá tudo bem. Acontece. – Gabriel olhou pra ela – Mas preciso que confie em mim. Isso pode acontecer outras vezes, o Otto é solteiro e passa rodo em todo mundo, eu preciso que confie que nunca, em hipótese alguma, eu trairia você.

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